Bustos chega questionado e mais 4 conclusões após a vitória do São Paulo
A entrevista coletiva do técnico Rogério Ceni após a vitória do São Paulo sobre o Ceará por 1 a 0 pelas quartas da Sul-Americana durou cerca de 20 minutos. Foi o suficiente para entender algumas situações do elenco para a sequência decisiva na temporada.
Já dá para entender que Nahuel Bustos, que deve chegar do futebol espanhol, terá de convencer Rogério a usá-lo. Ao mesmo tempo, existe uma insatisfação de Ceni com o modo como a diretoria está lidando com a montagem (e desmontagem) do elenco atual.
Bustos terá de ganhar espaço
Uma das coisas que mais chamou atenção nas palavras de Ceni foi como ele tratou da possível chegada de Nahuel Bustos, que estava no Girona-ESP. O técnico disse que não sabia sobre a chegada dos reforços (o clube também negocia a chegada de Nahuel Ferraresi, zagueiro —ele e Bustos são jogadores do Grupo City) e ainda disse que não foi comunicado sobre Bustos.
"Chegam mais dois jogadores, é isso? Eu desconheço a chegada dos jogadores. Sobre o zagueiro, ainda fui consultado. Mas sobre o atacante, não fui comunicado. Eu acho que o São Paulo tem um elenco grande. Temos um bom elenco", disse.
O resumo é que Bustos chega em um cenário negativo: sua contratação gerou um incômodo, o treinador não o pediu nominalmente e não há indícios de que foi escolhido por alguma característica específica. É o contrário do último atacante contratado pelo São Paulo, Marcos Guilherme, jogador de velocidade de lado de campo que o São Paulo queria há tempos. Por mais que Bustos também seja descrito como um jogador de velocidade, o incômodo de Ceni é um entrave.
Vendas incomodam Ceni
Ceni não reclamou em nenhum momento da venda de jogadores, mas falou que "não gosta de remontar times em meio da temporada". É um recado direto para a diretoria. Recentemente, o atacante Marquinhos foi vendido, assim como Gabriel Sara. Nenhum deles fazia parte da espinha dorsal montada pelo técnico (Sara por causa da grave contusão), mas a frase parece ser um alerta. Antes de a janela abrir, por exemplo, existiam rumores sobre assédio a Igor Gomes, Rodrigo Nestor e Wellington.
É bom lembrar: na primeira passagem de Rogério como técnico do São Paulo, foram justamente as vendas que minaram seu trabalho. Em 2017, ele perdeu David Neres, Luiz Araújo, Thiago Mendes, Lyanco e Maicon durante a temporada.
Existe um problema de bola parada
Em dois momentos, Ceni falou sobre a bola parada do São Paulo. Primeiro, admitiu que pensou em colocar Reinaldo, que voltava de lesão, para bater o pênalti que Calleri perdeu. Depois, disse que Wellington "não bateu como deveria" os escanteios que cobrou. Segundo ele, "erro foi na batida". A insegurança com os cobradores de pênaltis não é exatamente assunto novo, mas a ineficiência em escanteios, sim. "Erramos as batidas na maioria das vezes. A bola não cai onde é determinado cair e aí fica mais difícil", afirmou.
Gramado do Castelão causará mudanças
Ceni também falou sobre a partida de volta contra o Ceará, que acontece em Fortaleza, na próxima quarta-feira. "Faz tempo que eu não jogo no Castelão, vemos pela TV. O estádio, que é fantástico, uma acústica, capacidade boa, tudo, mas o principal, que é o gramado, infelizmente... É muito jogo". Pensando que outros times já enfrentaram dificuldades quando jogaram na capital cearense, é uma conclusão fácil de se tirar que Ceni deve apostar em um time menos móvel e mais defensivo. "Para quem constrói é difícil o gramado ruim. Para quem constrói, um gramado bom é sempre melhor. Para quem tem que se defender, o gramado ruim às vezes até te auxilia em algumas coisas. Vamos tentar montar um time com característica que seja boa e observar o gramado no fim de semana".
Nikão, Patrick, Luciano e Calleri não jogarão juntos
Ao fazer uma análise da temporada, Ceni falou também sobre a necessidade de poupar jogadores e ter "um bom elenco, que até dificulta para o treinador fazer as escalações. Do meio para frente, são 21 opções para cinco vagas". Pensando nisso, é improvável que os quatro jogadores que têm sido mais decisivos nas últimas partidas, Nikão (autor do gol contra o Ceará), Patrick, Luciano e Calleri, comecem um jogo juntos. Primeiro, Nikão e Patrick hoje são usados em funções semelhantes. Para usá-los juntos, seria necessária uma adaptação, que custaria vaga ao mais avançado dos meio-campistas. Com Ceni dizendo, porém, que tem opções, essa adaptação não seria uma prioridade.
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