Os cinco principais desafios para o técnico Lisca na chegada ao Santos
Lisca começa hoje (21) a sua trajetória no Santos. O técnico que estava no Sport tem algumas ideias e ouviu pessoas do Peixe para entender o que terá pela frente, mas o raio-X será feito de fato a partir das 10h, no primeiro treinamento no CT Rei Pelé.
O novo comandante do Alvinegro praiano será apresentado oficialmente às 14h, na Vila Belmiro, e estreará diante do Fortaleza, domingo (24), na Arena Castelão, pela 19ª e última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.
Com pouco tempo para trabalhar, Lisca prioriza a conversa com elenco para se entrosar e ganhar a confiança dos atletas. O objetivo é introduzir questões táticas mais complexas a partir de segunda-feira, quando o Santos iniciará a semana livre antes de enfrentar o Fluminense em 1º de agosto, na Vila Belmiro.
Os cinco principais desafios de Lisca no Santos:
Ganhar a torcida
O nome de Lisca foi reprovado pela maior parte da torcida e gerou protestos nas redes sociais. A situação piorou por causa da saída conturbada do Sport após apenas três semanas de trabalho.
Lisca tem o costume de trazer o torcedor para perto rapidamente e tem várias cenas comemorando com as arquibancadas. No Santos, o treinador deve ter uma rejeição inicial a superar.
Mais do que esperar um outro perfil de técnico, o torcedor santista está insatisfeito com a gestão do presidente Andres Rueda após a luta contra o rebaixamento no Campeonato Paulista e as eliminações na Copa do Brasil e na Sul-Americana. A irritação respinga na comissão técnica e elenco. Só resta agora na temporada o Brasileirão.
Dar confiança ao elenco
O grupo principal do Santos está cheio de jovens e até os mais velhos sentiram a crise recente. Reconhecido pela boa relação com os jogadores, Lisca precisará elevar o fator anímico do elenco.
A situação piorou depois da derrota por 4 a 0 para o Corinthians, na Neo Química Arena, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
"Do 4 a 0 para cá, a gente está que nem doido procurando nosso momento o mais rápido possível. A torcida não pode passar pelo que passou, a gente entende e tenta sair o mais rápido possível disso. Temos que achar esse equilíbrio. A vitória, a pontuação indo para a primeira página, junto com o trabalho, vai estabilizar. Lisca é um grande treinador e chega com vitória. Agora, é acalmar e todos juntos encontraremos esse equilíbrio. Não é desculpa, a cobrança em time gigante é assim. Cabe a nós trabalharmos para dar à torcida o que eles merecem", disse o auxiliar Marcelo Fernandes.
Encontrar equilíbrio
O Santos oscila muito nessa temporada. Em alguns jogos, o sistema ofensivo funciona e o defensivo não, e vice-versa. Na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, por exemplo, o Peixe deu muitos espaços e contou com grandes atuações do goleiro João Paulo e do zagueiro Eduardo Bauermann para vencer.
O Santos tem sido um time que se defende mal e ataca com pouca gente. A equipe teve raros momentos de protagonismo e poucas vezes venceu e convenceu durante o ano de 2022.
Achar mais "pontas firmes"
O Santos tem duas unanimidades em 2022: o goleiro João Paulo e o atacante Marcos Leonardo. Outros jogadores viveram bons momentos e outros não tão bons, como Eduardo Bauermann, Lucas Pires, Rodrigo Fernández, Vinicius Zanocelo e Léo Baptistão. Um desafio para Lisca é dar regularidade aos seus titulares.
Ângelo, por exemplo, é visto como futuro craque por todos no Santos, mas ainda não deslanchou. Aos 17 anos, o camisa 11 toma decisões erradas e muitas vezes vê a torcida perder a paciência.
Lisca precisa encontrar a base de um time titular para mexer menos de um jogo para outro. O meio-campo é o setor que mais sofre alterações. Carlos Sánchez foi de nem relacionado com Fabián Bustos para frequente titular com Marcelo Fernandes.
Esses pontas firmes também podem vir do mercado. O Santos negocia com Mario Fernandes, Lucas Blondel, Diego Pituca e Brian Rodríguez. A intenção do presidente Andres Rueda é anunciar reforços ainda nessa semana.
Padrão tático
O Santos não tem um estilo de jogo próprio em 2022. O ex-técnico Fabián Bustos defendia a adaptação ao adversário, mas, no fim das contas, o Peixe se limitava basicamente ao 4-3-3 e ao 4-2-4.
Uma das críticas do ex-executivo de futebol Edu Dracena a Bustos era sobre a dificuldade do técnico argentino fortalecer o meio-campo. O Santos muitas vezes jogou com dois volantes e quatro atacantes, sem um armador.
Com o interino Marcelo Fernandes, o Santos jogou três vezes no 4-3-3 e uma no 4-2-4. O Peixe poucas vezes atuou com três zagueiros ou com quatro homens no meio-campo nos últimos meses.
Ao escolher Lisca, a diretoria do Santos e o novo executivo Newton Drummond entenderam que o técnico pode trazer solidez à equipe, com um estilo pré-definido dentro e fora de casa. O trabalho de Lisca no América-MG, entre 2020 e 2021, foi muito bem avaliado no Peixe.
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