CR7 na Bola de Ouro e Messi e Neymar fora? Compare a temporada do trio

A revista France Football anunciou ontem os 30 indicados à Bola de Ouro, prêmio dado ao melhor jogador da temporada. A surpresa girou em torno das ausências de Neymar e Lionel Messi, dupla do Paris Saint-Germain, da lista. Cristiano Ronaldo, atualmente no Manchester United, por outro lado, foi indicado.

Mas o que justifica a presença do atacante do Manchester United em detrimento aos astros do clube francês? Apesar de a revista não divulgar os motivos que levam à escolha de determinados nomes, os números do três atacantes durante a temporada 2021/2022 ajudam a entender o cenário.

Relacionadas

Bola de Ouro: PSG tem só 1 nomeado mesmo com trio luxuoso e repete Era Ibra

Vini Jr e CR7 são indicados à Bola de Ouro; Neymar e Messi ficam fora

'Ele já tem 38 anos', diz presidente do Real sobre volta de Cristiano Ronaldo

Além disso, a France Football conta com uma série de critérios e normas para avaliar o desempenho dos atletas e montar a lista com 30 nomes. São levados em consideração, por exemplo, o "caráter decisivo e impactante dos candidatos para suas equipes", "fair play", "rendimento coletivo" e "números da equipe".

Com isso em consideração, o UOL Esporte detalha alguns fatores que levaram à indicação de Cristiano Ronaldo, e não de Messi e Neymar.

Como a premiação será no dia 17 de outubro, em Paris (FRA), o desempenho dos jogadores na Copa do Mundo do Qatar, disputada entre novembro e dezembro, será considerado apenas para a próxima edição da Bola de Ouro.

Goleadores

Cristiano Ronaldo voltou ao Manchester United na última temporada e, mesmo com desempenho abaixo das expectativas, terminou o ano como artilheiro do time. O português marcou 24 gols em 38 jogos pelos Red Devils e deu três assistências. No que diz respeito a fair play, CR7 recebeu dez cartões amarelos.

Enquanto isso, no PSG, Lionel Messi — que estava em sua primeira temporada — teve apenas três jogos a menos em relação a Cristiano, mas com 11 gols, 14 assistências e um cartão amarelo.

Já Neymar jogou menos e teve menos participações em gols do que Messi. Ao todo, foram 28 partidas, 13 gols e oito assistências. O brasileiro liderou o número de cartões amarelos, com 11.

Fator Champions

Mais do que a quantidade de gols em uma temporada, deve-se avaliar também em quais campeonatos e sob quais circunstâncias foram marcados. E, nesse sentido, quem levou a melhor foi Cristiano Ronaldo.

A Liga dos Campeões é a principal competição de clubes da Europa — talvez do mundo — e o português foi o responsável pelo Manchester United ter ido até as oitavas de final. Com média de um gol por jogo, o camisa 7 operou milagres na fase de grupos da Champions.

Dos seis jogos da primeira fase, Cristiano Ronaldo garantiu resultados favoráveis ao United em três, sempre marcando nos minutos finais. Ele garantiu dramáticas vitórias contra Villarreal e Atalanta em casa e empate com os italianos fora.

Enquanto isso, Messi decidiu um jogo para o Paris Saint-Germain, também pela fase de grupos, ao garantir, com dois gols, a virada por 3 a 2 sobre o RB Leipzig. Ao todo, o argentino balançou as redes em cinco oportunidades.

Já Neymar não marcou na última edição da competição e se despediu com duas assistências.

Tanto United quanto PSG caíram nas oitavas de final da Champions, para Atlético de Madri e Real Madrid, respectivamente.

'Peso' do Campeonato

Outro aspecto a ser considerado é o "peso" dos campeonatos nacionais em que o trio está inserido. Ao trocar a Juventus pelo Manchester United, Cristiano Ronaldo reencontrou o Campeonato Inglês, líder do ranking de torneios da UEFA. Além disso, o torneio liderou as últimas janelas de transferências, tendo assim grande parte dos principais jogadores da atualidade.

Dessa forma, mesmo com a modesta sexta colocação — que não foi suficiente para classificar o time para a próxima Liga dos Campeões —, o Manchester United de CR7 teve confrontos mais parelhos do que o PSG, que é soberano na França, apenas a quinta colocada no ranking das ligas da UEFA.

O milionário time de Neymar e Messi reina em seu país e conquistou oito das últimas dez edições do Francês. Além disso, o PSG é uma estrela solitária quando o tema é capacidade financeira, logo, é o único entre os 20 clubes da elite capaz de montar uma verdadeira seleção e atrair grandes craques.

Sendo assim, a baixa competitividade da competição nacional pode ter sido um fator que pesou contra a dupla, sendo necessário "compensar" com bom desempenho na Liga dos Campeões ou pelas respectivas seleções. Nesta edição, porém, a Copa do Mundo será no fim do ano, ficando fora dos fatores analisados e complicando ainda mais a corrida de Messi e Neymar pelo título de melhor do mundo de 2022.