SPFC: como foram as passagens de Felipe Alves por Fortaleza e Juventude
Felipe Alves é o novo goleiro do São Paulo. Contratado por empréstimo até o final de 2023, o jogador de 34 anos chega em meio a mistério pela lesão de Jandrei e tenta reencontrar o bom desempenho ao lado de Rogério Ceni - com quem trabalhou no Fortaleza — após passagem discreta pelo Juventude.
Arqueiro do Leão do Pici desde 2019, Felipe Alves virou titular justamente pelas mãos de Rogério Ceni e se tornou o "homem de gelo" do comandante por sua habilidade com a bola nos pés. Juntos, comandante e comandado foram campeões da Copa do Nordeste (2019) e bi do Campeonato Cearense (2019 e 2020).
O jornalista Brenno Rebouças, do "O Povo", acompanhou a passagem de Felipe Alves pelo Fortaleza e, ao UOL Esporte, resumiu a ascensão do arqueiro do futebol do Nordeste. Ele explica que Ceni pediu a contratação de Alves por sua habilidade com os pés e capacidade de atuar como um líbero, e ganhou "de brinde" um pegador de pênaltis.
"Felipe Alves é habilidoso com os pés, Ceni o utilizava como líbero. Ele também é muito frio e não se apavora com marcação adiantada. O apelido dele era Homem de Gelo", contou Brenno.
"No Fortaleza, se mostrou um grande pegador de pênaltis. Ele não adivinha canto, espera até o último segundo para saltar e é muito concentrado", completou o jornalista.
Felipe Alves atuou em 142 partidas com a camisa do Fortaleza. A vida em Caxias do Sul, com a camisa do Juventude, não passou perto de ser igual.
Afastado do grupo e poucas explicações
Após dois anos como titular do Fortaleza, o empréstimo de Felipe Alves ao Juventude no início deste ano surpreendeu a todos, assim como seu afastamento do elenco logo após a reapresentação. O goleiro treinou separadamente até sua transferência, sob a alegação de não fazer mais parte dos planos da comissão de Juan Pablo Vojvoda.
"O clube nunca explicou o que aconteceu de fato, só disse que a comissão técnica não queria mais contar com ele. O presidente do Fortaleza chegou a dizer que o clube está acima de todos, mas nunca foi detalhado. Ninguém fala abertamente sobre", relatou o Brenno Rebouças.
Em entrevista ao O Povo em fevereiro deste ano, Felipe Alves negou qualquer desentendimento e que apenas questionou Vojvoda sobre os critérios para a escolha dos goleiros.
"O questionamento foi em relação aos critérios adotados para a escolha e isso eu questionei sim, até porque preciso sempre saber em quais aspectos eu devo evoluir para ajudar cada vez mais a equipe", disse Alves na ocasião.
Incógnita no Juventude
Apesar da saída conturbada, Felipe Alves chegou ao Juventude com "status de Série A" e deixou tanto torcedores quanto a imprensa em contagem regressiva pela titularidade na meta de equipe gaúcha. A realidade, porém, passou longo das expectativas.
Contratado após o período de inscrições do Campeonato Gaúcho, Alves viu o companheiro César sair na frente em disputa por posição. A falta de oportunidades com Eduardo Baptista e uma lesão muscular fizeram com que o goleiro fizesse apenas três partidas pelo Juventude antes que se transferir para o São Paulo.
Os jornalistas, inclusive, tiveram dificuldades para avaliar a passagem relâmpago de Felipe Alves pelo time de Caxias do Sul.
"Foi uma passagem muito rápida. Ele chegou com status de titular, porém o planejamento da comissão técnica e departamento de futebol foi dar oportunidades ao goleiro César. No momento que o Cesar oscilou, o Felipe teve uma lesão muscular e atrasou o processo de assumir a titularidade no Brasileirão", resumiu Eduardo Costa, da Rádio Gaúcha Serra.
Já Gilberto Júnior, coordenador de esportes da Rádio Caxias, acredita que "incógnita" resume bem os últimos meses do goleiro.
"Se a gente fosse definir a passagem do goleiro Felipe pelo Juventude em uma palavra seria incógnita, porque ele chegou com status de goleiro titular da Série A do Campeonato Brasileiro", falou o jornalista, que avaliou as três últimas atuações de Alves, contra Ceará (Brasileirão), Real Nordeste e Porto Velho (Copa do Brasil)
"Na reta final do primeiro turno, o Felipe recebeu oportunidade contra o Ceará e foi a segurança que o Juventude precisava e muitas vezes não encontrava no César (...) Ele jogou duas partidas pela Copa do Brasil, e (no primeiro) teve um jogo relativamente seguro, embora tenha demonstrado uma indecisão na saída de gol. Teve uma entrada no jogo da segunda fase, mas aí uma participação discreta", completou.
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