Topo

Torcida do Fla se empolga com semi e já se mobiliza por final em Guayaquil

Ônibus de torcedores do Flamengo na chega a Lima, um dia antes da final da Libertadores de 2019 - Diego Salgado/UOL
Ônibus de torcedores do Flamengo na chega a Lima, um dia antes da final da Libertadores de 2019 Imagem: Diego Salgado/UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/08/2022 04h00

O flamenguista tem como uma de suas principais características a confiança. E foi baseada nesta personalidade que a torcida rubro-negra invadiu Lima (PER), em 2019, e Montevidéu (URU), em 2021, nas finais da Copa Libertadores. Por trás da grande superioridade numérica nas cidades estava o planejamento com antecedência, mesmo com o time sem ter garantido ainda a vaga na decisão. Este fenômeno volta a se repetir, agora mirando a finalíssima da competição em Guayaquil, no Equador, em 29 de outubro.

Com a classificação da equipe à semifinal, após superar o Corinthians, cresceu consideravelmente a procura por passagens para a capital equatoriana e alguns rubro-negros já garantiram seus bilhetes. Os preços para a opção aérea, porém, estão salgados e variam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil (a depender das datas), e a tendência é a de que eles aumentem com o passar do tempo.

Presente em Lima, em Montevidéu, e até mesmo em Doha, no Qatar, em 2019, na final do Mundial de Clubes contra o Liverpool, Ricardo Henrique Magalhães reservou uma passagem ao custo de R$ 7,3 mil, indo em 27 de outubro e voltando em 1º de novembro. Como possui desconto na companhia aérea, acabou pagando R$ 6,3 mil.

"Estou pagando agora mais caro do que paguei para Lima, Montevidéu e Doha. Para Doha, eu comprei em agosto, um dia depois de Flamengo e Inter, que foram as quartas de final [da Libertadores]. Paguei R$ 5,5 mil para Doha com um voo direto saindo de São Paulo", disse o rubro-negro, que também alertou sobre o custo que os flamenguistas terão em Guayaquil:

Rubro-negro Ricardo Henrique Magalhães na final do Mundial do Fla em Doha: também esteve em Lima e Montevidéu - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Rubro-negro Ricardo Henrique Magalhães na final do Mundial do Fla em Doha: também esteve em Lima e Montevidéu
Imagem: Arquivo Pessoal

"Além da passagem cara, há poucos lugares para se hospedar e a moeda oficial é o dólar, então, vai ser salgado. A galera que vai ficar mais tempo lá, tem que ir preparada, porque não vai ser barato, não", comentou.

Como um bom flamenguista, Ricardo Henrique Magalhães explicou que, além de evitar um custo maior na passagem, decidiu comprá-la logo, pois está confiante de que o Flamengo chegará à final da Libertadores.

"Obviamente, estamos bem confiantes em como o time vem jogando. Esse jogo contra o Corinthians foi até mais difícil, por ser um clássico nacional, do que os times argentinos [Vélez Sarsfield e Talleres], que estão mal no campeonato deles, apesar de serem argentinos e sempre complicarem. Mas é isso, confiança total porque o Flamengo está jogando bem", declarou.

Pacotes de agências já estão à venda

Quem prefere optar pelos pacotes de viagens, algumas agências já estão disponibilizando. O UOL Esporte, por exemplo, constatou uma que oferece passagem aérea, hospedagem, ingresso e transfer. O "primeiro lote" está saindo a partir de R$ 12.990 por pessoa, em apartamento duplo, podendo ser parcelado em até seis vezes sem juros. A chegada é no dia 27 de outubro e a volta no dia 30 de outubro.

O detalhe é que a agência — ciente de que pode ocorrer uma final brasileira — não faz distinção de equipes, e salienta em seu flyer de divulgação: "Caso seu time não vá para final, o valor ficará em crédito de viagem".

Alguns aguardam definição sobre a sede da final

Rubro-negro Rafael Dutra na final em Lima: aguarda definição da Conmebol para fechar Guayaquil - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Rubro-negro Rafael Dutra na final em Lima: aguarda definição da Conmebol para fechar Guayaquil
Imagem: Arquivo Pessoal

Outros flamenguistas, porém, ainda não estão totalmente seguros de que a final acontecerá, de fato, em Guayaquil, já que o Barcelona (EQU), dono do estádio em que foi agendada a decisão, não tem cumprido os pré-requisitos exigidos pela Conmebol.

Até mesmo a capital do Chile, Santiago, foi cogitada, porém o governo equatoriano tem entrado em ação para que o país não perca a oportunidade de sediar a final, e a tendência é a de que o jogo seja mantido no local de origem.

Outro ponto que tem sido levado em consideração pelos rubro-negros é a possibilidade de aviões fretados, como aconteceu em Lima e Montevidéu, uma vez que não há voos diretos para Guayaquil.

"Eu certamente irei, mas ainda estou aguardando essa indefinição quanto ao local do jogo, se realmente será Guayaquil. Acredito que será. E também estou na expectativa de pintar um voo fretado, porque se a diferença de preço for pouca para o normal, prefiro ir no fretado, sem escala", declarou o consultor Rafael Dutra.

Viagem de ônibus tem duração mínima de 5 dias

O torcedor que optar por ir a Guayaquil de ônibus, terá pela frente uma dura, cansativa e longa viagem via terrestre. Para quem sai do Rio de Janeiro, por exemplo, a duração prevista é de, no mínimo, cinco dias.

O trajeto passa por Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Peru, até chegar à capital equatoriana. Geralmente, neste roteiro, o passageiro troca de veículo em Buenos Aires (ARG) e Lima (PER), antes de desembarcar no destino final. O custo da passagem, segundo os sites especializados, está saindo entre R$ 1,8 mil e R$ 2,8 mil.

Final acontecerá à véspera de possível 2º turno de eleição

Uma curiosidade importante este ano é que a final da Copa Libertadores acontecerá um dia antes de um possível segundo turno nas eleições brasileiras. Segundo as pesquisas atuais, há uma forte tendência de que no pleito presidencial, ocorra uma disputa entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula.

Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral, "o eleitor inscrito no Brasil que se encontrar no exterior na data do pleito pode apresentar justificativa pelo e-Título no dia e no horário da votação. Pode ainda, em até 60 (sessenta) dias após cada turno ou no período de 30 (trinta) dias contados da data do retorno ao Brasil, apresentar justificativa pelo e-Título, pelo Sistema Justifica, ou entregar o Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição) em qualquer zona eleitoral ou enviá-lo pela via postal ao juiz da zona eleitoral na qual for inscrito, acompanhado da documentação comprobatória da impossibilidade de comparecimento ao pleito".

Em 2019, troca de sede e perrengue em estádio; Em 2021, poucos lugares para hospedagem

O torcedor do Flamengo que esteve presente nas duas últimas finais da Libertadores do clube teve que passar por alguns percalços. Em 2019, por exemplo, a decisão, inicialmente, aconteceria em Santiago, mas protestos civis violentos na capital chilena, por conta da política local, fizeram com que a Conmebol transferisse o jogo para Lima, no Peru, o que gerou uma grande dor de cabeça para quem já havia feito reservas.

Todo um processo burocrático, financeiro e de logística teve de ser feito para troca e algumas companhias aéreas ofereceram serviços exclusivos para quem estava nesta situação.

No dia da final, muitos flamenguistas reclamaram da estrutura precária do estádio Monumental, na capital peruana, relatando falta de água, dificuldade de acesso, entre outras questões. A compensação foi o título épico após vitória por 2 a 1 sobre o River Plate (ARG).

Já em Montevidéu, em 2021, o grande problema foi o serviço de hotelaria. A questão, resumidamente, se deu da seguinte forma: havia mais gente do que local para se hospedar na capital uruguaia, e alguns rubro-negros — e palmeirenses — penaram neste quesito. O Flamengo acabou perdendo a decisão para o Palmeiras por 2 a 1.

Torcida pede ajuda para semifinal na Argentina

Enquanto a final ainda não está garantida, muitos torcedores têm se mobilizado para o jogo das semifinais, que acontecerá na Argentina, uma logística bem simples em relação ao Equador. Nas redes sociais, rubro-negros têm feito uma campanha para sensibilizar a diretoria do Flamengo a ajudar na disponibilização de ônibus para o país vizinho.

A opção rodoviária foi a escolha de muitos rubro-negros, por exemplo, nas finais de Lima e Montevidéu. Na ocasião, o clube tinha uma parceria com uma empresa de viação que ofereceu pacotes exclusivos.