Tombense: Quem é o mineiro na Série B que sonha com o acesso no Brasileiro?
Passado o primeiro turno da Série B do Brasileiro, o Tombense aparece como candidatado por uma das quatro vagas à elite do futebol brasileiro. O clube, localizado na pequena cidade de Tombos - a mais de 300 quilômetros de Belo Horizonte, na região da zona da mata - é centenário, mas passou a ter maiores investimentos e profissionalização apenas em 1999. Atualmente, o time é o sétimo colocado na Segundona, com 29 pontos - cinco a menos que o Bahia, hoje na quarta posição.
É a primeira vez na história que o clube disputa a Segunda Divisão do Nacional. A equipe foi campeã da Série D em 2014 e, desde então, disputou a Série C em busca do acesso, que veio no ano passado. Na base, o Tombense revelou nomes como o lateral direito Léo Moura e o goleiro Bruno Fernandes.
Gestão
Desde que começou a se profissionalizar, o Tombense funciona como um clube-empresa, por meio de uma pareceria consolidada com a Brazil Soccer, comandada por Eduardo Uram - um dos principais agentes de jogadores do país. Todos os jogadores do clube fazem parte do grupo.
A empresa trabalha com a gestão de carreira de diversos atletas de renome e em seu site oficial, na seção de "talentos" exibe nomes como o do meia Lucas Paquetá, dos atacantes Roberto Firmino e Willian do Bigode e do goleiro Thiago Volpi.
Apenas no início dos anos 2000 que o time passou a disputar o Estadual, mas em divisões inferiores. A primeira participação na elite do Mineiro ocorreu apenas em 2012. Em 2020, o time chegou à final da competição pela primeira vez na história, sendo superado na final pelo Atlético-MG.
Estrutura e salário em dia
No Tombense há mais de três anos e prestes a completar 125 jogos pelo clube, o goleiro Felipe Garcia, revelado pelo Santos, se tornou uma das principais referências da equipe. Em contato com o UOL Esporte, o jogador revelou que encontrou no clube a possibilidade de se firmar em meio a um momento incerto que vivia na carreira e destacou a seriedade da gestão como um dos principais pontos do sucesso do Tombense nos últimos anos.
"O clube proporciona condições muito boas de trabalho, é muito sério. Desde que cheguei aqui, nunca atrasou salário. Isso ajuda muito. Desde que cheguei, o grande objetivo do clube era subir para a Série B e conseguimos. E esse ano, o time vem fazendo uma belíssima campanha. É manter para que, ao final da competição, a gente possa estar na parte de cima da tabela e, quem sabe brigando pelo G4", disse Felipe ao UOL.
Veto do estádio
Na disputa da Série B, por uma série de exigências da CBF referentes à estrutura para transmissão, iluminação e capacidade, o time não pode mandar seus jogos no estádio Antônio Guimarães de Almeida, o "Almeidão". Por isso, a cada rodada como mandante, o time viaja cerca de 60 quilômetros até a cidade de Muriaé, onde joga no estádio Soares de Azevedo.
Recentemente, em entrevista à Rádio Mais, de Carangola, o presidente do Tombense, Lane Gaviole, fez um panorama da reforma pela qual o estádio passa. Segundo o dirigente, a CBF garantiu uma maior preocupação com a qualidade do local do que com a quantidade de espectadores, sendo que antes das obras as arquibancadas recebiam no máximo 3 mil pessoas.
Diante disso, o clube tem como objetivo ter o estádio pronto em janeiro do ano que vem, já para a disputa do Mineiro, com uma capacidade para 5 mil pessoas.
"Estamos fazendo de tudo para voltarmos em janeiro. Fizemos a entrada dos ônibus, entrada do pessoal da televisão, iluminação, drenagem, sala de VAR, vestiário de árbitros feminino e masculino, mais bares e voltado para a qualidade. A ideia é chegar a cinco mil pagantes", explicou,
Cidade segura e acolhedora
Tombos fica a cerca de 5 quilômetros da divisa com o Rio de Janeiro e possui uma população de aproximadamente 10 mil habitantes. O fato de não poder jogar na cidade gera uma certa frustração para os atletas, como explicou o goleiro Felipe, que ainda ressaltou o acolhimento e a segurança como as principais características do município.
"É uma cidade pequena, que acaba sendo atípica para um clube de Série B. Mas é uma cidade muito acolhedora, em que as pessoas te tratam com muito respeito, muito carinho. As pessoas conversam, te oferecem café, o que é muito bacana, diferente de outros lugares. Infelizmente, a gente não pode jogar em Tombos, o que seria muito bom para as pessoas e para mídia conhecer a cidade. Sempre deslocamos para Muriaé, que também nos apoia e agradecemos por isso".
Para os jogos fora de Minas Gerais, a logística do time é longa. O clube utiliza o aeroporto do Rio de Janeiro para viajar pelo país, o que faz com que a delegação viaje cerca de sete horas para embarcar.
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