Ceni lamenta empates e erros na defesa do São Paulo: 'Não é característica'
O técnico Rogério Ceni lamentou a oscilação do São Paulo durante o empate em 3 a 3 com o Goiás hoje (23), no Morumbi, pela 19ª e última rodada do Campeonato Brasileiro.
O Tricolor saiu atrás, virou e levou o segundo gol ainda no primeiro tempo. Na etapa final, o São Paulo foi à frente do placar novamente e levou o empate nos acréscimos. O time tem tido muitos problemas defensivos após a lesão de Arboleda e outros zagueiros no departamento médico, como Miranda e Léo.
"Hoje nós finalizamos mais, mas finalizamos muito para fora. Tivemos boas oportunidades, mais que contra o Internacional, mas erramos muito o alvo. Faltou pouco algumas vezes pelo 4 a 2. Lutamos sempre pelo quarto gol, mas infelizmente na marcação estamos deixando a desejar. Temos que corrigir, mas o tempo é curto. Na segunda-feira trabalharemos mais a parte defensiva. Temos errado muito. Os placares são legais para quem assiste, mas seis gols em dois jogos é muito e mostram erros coletivos e uma ou outra falha individual. É nossa responsabilidade fazer o time melhorar", disse Ceni.
"Estamos acostumados a jogar com os mais jovens. Nem conto o Diego jovem, por exemplo. Muita diferença em experiência entre ele e Luizão, por exemplo. Temos que fazer algumas improvisações e com a falta de tempo de treino perdemos um pouco da sintonia. São muitos problemas ao mesmo tempo, não apenas uma improvisação ou outra. Temos que melhorar. Número de empates e número alto de gols sofridos... Isso não é característica do meu trabalho. Nunca tive tantos empates assim. Mesmo jogando pela vitória, é difícil aceitar um resultado como esse, praticamente no fim. Falta concentração e também treino para entendimento coletivo. Welington cansou, Marcos Guilherme entrou na função depois de poucos treinos e faltam ajustes. Como não temos Reinaldo, o Marcos quebrou um galho e faltou sintonia coletiva para coordenar a marcação no último gol", completou.
O São Paulo voltará a campo para enfrentar o América-MG na próxima quinta-feira (28), novamente no Morumbi, pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Veja o que disse Rogério Ceni na entrevista coletiva
Sequência de jogos
"Nós jogamos dia 14, 17, 20 e 23. Com tanta gente fora, o cansaço bate. Tomar três gols é ruim, não contra o Goiás. Mostra que eu, como treinador, e time como um todo precisam evoluir. E isso independe de mudanças e desfalques. Não podemos estar tão expostos e cometermos erros que nos tiram pontos. Podemos caprichar mais na frente e corrigir atrás. Podemos trabalhar segunda, terça e quarta para sincronizar melhor os movimentos e não soframos tantos gols".
Galoppo
"O jogador não foi anunciado, acho que não tem acordo ainda. Eu o cumprimentei, mas não está formalizado. Ele é um jogador pronto, mas se está pronto para jogar do dia para noite, é mais difícil. Tem características boas, sim, mas não tenho um treino com ele para ter uma opinião formada".
Desfalques
"Espero que eles [Jandrei, Miranda e Léo] possam treinar para readaptar no campo, não estão há muito tempo fora. Uma semana, um pouco mais. Até hoje não treinei com eles e preciso experimentá-los em campo. Se liberarem, contamos com eles. Temos quatro dias ainda, três treinos".
Problemas defensivos
"Tentamos corrigir no vídeo sempre, dentre um jogo e outro. Chances que criamos e cedemos. Passamos esse vídeo para eles como retorno do que são os jogos. Se eu treinar, não aguentam jogar. Foram muitos jogos. Na terça tenho o grupo inteiro para treinar, na segunda alguns. Farei um trabalho focado na parte defensiva na terça e um treino mais tático na quarta. Teremos decisão quarta, domingo, outro campeonato na quarta. Novamente quatro jogos em 10 dias. É pesado para todos os times, mas para nós é mais difícil. Temos muitos problemas em desfalques e principalmente no setor defensivo. Na frente temos mais opções".
Desequilíbrio no elenco
"Ofensivamente temos peças para trabalhar. Do meio para frente, por mais que não tenhamos muitos de velocidade, e agora teremos o Marcos Guilherme. Conseguimos fazer times diferentes e com boa energia ofensiva, mas defensivamente temos problemas, são muitos desfalques. Há uma concorrência maior na parte ofensiva do que na defensiva, onde perdemos praticamente os quatro principais zagueiros. Hoje contamos com o Diego, improvisamos o Rafinha na função e ele foi bem. Vamos brigar dia após dia. Vamos recuperar um pouco o time para quinta-feira e depois vamos viver dia após dia. Vamos competir o máximo, mas é difícil projetar a longo prazo. América-MG fez grande jogo contra o Palmeiras, temos Ceará, Palmeiras, Flamengo, Bragantino, Santos... Se eu for pensar em tudo, não dá. É melhor viver. A janela para a Copa do Brasil fecha na terça e vamos aguardar e viver dia após dia".
Escolha dos times
"A escalação é feita de acordo com o trabalho da semana e a produção nos jogos. Não se ganha a posição nos jogos, mas no comprometimento diário. O torcedor vai frustrado embora, mas eu também, estava com três pontos na mão. 26 são muito abaixo do que produzimos no primeiro turno. 28 pontos não seria muita coisa, mas seria um alento. A cobrança por vitória é natural, mas eles estão presentes e nos incentivando. Eles percebem nossa dedicação, por mais que é normal ter simpatia melhor com alguns jogadores. Outros chegam e precisam provar o carinho. Não temos o que reclamar, são 40 ou 50 mil constantemente no Morumbi. Todos ficaram cabisbaixos com esse empate. Sei que a paciência é curta, mas temos feito nosso melhor e precisamos melhorar defensivamente, como time. É minha responsabilidade que isso aconteça".
Três campeonatos
"Se a gente descuidar do Brasileirão, fica difícil sair de uma situação difícil. Copa do Brasil e Sul-Americana são importantes, ser campeão seria incrível para mim. Mas é momento de calma e paciência. Não é a programação de um jogo, temos que olhar para quinta, domingo, quarta e sábado e torcer para que os jogadores voltem e possamos variar de jogo para jogo. Temos um jogo decisivo na Copa do Brasil, mas precisamos de cuidado. Geramos coisas positivas nas copas e está afunilando. Eram 16, agora são oito. Se a gente descuidar do Brasileirão, fica difícil sair de uma situação difícil. Copa do Brasil e Sul-Americana são importantes, ser campeão seria incrível para mim. Mas é momento de calma e paciência. Não é a programação de um jogo, temos que olhar para quinta, domingo, quarta e sábado e torcer para que os jogadores voltem e possamos variar de jogo para jogo. Temos um jogo decisivo na Copa do Brasil, mas precisamos de cuidado. Geramos coisas positivas nas copas e está afunilando. Eram 16, agora são oito e vão sobrar quatro. Não podemos vender as copas, temos que estar ligados nas competições curtas e também no Campeonato Brasileiro. Para isso precisamos de mais jogadores disponíveis e tempo. Agora teremos três dias pela primeira vez para dar uma organizada novamente antes de quatro jogos em 10 dias".
Desgaste mental
"É difícil, tem que ganhar todo dia. Temos expectativa de fazer o time ter resultados. Temos entregado muito fácil os gols. Não concedemos tantas chances, mas abrimos mão fácil da chance ao adversário. Esse cansaço para nós é mais mental, mas para os jogadores é mais físico. Para mim o desgaste mental é grande, deixa aquela expressão de cansaço. Quebramos a cabeça todo dia para montar o time, qual sistema, qual jogador utilizar. Pensamos em tudo e não podemos perder mais jogadores".
Reforços na defesa?
"Quando patrocinador pode dar aquele jogador, temos que aceitar ou não. Não podemos escolher um defensor ou outro jogador. É um patrocinador que oferece uma oportunidade de ter um grande jogador, jovem e que pode nos ajudar muito se o negócio de fato acontecer. Dentro da situação do clube, estamos vendo a oportunidade de mais um defensor desde a lesão do Arboleda. Como ele se lesiona, temos que repetir mais os zagueiros, gerando probabilidade maior de lesão. Precisamos nessa posição, mas é difícil de encontrar no mercado e não podemos acumular gastos e dívidas. E se ficarmos num campeonato só? Vamos torcer primeiro para Miranda e Léo voltarem. Vamos tentar equilibrar essa parte defensiva".
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