CBF quer blindar arbitragem e VAR de "guerra" declarada por clubes
Trazer os árbitros para passar alguns dias no Rio em treinamento tem um componente técnico, mas também mental. A intertemporada que termina na sexta-feira faz parte da estratégia da comissão de arbitragem da CBF para construir uma resposta às críticas — algumas merecidas — ao desempenho de quem está em campo ou na cabine. A blindagem faz parte do plano. Até porque, embora já tenha reconhecido erros "inaceitáveis" neste ano, o chefe dos árbitros entende que há uma "guerra" fomentada pelos clubes. E de caso pensado.
"O ambiente não pode estar contaminado. Porque existe uma estratégia clara de muitos clubes de fazer guerra fora do campo. E não é só uma guerra com a arbitragem. É guerra com tudo. Investimento, força, poder. Os árbitros têm que se afastar disso, reconhecer o que tem que melhorar para colocar em campo o melhor trabalho possível", disse Wilson Seneme, presidente da comissão, em entrevista ao UOL Esporte durante treinamento com os árbitros nesta semana.
A intertemporada reúne, ao todo, 95 árbitros. Árbitros centrais, assistentes e árbitros de vídeo foram divididos em grupos para participar de palestras, compartilhar as experiências e treinar tanto em campo, quanto na cabine. Em relação ao VAR, a lista de erros recentes tem linhas de impedimentos traçadas equivocadamente e até mesmo "esquecimento" de checagem de impedimento em lances capitais.
"O sentido da intertemporada é avaliar o primeiro semestre. Dentro dessa avaliação estão as reuniões que fizemos com clubes e federações. É transformar isso em instrução para os árbitros no segundo semestre. É o momento que terminou o primeiro turno e começou o segundo. Queremos fazer ajustes necessários na instrução", explicou Seneme.
A comissão de arbitragem tem sido bombardeada nos últimos meses. Em julho, houve uma reunião com clubes das Séries A e B na CBF. Nessa ocasião, os presidentes levaram as queixas diretamente a Semene. Alguns deles, dias antes, tinham feito críticas diretas ao trabalho, como o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho:
No nosso entendimento, Wilson Seneme está no lugar errado. O cargo não condiz com sua postura".
Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues confia em Semene e aposta em um trabalho de longo prazo. Apesar do contexto de tensão, nem passa pela cabeça do dirigente trocar o comando da arbitragem nacional. Ednaldo, ao mesmo tempo, quer que os árbitros sejam cobrados pelos erros e não apresentem falhas em situações elementares.
Um incômodo recente foi com a atuação de Luiz Flávio de Oliveira no Flamengo x Athletico, pela Copa do Brasil. O árbitro foi afastado, mesmo sendo um dos mais experientes. A volta às escalas acontecerá após a passagem pelo Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (Pada), introduzido por Seneme.
"É uma preocupação nossa, mas ao mesmo tempo a gente tem que saber separar. O que é crítica construtiva para o trabalho melhorar a gente tem que absorver", pontua o presidente da comissão de arbitragem.
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