CBF admite erros inaceitáveis da arbitragem e diz que são divisor de águas
O presidente da comissão de arbitragem, Wilson Seneme, admitiu a existência de erros "inaceitáveis", nas palavras dele, ao longo do primeiro turno do Brasileirão e na Copa do Brasil. A mea culpa aconteceu durante reunião com os clubes das Série A e B, na sede da CBF. O encontro de hoje (26) acontece como marco após a conclusão da metade do campeonato, em um momento de muita reclamação contra decisões de campo e do árbitro de vídeo.
Alguns dos equívocos recentes, por exemplo, foram no Palmeiras x São Paulo, que não teve linha de impedimento traçada no lance do pênalti para o São Paulo, e uma marcação equivocada da linha no Ituano x Cruzeiro, na Série B, para citar alguns.
O discurso de Seneme tem como ponto de partida o período em que ele trabalhava na comissão de arbitragem da Conmebol. O dirigente se remeteu a alguns dirigentes que estavam no auditório e, por participarem dos torneios continentais, puderam medir a alegada evolução dos árbitros sul-americanos.
"A referência de quando eu venho à CBF, aceitando o convite, era um grande desafio de tentar reproduzir o mesmo modelo de gestão no Brasil. Não foi um sucesso feito de um dia para a noite, de um minuto para o outro. Ocorreram erros absurdos, sim. Muitos que ocorrem, inclusive, são inaceitáveis para vocês, para nós e para o futebol. Na Conmebol, esse período serviu como um divisor de águas. Essa reunião nossa aqui eu espero e tenho como objetivo que seja um divisor de águas também para a arbitragem brasileira. Os equívocos que ocorreram no primeiro turno, uns são de interpretação, que, com os árbitros afastados ou não, podem ocorrer. Outros são inaceitáveis e têm que servir como divisor de águas", disse Seneme.
Seneme trouxe aos clubes detalhes de algumas medidas previstas no plano de ação apresentado internamente quando a composição atual da comissão de arbitragem foi montada. Segundo ele, haverá uma intertemporada da arbitragem, entre 1 e 5 de agosto, reunindo 95 árbitros.
Para sanar algumas reclamações recentes dos clubes, Seneme prometeu um prazo mais organizado para publicação de áudio e vídeo das principais checagens e revisões do VAR. Para jogos da Série A, até 24 horas após a partida. Na Série B, 48 horas. A comissão de arbitragem da CBF ainda vai formalizar a criação de um quadro chamado de VAR-CBF, com 128 árbitros homologados.
Presidentes dos principais clubes do Brasil compareceram à reunião, entre eles Sérgio Coelho, do Atlético-MG, Leila Pereira, do Palmeiras, e Rodolfo Landim, do Flamengo. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, abriu o encontro e repetiu um discurso de que é necessário, sim, fazer cobranças aos árbitros para que haja melhora no desempenho deles.
"Mas deixamos claro que não existe premeditação em equívocos ou parcialidade no trato da arbitragem", ponderou.
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