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Diego anuncia saída do Fla no fim do ano e deixa aposentadoria em aberto

Diego Ribas, durante anúncio de sua saída do Flamengo ao término do contrato - Letícia Marques/UOL
Diego Ribas, durante anúncio de sua saída do Flamengo ao término do contrato Imagem: Letícia Marques/UOL

Letícia Marques

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/07/2022 11h38

Anunciado há seis anos pelo Flamengo, Diego Ribas utilizou a mesma data para confirmar o fim do ciclo com a camisa rubro-negra. O camisa 10 decidiu encerrar a sua passagem pelo clube carioca em dezembro de 2022, quando termina o atual contrato.

"Na renovação ano passado definimos que seria meu último ano no Flamengo e venho aqui confirmar isso. Encerrará minha passagem pelo Flamengo. Não atuo também mais em outro clube brasileiro. Minha história no Flamengo é muito rica. Vou me dar mais meses ainda daqui para decidir se me aposento ou não. Se continuar, será fora do país. É aqui que quero viver essa reta final. Queria passar isso a vocês, aos torcedores, para que possa viver os últimos meses intensamente, cada jogo, e continuar sendo feliz", disse, Diego, antes de a coletiva ser invadida por jogadores do Flamengo.

Diego não descartou a aposentadoria após a saída do Flamengo, mas reforçou que a decisão será tomada nos próximos meses. O meia comentou a relação com o futebol e a vontade de permanecer no esporte.

"Ser treinador é uma possibilidade, não é uma certeza. Quero ver o futebol de fora. Faz parte da minha vida, mas tenho outros projetos. Quero compartilhar minha história.Transmitir isso para as pessoas para que contribua na carreira delas. Quero dominar meu calendário. Preciso escolher algo que em um primeiro momento não está ligado ao futebol. Se depois de uns anos vejo que preciso estar dentro daquele caldeirão, hoje seria ser treinador. Estudar muito, preparar e voltar", completou.

Jogadores do Flamengo acompanham a coletiva de Diego Ribas - Letícia Marques/UOL - Letícia Marques/UOL
Jogadores do Flamengo acompanham a coletiva de Diego Ribas
Imagem: Letícia Marques/UOL

Everton Ribeiro, Filipe Luís, Gabigol, Rodrigo Caio, Matheuzinho invadiram a coletiva, e o camisa 7 perguntou ao companheiro qual era o jogo mais importante nesses seis anos do Flamengo.

"Jogo mais importante foi contra o Coritiba, em Brasília, dois dias atrás. Estou com 37 anos, seis de Flamengo, e estar ali em campo, jogar, sendo importante, marcar gol, estádio ovacionar...seis anos antes fazia um gol na minha estreia. Depois desse, a final da Libertadores em 2019. Foi maravilhoso", finalizou.

No Flamengo desde 2016, Diego entrou em campo 273 partidas. O camisa 10 foi titular em 204 partidas e conquistou 10 títulos. O meia marcou 44 gols e 32 assistências.

Veja outras respostas:

Relação com o grupo

"Eu diria para as pessoas que o dia a dia é que fala. Espero que essas pessoas maldosas não tratem elas assim. Tudo que foi feito aqui foi feito com muita dignidade, seriedade. Claro que as pessoas às vezes pegam pesado. Encaro isso com amor, não é passivo, é ativo, se posiciona e sempre vou me posicionar. Tem hora que é difícil de entender tanta maldade".

Futuro?

"Não sei onde será e nem se eu vou. São decisões importantes. Será passo a passo. Essa do Flamengo decidi ano passado e agora estou passando para vocês. De fora vai depender. do contrário vou anunciar se vou parar ou não. Quero deixar o tempo falar um pouco".

Torcida

"Falar da torcida é maravilhoso. São fundamentais. Jogar bem, ser reconhecido, estádio gritando seu nome...tivemos altos e baixos, momentos muitos difíceis. O que seria da minha história sem esses momentos? Tentativa de agressão, meus filhos já ouviram graça, minha esposa atacada nas redes sociais. Alguns momentos passa do tom. Nossa sociedade vive momento de descontrole, insatisfação constante. Na vitória se xinga mais o adversário do que celebrar. Eu não concordo. Em relação a nossa equipe, situações passando do limite. Arão 370 jogos, 10 títulos, entrou em campi ganhando de 4 a 0 e é vaiado. Vitnho no último jogo mal entrou e foi vaiado. É normal? Para mim não é. Amo de coração a torcida, mas vamos refletir. Vamos aplaudir mais. Não vamos ganhar sempre. Como descarta um jogador como Arão, Vitinho? Ser persistente é quase uma afronta", continuou:

"Será que um cara veste essa camisa tantas vezes porque é simpático? Se consegue isso com muito esforço, trabalho, vamos refletir sobre isso. Se não gosta ou não, tem que respeitar. Vou sempre me posicionar. Tentaram me agredir, fiz o gol e fui abraçar eles. Se puder aplaudir e gritar meu nome vou adorar. Se está vaiando um jogador, está me vaiando também, é meu amigo ali. A vaia constante, inexplicável. Tomara que o Vidal também faça 300 jogos, ganhe 10 títulos e quando entrar no Maracanã seja aplaudido. E segue a história dele. Depois entra outro. Que a próxima geração colha isso. Que João Gomes saia aplaudido e não expulso. Não é normal, temos de fazer reflexão. Torcida do Flamengo é especial. Ganhamos jogos juntos".

Pensou em desistir?

"Pensei. Mas a vontade e coragem foi sempre maior. Mas sou ser humano. Teve momentos pesados. Teve eliminação contra Athletico-PR, teve quando quebrei a perna...será que não é para acontecer isso aqui? Nossa vida é repleta de decisões e pensei sempre em seguir em frente."