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Brasileirão - 2022

Atlético-MG e Palmeiras pressionam um ao outro por liderança pós-eliminação

Zaracho, do Atlético-MG, comemora gol marcado contra o Borafogo, pelo Brasileirão - Thiago Ribeiro/AGIF
Zaracho, do Atlético-MG, comemora gol marcado contra o Borafogo, pelo Brasileirão Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/07/2022 04h00

Unidos pela insatisfação recente com a arbitragem e pela necessidade de reação após a eliminação na Copa do Brasil, Atlético-MG e Palmeiras colocam pressão um no outro no Brasileirão. Com os destinos cruzados também nas quartas de final da Libertadores — assunto que vai ser resolvido em agosto -, a disputa entre eles se acirrou mais nesta 17ª rodada da Série A. O time mineiro dormiu na liderança após vencer o Botafogo e seca a equipe paulista no jogo de hoje contra o Cuiabá.

O salto do Galo se deu em um fim de semana no qual ele foi o único entre os seis primeiros colocados do Brasileirão a vencer - até agora. Entre derrotas e empates dos rivais diretos, um resultado apertado diante do Botafogo, que ameniza a pressão sobre o técnico Turco Mohamed e teve mais reclamação por conta de um pênalti não marcado. Por ora, o Atlético-MG tem vantagem de um ponto sobre o Palmeiras.

No Brasileirão, o Atlético-MG alcançou sete jogos de invencibilidade. Ninguém está há tanto tempo sem perder na competição: são quatro vitórias e três empates. Mas a sensação é de que o time ainda não atingiu o seu potencial. As atuações mostram que o líder de momento não tem o mesmo nível de desempenho do time do ano passado. E isso ainda inibe a confiança do torcedor.

"Ano passado é história. Os jogadores são diferentes, a equipe é diferente. Outros jogadores, como Zaracho, Jair e Keno, estão voltando a jogar depois de lesão. O melhor disso tudo é que, jogando não tão bem, estamos na liderança do Brasileirão e nas quartas de final da Libertadores", disse o treinador do Atlético.

O Palmeiras, por sua vez, está há três rodadas sem vencer, viu a gordura que construiu no primeiro terço do campeonato evaporar e precisa dar uma resposta — sobretudo porque também tem uma competição a menos no calendário.

No mês que vem, um dos dois só terão o Brasileirão pela frente.

A arbitragem tira do sério

O assunto arbitragem da rodada atual começou no meio de semana, justamente no jogo do Palmeiras. Emerson de Almeida Ferreira e Marcus Vinicius Gomes, que estavam na cabine durante a eliminação palmeirense diante do São Paulo, nas oitavas de final da Copa do Brasil, foram tirados do Athletico x Internacional de sábado. O empate sem gols entre os dois times ajudou o caminho do Galo até ao topo momentâneo.

Mesmo vencendo, o Atlético-MG acrescentou mais um item à lista de reclamações sobre arbitragem. No lance derradeiro diante do Botafogo, o árbitro Raphael Claus anulou o gol de Keno, por considerar que houve impedimento no lance, mas ignorou a penalidade ocorrida na jogada anterior - mesmo olhando no monitor do VAR.

"Nós estamos insatisfeitos com a arbitragem no Brasil, de forma geral", disse ao UOL Esporte o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, que até agora não conseguiu resposta do presidente da comissão de arbitragem da CBF sobre lances contestados em rodadas anteriores:

"O Wilson Seneme precisa vir a público esclarecer isso"

A ofensa racial na arquibancada

Torcedor são-paulino foi filmado no Morumbi fazendo gesto racista para a torcida do Fluminense - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Torcedor são-paulino foi filmado no Morumbi fazendo gesto racista para a torcida do Fluminense
Imagem: Reprodução/Twitter

Um olhar para o que acontece fora de campo no Brasileirão, nas três principais divisões, se depara com mais casos de racismo no futebol. O caso na Série A foi flagrado no Morumbi, em um vídeo de torcedor do Fluminense. As imagens mostram um são-paulino imitando macaco, enquanto policiais militares passam por ele e o afastam da grade que separa a torcida mandante da visitante.

Ainda não houve identificação do autor da injúria racial. O São Paulo se manifestou e disse que "no Morumbi não há espaço para racismo". O Fluminense, por sua vez, repudiou "severamente qualquer ato discriminatório, solicitando celeridade das autoridades na investigação do caso".

Fora da elite, houve um caso na torcida do Criciúma durante o jogo contra a Ponte Preta, pela Série B. O atacante Da Silva, do time campineiro, disse ter sido chamado de macaco por um torcedor adversário.

Na Série C, o lateral-esquerdo Zé Carlos, do Atlético-CE, disse ter sido alvo de ofensas raciais no jogo contra o Brasil de Pelotas. O agressor foi identificado e detido no momento, segundo informou o clube em nota oficial.

Os casos serão encaminhados ao STJD. A CBF "falou grosso" com a Conmebol por causa dos casos de racismo na Libertadores, ainda punidos de forma inócua diante da multiplicação de casos. Mas o fato é o problema ainda é muito vivo dentro das fronteiras brasileiras.

Só acreditei porque vi

O jogo entre São Paulo e Fluminense foi animado, cheio de alternativas táticas criadas pelo ataque e contra-ataque dos técnicos Rogério Ceni e Fernando Diniz. O placar de 2 a 2 representou um entretenimento interessante no domingo. E, para além dos gols, Caio Paulista protagonizou dois lances curiosos - para o bem e para o mal. No aspecto positivo, um domínio de calcanhar que simplificou muito a tarefa defensiva do ponta improvisado na lateral esquerda. No negativo, uma pedalada que teve desfecho bisonho.

Vale a pena ver de novo

O jogo entre Ceará e Corinthians foi recheado de golaços.