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Como um atleta irlandês virou corintiano e sofreu com pênaltis em aeroporto

Corintiano e atleta olímpico: velocista Christopher O"Donnell correu em Tóquio-2020 e vai disputar Mundial de Atletismo - Stephen McCarthy/Sportsfile via Getty Images
Corintiano e atleta olímpico: velocista Christopher O'Donnell correu em Tóquio-2020 e vai disputar Mundial de Atletismo Imagem: Stephen McCarthy/Sportsfile via Getty Images

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

15/07/2022 04h00

O que explica um atleta olímpico irlandês gritando enlouquecido em um aeroporto de Portland, nos EUA, durante uma disputa de pênaltis da Libertadores? Bem, neste caso específico, o amor pelo Corinthians. O UOL Esporte conversou com Christopher O'Donnell, que se apaixonou pelo Alvinegro muito antes de se tornar velocista dos 400m e disputar uma Olimpíada, mas que protagonizou esta cena inusitada há alguns dias.

Aos 24 anos, Chris está nos Estados Unidos para competir o Mundial de Atletismo. Ele disputa os 400m e também os revezamentos 4x400m masculino e misto com o time da Irlanda e vai para a pista pela primeira vez hoje (15). Foi a logística da preparação para a competição que obrigou o irlandês a ver a classificação épica do Corinthians sobre o Boca Juniors, no último dia 5, dentro de um aeroporto.

"É uma história engraçada. Eu vivo na Inglaterra, mas o restante do time [dos 400m] mora na Irlanda, por isso viajei sozinho. Meu voo chegou mais cedo do que o deles, tive que esperar no aeroporto por umas quatro horas, e foi justamente durante a partida contra o Boca. Então, imagine: estou no aeroporto, vendo o jogo, enquanto espero os caras. As pessoas passavam por mim olhando e se perguntando: 'por que este cara está enlouquecido assim?'. Quando Cássio fez a defesa, depois Benedetto perdeu o pênalti, fiquei maluco, gritando... Todo o mundo olhando para mim", conta Chris O'Donnell.

A torcida pelo Corinthians tem cerca de dez anos. Ainda adolescente, ele viu a festa corintiana durante o Mundial de Clubes no Japão, em 2012, e decidiu adotar o clube. "A reação dos torcedores naquele jogo me fez seguir o clube", conta o agora atleta olímpico.

Chris seguiu acompanhando o Alvinegro neste tempo todo, mesmo com alguma dificuldade com o fuso horário. Morando no Reino Unido, só vê ao vivo os jogos na tarde do Brasil -os da noite, só pelo VT já na manhã europeia. Deu sorte na Libertadores por estar em viagem aos EUA, justamente durante o jogo de volta decisivo, que o Corinthians venceu nos pênaltis na Bombonera.

Fã de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, irlandês também pediu foto com Richarlison durante Tóquio-2020 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Fã de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, irlandês também pediu foto com Richarlison durante Tóquio-2020
Imagem: Arquivo Pessoal

O próprio Chris jogou futebol até os 16 anos e chegou a ser convocado para a seleção irlandesa na base, mas largou a bola para se concentrar nas pistas.

"Eu jogava de ponta e de atacante, me disseram que treinar atletismo poderia ajudar a ser mais rápido. Eu não queria correr, mas fui a alguns treinos, fui melhorando e me dividi entre futebol e corrida. Tive que escolher e acho que acertei", diz o velocista.

Se a paixão pelo Corinthians nasceu em um Mundial, Chris O'Donnell agora tem seu próprio Mundial para disputar, pois neste ano faz sua estreia no de atletismo. Ele e a Irlanda chegam com moral um ano após o país alcançar a final olímpica dos 4x400m pela primeira vez na história, e a meta é repetir a dose nos EUA.

A primeira prova do corintiano é a classificação dos 4x400m misto, às 15h45 (de Brasília) de hoje (15). Se ele passar, corre a final no horas depois. Ele ainda tem a primeira prova individual no domingo (17) e, no sábado que vem (23), O'Donnell e a Irlanda têm a classificação dos 4x400m masculino.

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