Lisca cita LeBron James e reclama da logística do Santos: 'Foi uma gincana'
O técnico Lisca reclamou da logística do Santos para a partida contra o Fortaleza hoje (24), no Castelão, pela 19ª e última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. O Peixe empatou em 0 a 0 na estreia do treinador.
Lisca citou LeBron James, astro do basquete, para comentar as mudanças que quer implementar na rotina do CT Rei Pelé. E quer que o time chegue dois dias antes para jogos fora de casa.
"Começamos errado na quarta-feira depois do jogo contra o Botafogo. A recuperação não pode ser na quinta-feira pela manhã. O sono é o maior recuperador que o jogador pode ter. O LeBron James dorme 12 horas por dia. Dormem para recuperar, parecem ursos hibernados. Não podemos terminar jogo 0h e recuperar de manhã. Temos que dormir e recuperar às 15h. Santos tem equipe multidisciplinar muito competente. Mas eu não podia mudar tudo na chegada. Mas eu assustei. Eu trabalhei aqui, saímos 14h e chegamos no hotel em Fortaleza 22h30. Na quarta-feira, pedi para o Diogo [Castro, coordenador de logística, para vir antes], mas tinha o Fortal aqui. Nosso hotel estava lotado. Só tinha gente de abadá entrando e saindo para festa. Nós trabalhando e eles bebendo. Não conseguimos voo e hotel. Eu me desesperei. Minha estreia, pô. Estávamos sem Maicon, perdendo zagueiro. Trouxe o Jair, mas tomou remédio e não podia jogar. Foi uma gincana. Vamos melhorar. Se não pudermos vir dois dias antes e sacrificar um pouco, estamos no clube errado. Santos é um gigante e tem que se preparar bem para as partidas, priorizando recuperação", disse Lisca.
"São detalhes que fazem diferença. Podemos perder um reino por causa do prego da ferradura do cavalo. O mensageiro não chega e, sem a mensagem... Pequenos detalhes são fundamentais e pecamos muito nessa viagem. E não vai se repetir, torcedor do Santos, eu prometo. Jogador gosta de vir um dia antes, mas vamos mudar essa cultura e a recuperação também", completou o técnico.
Além da logística, Lisca avaliou o empate do Santos. Ele não gostou do primeiro tempo, mas viu melhora na etapa final.
"Agredimos pouco, deixamos os volantes deles à vontade e eles manipularam. Não tiveram situações claras, mas domínio. Perdemos segunda e terceira bola, estávamos sem prontidão muscular, sem acelerações. O Fortaleza vinha numa necessidade enorme e começou a ganhar duelos. Foram superiores. No segundo tempo inverteu com as mexidas. O Lucas Barbosa entrou muito bem, Balieiro também. Ângelo entrou bem na frente, mas precisa ajudar atrás. Ele abafou mesmo entrando depois, jogar aqui é difícil. É muito abafado. Não está acostumado com esse calor, esse bafo. O jogo virou uma loucura. Lá e cá, a gente podia ter cadenciado mais, aproveitado mais os espaços", analisou.
"Tivemos as melhores chances do jogo. O Marcelo pegou, nós erramos e Benevenuto tirou na linha. Pelo segundo tempo, ficou gosto de quero mais. Mas como não produzimos no primeiro tempo e eu faço a mea culpa, treinei um pouco demais. Estratégia não foi tão compreendida no primeiro tempo. Nos propusemos a fazer já nesse jogo, mas nosso bloco acabou sendo baixo em campo, até pela imposição do Fortaleza. Crescemos no segundo tempo, ganhamos duelos, Lucas Braga e Lucas Barbosa fizeram combinações e Marcos Leonardo entrou no jogo. Campo atrapalha, jogo fica lento e a bola quica e vem na canela. Balieiro deu força, entrou com energia (...) No fim, ficou a sensação que poderíamos ter levado os três pontos. O Fortaleza é muito bom, difícil acreditar que estão nessa situação", concluiu.
O Santos terminou o primeiro turno do Brasileirão na nona colocação, com 26 pontos. O Peixe agora terá uma semana livre para treinamentos com Lisca antes de enfrentar o Fluminense no dia 1º de agosto, na Vila Belmiro, pela 20ª rodada.
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