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"Sem segurança não há futebol", diz Vítor Pereira sobre violência na Vila

Do UOL, em São Paulo

14/07/2022 00h39

A classificação do Corinthians às quartas de final da Copa do Brasil ficou em segundo plano na entrevista coletiva de Vítor Pereira na Vila Belmiro, no início da madrugada desta quinta-feira (14). A princípio o técnico não quis se estender sobre a invasão de torcedores ao gramado e a agressão sofrida pelo goleiro Cássio, mas depois falou rapidamente e cobrou segurança para os jogadores.

"Já vivi situações idênticas a esta. Isto de fato não é futebol. O futebol não pode ser isso. Não posso fazer muitos comentários em relação a isso, mas isto não é futebol. As pessoas não podem ver o esporte desta forma. Sei que a fase do Santos não é boa, e naturalmente há muita frustração nas pessoas, mas isso passou muito dos limites. Não pode ser. É preciso tomar medidas, porque sem segurança não pode haver futebol", lamentou o treinador do Corinthians.

Vítor Pereira entrou contrariado na sala de imprensa da Vila Belmiro e avisou que o episódio de violência o deixou sem muita vontade de falar. "Vocês me desculpem, mas não quero falar muito. Vou falar só do jogo, porque o que aconteceu depois não é futebol, o esporte que eu gosto", avisou, mas depois aceitou comentar o ocorrido.

Pouco antes, em campo, tudo havia acontecido bem rápido: o apito final foi seguido de invasão a campo, e um dos torcedores correu na direção de Cássio e lhe deu uma voadora. A agressão só não pegou em cheio nas costas do goleiro porque o atacante Marcos Leonardo, do Santos, atrapalhou. O clássico foi disputado com torcida única.

"[O Brasil tem] Muitos jogadores de talento, boas equipes e treinadores, alguns trabalhos interessantes. O calendário é absurdo, e o produto seria de muito maior qualidade se o calendário permitisse que se jogasse com qualidade. Sobre isso aqui [a violência], é preciso tomar medidas. Porque amanhã em Portugal pode ter certeza que não vão falar da nossa classificação, vão falar da invasão a campo e destes problemas todos. É isso que chega ao resto do mundo. Vendo, a imagem que passa é essa. Não se pode vender o produto com a qualidade que existe aqui com cenas como estas", refletiu Vítor Pereira na coletiva.

O Corinthians de VP volta a campo às 21 horas (de Brasília) deste sábado (16) para enfrentar o Ceará, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro. O próximo adversário na Copa do Brasil ainda será definido em sorteio, na terça-feira (19).

Outras respostas de Vítor Pereira:

A partida em si

"Nós viemos para cá com uma vantagem grande, procuramos gerir alguns jogadores para o próximo jogo. Poderíamos ter feito um gol com Giovane, mas é natural que haja alguma ansiedade nestes momentos. Perdemos, então não fiquei muito satisfeito com o resultado, mas fizemos o nosso jogo, eles fizeram o deles. E o resto deixo a vocês.

Elogios a Roni e Bruno Melo

"Fiquei muito satisfeito com Roni, que fez um belíssimo jogo, o Bruno Melo também. Sem querer desmerecer os outros, mas estes dois não têm jogado tanto. O Roni às vezes é criticado, mas fez um grande jogo. Demos minutos a alguns miúdos."

Administração do desgaste dos titulares

"Róger Guedes tem que ser gerido, se não perdemos ele pro jogo contra o Ceará. Se tivesse mais soluções, deixava o jogo todo, mas não tenho e preciso gerir. As substituições foram para estarmos em condições de jogar o próximo jogo, por exemplo o Du Queiroz, o Giuliano que tem sido obrigado a jogar quase todos. O Róger também, quisemos pensar no próximo jogo."

Raul Gustavo tem que ter mais calma

"Raul de fato tem que ter mais juízo. A maturidade não é só tática, mas também emocional. Já disse a ele: se quiser passar a outro patamar em termos de jogo, tem que ter mais maturidade para ter controle emocional neste tipo de situação, senão nunca vai sair deste patamar. Ele tem qualidades para subir de nível, mas é um miúdo, tem que aprender e refletir com os erros, ter mais calma no momento do aperto."

Jogos sem fazer gol

"Por tudo o que já disse: perdemos soluções no ataque. O Willian é muito importante para nós; o Mantuan também é muito importante; o Júnior Moraes está fora; o Mosquito esteve fora por muito tempo. Tivemos uma sequência com Adson, que tem alguma dificuldade para se recuperar fisicamente mas tem sido obrigado a jogar sempre. Róger também tem que jogar sempre e é natural que tenha fadiga. No meio-campo a mesma coisa, muitos jogadores fora: Renato, Maycon, o Jô foi embora. Quando tivermos mais opções, em vez de só o sistema defensivo dar esta boa resposta, temos também que começar a dar respostas ofensivamente."

Desfalques em sequência decisiva

"Estivemos muito tempo sem jogadores importantes, e ainda não temos alguns. Não vou lembrar todos, mas muitos importantes e em uma sequência de decisões. Com a vinda de mais jogadores, primeiro teremos mais funções e com isso a gestão física pode ser melhor. [Quem chega] Também têm qualidade técnica que darão dinâmica ofensiva ao nosso jogo, para termos mais a bola e não estar tanto tempo na defesa. Não gosto de ver a outra equipe com a bola e nós a defender. Sinceramente isso não me entusiasma, mas é um jogo que fomos obrigados a fazer para dar a resposta a esta sequência de jogos com caráter, determinação e organização. Estamos na luta. Já estou pensando no próximo jogo."

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