Deliberativo do Vasco recomenda aprovação de acordo com 777; AGE será dia 7
Em reunião realizada na noite de hoje (27), o Conselho Deliberativo do Vasco recomendou a aprovação do contrato com a 777 Partners, empresa que tem acordo para a compra de 70% do departamento de futebol do clube. Após o evento, Otto Carvalho, presidente da Assembleia Geral, convocou para o próximo dia 7 a votação dos sócios, última etapa antes da conclusão do rito da SAF. A AGE acontecerá na Sede do Calabouço, de forma híbrida.
Ao todo, foram 189 participantes. Destes, 181 votaram favoravelmente, um foi contrário e houve sete abstenções.
Antes da reunião, um grupo de cinco Beneméritos, formado por Egas Fonseca, Antonio Porphirio, João Carlos Nóbrega, Eloi Ferreira e Rafael Landa, conseguiu uma decisão judicial para que tenham acesso ao contrato entre o Cruz-Maltino e a 777, em um prazo de 48 horas. A decisão, porém, não atingiu a realização do evento. Cabe recurso. Landa, que participava de forma on-line, se retirou da reunião ainda no início.
Durante o encontro do Deliberativo, Luis Manuel Fernandes ressaltou que não há um parecer do Conselho de Beneméritos sobre a questão, indicando que não houve tempo hábil devido à decisão liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que recentemente acatou o pedido da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e paralisou o processo da SAF. A Justiça derrubou a liminar no último domingo.
De acordo com Eduardo Rebuzzi, presidente do Conselho de Beneméritos, afirmou que a reunião do poder será marcada na próxima semana, obedecendo os prazos estatutários.
Roberto Duque Estrada, vice-presidente de Finanças, por outro lado, indicou alguns pontos, como a importância de, mesmo com a SAF aprovada, ser sócio-estatutário, apontando que haverá, por exemplo, prioridade na compra de ingressos.
"São 6.385 aptos a votar. Que a gente tenha uma presença maciça para que não haja dúvida sobre o que o sócio quer", disse Otto.
"A votação me surpreendeu"
Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo, celebrou a forma como o processo caminhou no poder ao longo de toda a discussão sobre a SAF.
"Deliberativo exerceu um papel importante de propor a forma de debate do assunto e destrinchar o assunto. Acho que tivemos êxito nisso, apesar de achar que poderia ser melhor, ser diferente, acho que tivemos sucesso em colocar os vascaínos na discussão. Você pode ser a favor ou contra determinada cláusula, mas hoje todo mundo sabe o que está sendo discutido. Riscos são do negócio. Agora, está entregue ao sócio. O melhor que o Conselho Deliberativo pôde fazer, acho que fez. Acho que o trabalho foi bem feito e o sócio que dê a palavra final", disse.
O mandatário do órgão admitiu que se surpreendeu com o número demonstrado na votação.
"A votação me surpreendeu, o número me surpreendeu. Acho que pode ser uma votação derradeira, ser só uma recomendação, acho que acabou dando uma atenuada na decisão, mas, de qualquer forma, é uma decisão forte. 181 é mais da metade do Conselho Deliberativo, mesmo considerando quem não estava", afirmou.
Questionado sobre a nova ação judicial, com resultado pouco antes da reunião, Carlos Fonseca salientou que esperava que o encontro desta noite fosse mais acalorado.
"Esperava uma reunião mais conturbada, mas se olhar a composição do Conselho hoje, notei algumas ausências que foram sensíveis. Que seriam aqueles mais esperados para o embate, debate acalorado. Senti falta dessas pessoas, talvez, por isso, o clima tenha sido diferente. Esperava uma reunião mais longa", indicou.
"Esse aspecto fala intimamente com a questão de judicialização, que é excessiva no Vasco há muitos anos. Hoje são três, quatro ações sobre o mesmo tema. Quando faz a sobreposição das pessoas quem estavam ou não estavam, quem propõe ou não ação, vê que muitas vezes abre-se mão de participar por dentro do processo do clube, onde se tem vez e voz, para se tentar, de maneira judicial, com o convencimento de apenas um, conseguir aquilo que quer", completou.
Ação corre no TJ-RJ
Em ação ingressada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) na última sexta-feira (22), um grupo de associados do Vasco aponta que dois sócios mortos "votaram" na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) ocorrida no dia 30 de abril, e que aprovou a alteração no estatuto do clube para a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Os sócios em questão são Álvaro Araújo dos Santos (que faleceu em abril de 2017) e Maurício de Araújo Mattos (falecido em dezembro de 2020). Além disso, o grupo solicita à Justiça uma perícia tanto nesta lista quanto na de associados aptos a votar na próxima AGE.
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