Técnico do Botafogo diz que eliminação 'dói', mas não se abala com protesto
O técnico Luís Castro lamentou a eliminação do Botafogo da Copa do Brasil e apontou que a classificação do América-MG foi justa. Apesar dos protestos ao apito final, o comandante português voltou a dizer que a pressão da arquibancada não vai criar alterações no trabalho. Ele, inclusive, fez um forte desabafo sobre o tema.
O Coelho avançou no torneio após duas vitórias, por 3 a 0 em Minas Gerais, e 2 a 0 nesta noite (14), no Nilton Santos.
Em coletiva após a partida, Luís Castro enalteceu a ligação do elenco alvinegro e afirmou que "nas derrotas é que se vê a união da família".
"A eliminação dói muito porque nós, no futebol, queremos ganhar sempre e queremos ultrapassar cada um dos desafios com sucesso. A nossa união é muito forte porque cada um dos elementos que está dentro do grupo sabe o que temos sofrido ao longo desta temporada, sabe quantos companheiros eles têm perdido e quantos jogadores eu tenho perdido ao longo da semana de trabalho. Quantas vezes temos de nos adaptar ao contexto do momento e temos de alterar as dinâmicas de jogo? Quantas vezes preparamos a equipe para jogar de uma forma e temos de alterar tudo? Ao longo do próprio jogo temos perdido jogadores", disse.
"Tem sido assim a nossa vida. Temos a consciência do quão difícil tem sido. Já era difícil por ser uma equipe nova, ainda mais difícil tem sido por causa disso. Os jogadores têm consciência disso. São jogadores extremamente unidos. Nas vitórias é muito fácil ter união, nas derrotas é que se vê a união das famílias. Estamos unidos para seguir em frente. Sabemos que vai ser difícil, mas a vida é dura com toda a gente, inclusive, para nós", completou.
Questionado sobre as vaias, o comandante do Glorioso lembrou o que considerou a cultura do futebol brasileiro:
"Estou há muitos anos no futebol, estou habituado a tudo no futebol. Portanto, nada me perturba. E se a torcida se manifesta de forma negativa, tem as suas razões para se manifestar. Não esperamos ser elogiados nas derrotas. Sobre a forma como sinto isso? Sinto como normal, sei como é a cultura do futebol brasileiro, estou totalmente preparado para isso. A cultura de vaia quando perdemos e de elogios quando ganhamos. Isso já aconteceu com o nosso time e vai voltar a acontecer. O futebol é assim. Sobre aumento de pressão, não sei qual é o seu medidor. O meu medidor é o meu trabalho".
Ele fez questão ainda de ressaltar que os botafoguenses presentes ao Nilton Santos também apoiaram.
"Houve um apoio da torcida, mas isso passou despercebido. O que chamou a atenção foi a vaia. Não estou dizendo que não houve vaia, mas houve muito apoio muito forte ao longo do jogo. Vínhamos de 3 a 0, estávamos em dificuldade no jogo e, ao longo da segunda etapa [a torcida] apoiou. Ao fim, fomos vaiados e muito bem variados, porque não conseguimos o objetivo que queríamos e que a torcida também queria", afirmou.
Luís Castro elogiou a atuação do Glorioso no jogo desta noite, principalmente nos primeiros minutos do confronto.
"A nossa equipe entrou bem no jogo, foi forte durante os primeiros minutos, ao longo da primeira parte dominou, teve a infelicidade de tomar o primeiro gol e, logicamente, a parte psicológica pesa no jogo. O que pesou não foi o 1 a 0, foi o 4 a 0 na eliminatória. Tínhamos como estratégia chegar, ao menos até o intervalo, vencendo. Foi um golpe, mas, ainda assim, os jogadores se mantiveram em pé, buscando o gol. Não desistiram nunca da obrigação do trabalho. O resultado é cruel para nós, a nossa apresentação em campo não é tão negativa. Foi justa a passagem do América, mas hoje não posso acusar meus jogadores de não terem trabalhado. Tivemos 26 chutes", reforçou.
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