Foi pênalti ou não? Ex-árbitros analisam polêmicas de Palmeiras x Ceará
A atuação da arbitragem de Anderson Daronco na vitória do Palmeiras sobre o Ceará, ontem (30), no Castelão, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, desagradou ambos os lados. Enquanto os alviverdes questionam a marcação do pênalti de Danilo em Vina, os alvinegros pedem penalidade de Gustavo Gómez em Mendoza.
A primeira jogada polêmica aconteceu no fim do primeiro tempo, em disputa entre Gómez e Mendoza no meio da grande área. Os torcedores viram penalidade, mas Daronco e o VAR concordaram que o lance foi legal.
Já o pênalti marcado para o Ceará foi marcado aos 34 minutos da segunda etapa. Daronco viu falta de Danilo em Vina na lateral da área e apontou para o centro. O VAR concordou com a decisão de campo e não chamou o gaúcho para rever o lance na beira do campo.
A atuação da arbitragem desagradou, e muito, a direção do Palmeiras. Em coletiva após o jogo, o diretor de futebol Anderson Barros fez duras críticas a Daronco e cobrou um forte posicionamento da CBF sobre a arbitragem brasileira. Na última semana, a presidente Leila Pereira esteve na sede da CBF justamente para falar sobre arbitragem.
"Nós tivemos, hoje, uma arbitragem extremamente complicada, delicada, do Anderson Daronco. São situações que estão extremamente corriqueiras em nosso futebol. Temos um grande produto na mão, e, de alguma forma, estamos conseguindo diminuir o seu valor", falou Barros.
Ao UOL Esporte, três ex-árbitros analisaram ambos os lances. Todos apontaram erro da arbitragem em pênalti marcado sobre Vina. Já o lance entre Gustavo Gómez e Mendoza dividiu opiniões.
Danilo x Vina
O Ceará marcou seu único gol no jogo após marcação de pênalti de Danilo em Vina. Após corte no volante do Palmeiras, o atacante caiu na área e Daronco marcou a penalidade, convertida por Mendoza.
O ex-árbitro Alfredo Loebeling classificou a marcação como "uma vergonha", pois trata-se de uma disputa "natural" dos jogadores.
"O pênalti marcado para o Ceará é uma vergonha. Não foi nada. Uma jogada de corpo. Natural", avaliou.
Carlos Eugênio Simon foi pelo mesmo caminho: "O Vina toca a bola e na disputa com o adversário acaba caindo. Tem um contato, mas não é infração. Não foi pênalti".
José Aparecido criticou Daronco por não rever o lance no VAR.
"O pênalti que foi marcado não aconteceu, embora o árbitro estivesse próximo. A convicção dele foi tanta que preferiu abrir mão da consulta ao VAR, para um melhor juízo com relação ao lance em si".
O árbitro, porém, só pode ir ao monitor caso a cabine discorde da decisão de campo.
Gómez x Mendoza
A disputa na área entre Gustavo Gómez e Mendoza, por outro lado, gerou divergências entre os árbitros. Enquanto Loebeling e Simon afirmaram que apontariam para o centro da área, José Aparecido não viu irregularidade no lance.
"O suposto pênalti não marcado realmente não aconteceu", opinou José Aparecido. Simon, por outro lado, apontou empurrão do capitão alviverde: "Pênalti".
Loebeling viu "compensação" de Daronco na jogada entre Vina e Danilo após não marcar a penalidade em Mendonza.
"Eu acho que o Daronco marcou justamente porque não marcou o do primeiro tempo, que é um pênalti escandaloso. A arbitragem está perdida. Foi um pênalti compensatório", completou.
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