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Fla ensaia mercado dos sonhos e tenta repetir 2019 por novo ano mágico

Volante chileno Arturo Vidal é a contratação mais simbólica do Flamengo nesta janela de transferências - Marcelo Cortes / Flamengo
Volante chileno Arturo Vidal é a contratação mais simbólica do Flamengo nesta janela de transferências Imagem: Marcelo Cortes / Flamengo

Bruno Braz e Letícia Marques

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/08/2022 04h00

A formação da base do atual elenco do Flamengo se iniciou em 2019, quando a gestão de Rodolfo Landim decidiu investir pesado em contratações. Três anos depois, o Rubro-Negro repete o movimento na janela de transferências e, inclusive, com uma curiosidade no que diz respeito ao treinador.

O início de 2019 foi marcado pela montagem do grupo que, em grande maioria, ainda veste as cores do clube. Na ocasião, o Fla movimentou cerca de R$ 108 milhões nas contratações de Gabi, Arrascaeta, Bruno Henrique e Rodrigo Caio. O camisa 9, por sua vez, chegou por empréstimo sem custo e foi comprado em definitivo somente em 2020.

Depois, no meio da temporada, o clube carioca contou com as chegadas de Filipe Luís, Rafinha, Gerson e Pablo Marí. Neste período, foram cerca de R$ 54 milhões investidos, lembrando que os laterais estavam livres no mercado. Os mais de R$ 160 milhões resultaram em títulos históricos: Libertadores e Brasileirão, além de Supercopa, Recopa e Carioca no ano seguinte.

Os altos investimentos anteriores e a pandemia tornaram o Fla um pouco mais cauteloso no mercado nos últimos dois anos. Este freio, no entanto, estava previsto pelo clube, que projetou a formação de um time vencedor por três anos. Agora, em 2022, a postura projetada é a de recuperar o espírito investidor, o que ficou claro na janela de transferências ainda em curso. Na do início do ano, o Fla teve cuidados por conta de uma possível penhora do Banco Central, mas o clube venceu a ação judicial em curso e conseguiu ter margem para investir.

Nos primeiros meses de 2022, o clube carioca investiu cerca de R$ 37 milhões nas contratações de Marinho, Pablo, Fabrício Bruno - sem contar com Ayrton Lucas que veio por empréstimo sem custos.

Com o problema resolvido com o banco, o Flamengo guardou os altos investimentos para o meio do ano: Everton Cebolinha, Arturo Vidal, Erick Pulgar e Guillermo Varela. Até o momento, cerca de R$ 85 milhões já foram gastos. O valor pode ser ainda maior, já que o clube carioca tem conversas pelo volante Walace (Udinese) e pelo meia Oscar (Shanghai Port).

Em 2019, foram oito contratações no total - sendo quatro delas vindas do futebol europeu. A duas semanas para o fim da janela de 2022, o Flamengo já igualou o número de investimentos, no entanto, superou as chegadas de jogadores dos clubes estrangeiros: seis.

As contratações de 2019 montaram o 'time titular' do Flamengo que se prolonga como base até os dias de hoje. Os investimentos deste ano chegaram para disputar uma vaga. Dentre todos, Ayrton Lucas é quem mais foi utilizado entre os 11 principais.

Troca de comando

Dorival Júnior e Everton Cebolinha em sua apresentação no Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Dorival Júnior cumprimenta Cebolinha: treinador foi anunciado na mesma data que Jorge Jesus foi apresentado
Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

O Flamengo iniciou a temporada de 2019 com Abel Braga no comando, no entanto, as contratações do meio do ano chegaram quando Jorge Jesus já estava como técnico. O português foi apresentado no dia 10 de junho daquele ano e escreveu a primeira página da história de uma passagem avassaladora que durou pouco mais de um ano.

O fantasma de Jesus assombrou os treinadores que passaram pelo Ninho do Urubu desde então, inclusive, o penúltimo: Paulo Sousa - demitido em junho de 2022. No dia 10 de junho, o Fla anunciou a contratação de Dorival Júnior, que, além da semelhança da data e o benefício com contratações de maior impacto, vai indicando que pode conduzir o Rubro-negro a uma nova virada de chave.

Dorival assumiu o Flamengo para organizar a casa e, em pouco menos de dois meses no comando, traça caminhos promissores. São 15 jogos, com 10 vitórias, um empate e quatro derrotas. Ao todo, 31 gols marcados e apenas 12 sofridos, com um aproveitamento de quase 70%.