Palmeiras x São Paulo: Tom de Rogério Ceni em coletiva chateou Abel
O São Paulo eliminou o Palmeiras da Copa do Brasil nos pênaltis na noite de ontem (14), no Allianz Parque. Depois do jogo, Abel Ferreira citou que o Tricolor teve sorte, além de competência, no confronto. Logo depois, Rogério Ceni rebateu e o tom usado pelo são-paulino surpreendeu e chateou o português, segundo fontes ouvidas pelo UOL Esporte.
Questionado sobre a declaração de Abel, Ceni lembrou da final da Supercopa do Brasil, quando o Flamengo dirigido por ele venceu o Palmeiras também nas penalidades.
"É a segunda vez que eu tenho sorte contra ele, né? Com o Flamengo eu também tive sorte e nós fomos campeões da Supercopa. Hoje também a minha sorte veio", afirmou o comandante do São Paulo.
Apesar de explosivo à beira do gramado e das frequentes reclamações acintosas com a arbitragem, a comissão técnica portuguesa do Palmeiras costuma ter bom relacionamento com as comissões adversárias. Segundo relata o próprio Abel em seu livro, "Cabeça fria, coração quente", a relação é especialmente boa com técnicos brasileiros.
Na partida de ontem, o Verdão precisava vencer por dois gols de diferença e abriu 2 a 0 no marcador com apenas 12 minutos de partida. Na segunda etapa, quando Ceni mexeu no time e o São Paulo equilibrou as ações, o Palmeiras teve a chance de matar o jogo em pênalti desperdiçado por Raphael Veiga. No lance seguinte, o Tricolor teve uma penalidade ao seu favor e Luciano converteu levando a decisão para os pênaltis.
Em sua coletiva, Abel Ferreira afirmou que seu time deveria ter se classificado no tempo normal e que o São Paulo não criou oportunidades suficientes para vencer a eliminatória dentro dos 90 minutos. O português também afirmou que pênalti é competência, mas não escondeu que o Tricolor contou com a sorte.
"Quer vocês gostem ou não, na nossa vida precisamos de uma pontinha de sorte. Competência e sorte, como já tivemos em outros jogos. Não estou dizendo que o São Paulo só ganhou com sorte. Mas é preciso ter sorte. O São Paulo, desculpem, teve", afirmou Abel.
Confira a íntegra das respostas dos dois técnicos:
Abel Ferreira
"Pênalti é competência. Infelizmente nós não temos jogadores para bater pênaltis com essa calma, mas acredito que um dia vamos ganhar. É verdade que perdemos essas cinco vezes. Preferia ter sido eliminado durante o jogo, mas o adversário, na minha opinião, não criou o suficiente para nos eliminar durante o jogo e nós criamos. Depois, nos pênaltis, nosso adversário marcou. Tem competência, calma... Como vou dizer que nosso melhor batedor, que marcou não sei quantos seguidos, hoje perdeu dois? Querem que vos diga o que?
Há situações que só se explica dizendo: são coisa do futebol. E o que aconteceu hoje aqui foi futebol, foi magia. Quer vocês gostem ou não, na nossa vida precisamos de uma pontinha de sorte. Competência e sorte, como já tivemos em outros jogos. Não estou dizendo que o São Paulo só ganhou com sorte. Mas é preciso ter sorte. O São Paulo, desculpem, mas teve. Não é sorte, é a felicidade do jogo. Trabalharam, se defenderam, o goleiro foi o melhor jogador deles, tivemos várias chances para fazer o terceiro. Futebol é isso. Meus jogadores estão de parabéns por tudo que fizeram. Me perguntam se o futebol não é justo, mas ao longo do tempo ele é justo, mas como foi hoje, temos que aceitar e seguir nosso caminho. Temos que dar os parabéns ao São Paulo por ter sido competente nos pênaltis e seguir em frente."
Rogério Ceni
"No futebol quando se perde as pessoas dizem que você deu sorte, quando se ganha, dizem que foram competentes. Os pênaltis eu não coloco como sorte, coloco como emocional, psicológica, pressão. Isso conta muito, não o fator sorte. Você tem um batedor melhor que o outro, um que tem mais frieza que o outro.
É a segunda vez que eu tenho sorte contra ele, né? Com o Flamengo eu também tive sorte e nós fomos campeões da Supercopa. Hoje também a minha sorte veio. Eu não tenho problema nenhum em reconhecer. Final do campeonato paulista nós fomos superiores no primeiro jogo, Palmeiras foi superior no segundo jogo. É importante reconhecer. Ah, 15 minutos ficamos perdidos? Mas nos outros 80 fomos bem lúcidos. Até o Palmeiras esteve perdido nos últimos 15 depois que perdeu o pênalti. Estar perdido também faz parte do jogo quando se joga contra uma grande equipe como jogamos hoje. Temos que sempre tentar valorizar o trabalho dos outros, assim como o Palmeiras, com muito merecimento, toda vez que é campeão todos valorizam e reconhecem o trabalho do treinador."
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