CBF aceita acordo com AFA para cancelar Brasil x Argentina de setembro
A CBF informou hoje (10) que vai aceitar o acordo proposto pela Fifa e pela Associação de Futebol Argentino (AFA) com objetivo de não realizar o confronto entre Brasil e Argentina, que ficou pendente pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O duelo chegou a ser agendado para 22 de setembro.
A Fifa precisa homologar o acordo e há expectativa na CBF de que isso aconteça nas próximas horas. Em nota, a entidade brasileira disse que houve um pedido do técnico Tite e do coordenador Juninho Paulista para o caminho do cancelamento do jogo.
"No documento encaminhado ao presidente, eles dizem que a comissão técnica não tem interesse em realizar o jogo, que está marcado para São Paulo. Segundo os integrantes da comissão, a partida poderá ser prejudicial à preparação da seleção para a Copa do Mundo", informou a CBF.
A comissão técnica da seleção ainda pontuou o risco de lesões, suspensões e boicote dos argentinos ao jogo, além de inviabilizar realizar um segundo jogo em setembro na América do Sul. Com o cancelamento da partida, Juninho precisa organizar os jogos da seleção para a data Fifa de setembro. Locais e adversários ainda estão indefinidos, embora haja negociação com seleções africanas, com objetivo de atuar na Europa.
Para as Eliminatórias, em si, o cancelamento do jogo não interfere na classificação final de Brasil e Argentina. A seleção de Tite terminou em primeiro, com 45 pontos, e de forma invicta. A Argentina ficou em segundo, com 39 pontos.
O jogo contra os argentinos deveria ter ocorrido por completo em 5 de setembro de 2021, mas houve interrupção após entrada de homens da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no gramado da Neo Química Arena, em São Paulo. O objetivo era impedir que jogadores da Argentina que não cumpriram quarentena na chegada ao Brasil do Reino Unido atuassem no confronto. Três deles eram titulares na ocasião: o goleiro Emiliano Martínez, o zagueiro Cristian Romero e o volante Giovanni Lo Celso. A delegação ainda tinha Emiliano Buendía entre os atletas que não cumpriram o requisito das autoridades sanitárias brasileiras.
No âmbito judicial, a Fifa tinha punido tanto a CBF quanto a AFA por causa do episódio. A multa aplicada à CBF, segundo definição do Comitê de Apelações da Fifa, estava em 250 mil francos suíços (R$ 1,3 milhão). O motivo? "Infrações relativas à ordem e segurança". Enquanto a AFA levou 100 mil francos suíços de pena (R$ 537 mil) por "deixar de cumprir obrigações relativas à realização da partida". As duas ainda foram punidas com mais 50 mil francos suíços (R$ 268 mil) pelo abandono da partida, em si.
As duas entidades recorreram e levaram o caso à Corte Arbitral do Espote (CAS). Havia uma expectativa de resposta para o dia 22 de agosto. Mas o acordo antecipa qualquer resolução.
Segundo o UOL apurou, o movimento da CBF de aceitar o acordo foi dado na sexta-feira. Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, antes não queria nem saber disso, mas mudou de ideia.
"Diante da posição da comissão técnica, vamos procurar neste momento a Fifa para que a partida não seja realizada. Não vou medir esforços para atender a comissão técnica. A nossa prioridade é conquistar o hexacampeonato no Catar. Se a partida não é recomendada pelo comando da Seleção, vamos investir para que a partida não ocorra", disse Ednaldo, ao site da CBF.
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