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Libertadores - 2022

Cabeça fria x inconstância: duelo mental opõe Palmeiras x Atlético-MG

Hulk e Murilo balançaram as redes em Atlético-MG x Palmeiras, jogo válido pelas quartas de final da Libertadores - Alessandra Torres/AGIF
Hulk e Murilo balançaram as redes em Atlético-MG x Palmeiras, jogo válido pelas quartas de final da Libertadores Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Diego Iwata Lima, Lohanna Lima e Victor Martins

Do UOL em São Paulo e Belo Horizonte

09/08/2022 04h00

Cabeça fria, coração quente. O mantra que acompanha o Palmeiras desde a chegada do técnico Abel Ferreira ao comando da equipe já rendeu diversas grandes conquistas ao clube nesses quase dois anos de trabalho. Diante de um Atlético-MG fragilizado nas últimas semanas, essa pode ser a principal arma do time paulista no jogo de volta das quartas de final da Libertadores, na quarta-feira (10), às 21h30 (de Brasília) no Allianz Parque. Na ida, empate por 2 a 2 no Mineirão, em um jogo no qual a equipe de Cuca abriu 2 a 0 de vantagem.

Ao contrário do Verdão, que tem se caracterizado pela frieza e concentração, o Galo tem sido um time inconstante em suas atuações. Prova disso é que nos últimos cinco jogos o time alvinegro deixou a vitória escapar. Para piorar, três desses tropeços vieram nos instantes finais. Se o time de Abel costuma controlar bem a ansiedade em momentos adversos para se reconstruir nas partidas durante momentos complicados, o Galo vem sofrendo apagões que custam caro.

O primeiro dos mais recentes foi contra o Corinthians, pelo Brasileirão. O Galo vencia o jogo por 1 a 0 até os 34 minutos da segunda etapa, quando sofreu uma virada relâmpago. Fábio Santos marcou duas vezes em menos de dez minutos e o time mineiro saiu derrotado por 2 a 1.

Por outro lado, não foi a nem de longe a primeira vez que o time de Abel precisou agir com frieza para buscar a reação. Contra o próprio Galo, em 2021, pelas semifinais da competição continental, o Palmeiras saiu atrás no Mineirão. O gesto de Abel apontando para a cabeça e pedindo calma viralizou, pois o time paulista reagiu, empatou a partida e levou a classificação pelo critério de gol fora de casa.

Abel Ferreira, ao lado da psicóloga Gisele Silva antes do confronto com o Atlético-MG - Fabio Menotti/Palmeiras  - Fabio Menotti/Palmeiras
Abel Ferreira, ao lado da psicóloga Gisele Silva antes do confronto com o Atlético-MG
Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras

O Atlético chega para o confronto vivendo se maior jejum na temporada: cinco jogos sem vencer, sendo dois empates e três derrotas. A última também veio de maneira dolorosa para o time, que esteve duas vezes à frente do Athletico-PR, no último domingo (7), mas tomou a virada em um contra-ataque no último lance da partida. Após a partida, Cuca falou sobre o poder de escolha dos jogadores em campo, na hora das conclusões das jogadas, sendo para ele um fato que merece atenção, umas vez que os atletas são expostos a uma série de fatores que podem contribuir para que as coisas não saiam tão bem.

"Às vezes a gente critica as escolhas de um jogador, mas eles estão em um espaço muito reduzido e com contato toda hora tendo que fazer a escolha por uma jogada ou outra. Hoje tivemos duas jogadas em que adiantamos muito a bola, lances claros para se fazer o gol. Se fizesse, viria todo o fator positivo e quem sabe poderia fazer o segundo de vantagem. Mas não aconteceu e o jogador vai perdendo a confiança. O jogador é movido à confiança, não importa a idade que ele tenha, se é 18 ou 35. Por isso cobramos as melhores escolhas. Quem sabe os grandes jogadores que temos aqui voltem a ter esses momentos na quarta-feira", avaliou Cuca.