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Prefeitura dá ultimato e pode tomar terreno do antigo estádio do Grêmio

Estádio Olímpico está fechado e prefeitura reclama do estado de abandono da área de 8 hectares - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Estádio Olímpico está fechado e prefeitura reclama do estado de abandono da área de 8 hectares Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

11/08/2022 04h00

A área do estádio Olímpico pode ser desapropriada pela Prefeitura de Porto Alegre. A medida drástica é cogitada nos gabinetes do Paço Municipal depois de o acordo entre OAS e Grêmio emperrar, em abril do ano passado. O argumento é a condição atual do local e registro de invasões que aumentam o clima de insegurança no bairro. O futuro da antiga casa gremista foi assunto em reunião no início da semana e estará na mesa em novo encontro, amanhã (12).

Segundo apurou o UOL Esporte, Sebastião Melo, prefeito da capital gaúcha, se encontrou com dirigentes do Grêmio, na última segunda-feira (8), na Arena do Grêmio, após recentes declarações de Melo sobre as condições atuais da área. No encontro de amanhã, a Prefeitura terá reunião com o Ministério Público para formalizar ação de execução do acordo assinado entre Grêmio e OAS, em abril de 2021.

Durante as negociações do Grêmio para construção da Arena do Grêmio, a área do Olímpico recebeu índice construtivo para obter valorização. O projeto original prevê construção de condomínios residenciais, mas a ideia nunca saiu do papel. Na prática, a Prefeitura quer início de cronograma para obras ou revogação do regime urbanístico, que deve afetar o valor do local. Em última instância, a posse do local pode ser exigida para venda posterior.

"O que não posso, como prefeito de Porto Alegre, é suportar esse descaso da OAS com a cidade. Isso não pode acontecer. Virou um sítio abandonado, com uso de drogas e insegurança para o bairro", disse Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, ao jornal Zero Hora.

"Como está não pode ficar", acrescentou Ricardo Gomes, vice-prefeito.

O entorno do estádio Olímpico foi cedido, recentemente, para servir de garagem para a frota da empresa de ônibus municipal, a Carris, e também já foi palco de treinamentos da Brigada Militar. Atualmente, contudo, a área não tem nenhum uso. De acordo com a Prefeitura e o Grêmio, existem registros de invasões e uso das dependências do estádio para consumo e tráfico de drogas.

Inaugurado em 1954 e fechado desde 2013, o Olímpico faz parte do acordo do Grêmio para construção da Arena do Grêmio, inaugurada em 2012. O antigo estádio seria trocado pela gestão do novo equipamento, mas o fim do negócio não aconteceu.

"O Grêmio tem a escritura da área do estádio Olímpico, vigilantes atuando 24h por dia e sete dias por semana e manutenção básica, mas há contrato que de certa forma foi descumprido pela OAS com o não-pagamento de garantias contratuais e demais documentos necessários para conclusão do acerto", disse Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio.

Sem receber jogos há quase dez anos, o Olímpico já teve áreas implodidas, mas segue com paredes de pé. O Grêmio mantém 13 seguranças em esquema de guarda patrimonial, mas afirma que a responsabilidade pelo prédio e demais instalações é da OAS e da Karagounis, empresa imobiliária que administra as construções do grupo.

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