Rival do SPFC tem shopping e contas equilibradas como trunfos para a SAF
Adversário do São Paulo, hoje (18), às 21h (de Brasília), no Independência, pelo jogo da volta das quartas de final da Copa do Brasil, o América-MG poderá mostrar como a organização financeira é essencial para uma mudança de patamar no cenário nacional. Sem badalação, o Coelho encara um rival de peso de olho em uma vaga na semifinal da competição pela segunda vez em três anos. O jogo de ida, no Morumbi, terminou com a vitória simples do Tricolor por 1 a 0.
Após ter vivido alguns anos de "sobe e desce" na Série A, o time acumula feitos notáveis nas últimas temporadas, tendo em vista que a administração do América-MG preza pelas contas equilibradas, salário em dia, e foi uma das primeiras a manifestar o desejo de se tornar SAF.
O América está sem seu segundo ano seguido na Série A após o acesso em 2020 - mesmo ano em que o time foi a sensação da Copa do Brasil ao eliminar o Corinthians nas oitavas de final e o Internacional nas quartas. A equipe enfrentou o Palmeiras na semifinal e foi eliminada do torneio em uma campanha heroica, que rendeu ao clube R$ 18 milhões. Nesta temporada, o time ainda disputou a Libertadores pela primeira vez em sua história de 110 anos.
Aumento de receitas
O balanço de 2021, aprovado em abril deste ano pelo Conselho Deliberativo do clube, apontou uma arrecadação de R$ 98,8 milhões e um déficit de apenas R$ 4,7 milhões. Em 2020, ano do acesso e da semifinal da Copa do Brasil, o faturamento do clube havia sido menos que o dobro do ano passado, somando R$ 46,4 milhões.
O déficit é considerado pequeno, visto que há diversos clubes que se encontram em situação de alto endividamento. Ciente de que não consegue competir economicamente com outras potências, o Coelho aprendeu lições após não ter conseguido se manter na Série A em outros momentos. A diretoria optou pela montagem de um elenco sustentável e com a inserção de jogadores da base, rechaçando os considerados "medalhões" e estabelecendo um teto de investimento e de salários.
Os principais acréscimos nas receitas em 2021 foram em relação aos direitos de transmissão, de imagem e de desempenho, que chegaram ao valor de R$ 72,2 milhões. Vale lembrar que o Coelho terminou 2021 em oitavo lugar na Série A, com 53 pontos, o que alavancou os valores. Além disso, o aumento de patrocínios foi significativo: no primeiro ano na elite, o Coelho saltou de R$ 1,8 milhão para R$ 14 mi em parcerias
Como anda a SAF?
O América registrou a SAF em janeiro deste ano e, desde então, mantém conversas com possíveis investidores para negociar a porcentagem e o valor das ações para o controle do futebol. Por não possuir uma dívida astronômica como demais clubes que já negociaram com outros investidores, casos de Cruzeiro, Botafogo e Vasco, o América tem adotado cautela e paciência para fechar o negócio.
No mês passado, o presidente da SAF, Marcus Salum, explicou em coletiva o porquê de nenhum acordo ter sido fechado. O dirigente busca um negócio que mude o patamar do futebol americano, mas que possa retornar ao controle do clube em caso de insucesso.
"Porcentagem não é o grande problema não, porque todos sabem o que o América faria numa negociação. Valor é um problema, e não é valor do investimento inicial, é o valor do investimento no futebol a partir do momento em que eu assinar. Eu quero garantia que o futebol vai ter um patamar bem superior do que ele tem hoje, senão não tem sentido fazer a SAF. E a segurança de que a gente possa, em caso de ter algum problema, retomar o controle do clube", disse.
Patrimônio
O América possui CT próprio, além de um outro campo na cidade de Santa Luzia, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Antes, o local servia para instalação da base, porém foi arrendado ao União Luziense, que mandou jogos do Módulo II do Mineiro por lá. O balanço de 2021 ainda aponta a propriedade de um terreno de 70 mil m², na cidade de Contagem (MG), que, segundo o América, está envolvido em negociação com a MRV Engenharia
O América ainda possui participação em um grande shopping de Belo Horizonte. Isso porque o terreno onde o complexo de compras foi construído era do clube e a arrecadação fez parte da negociação, uma vez que o clube possui duas lojas alugadas.
Recentemente, o América retomou a administração do estádio Independência. A arena pertence ao clube e havia sido cedida ao governo até 2037, devido aos custos da reforma do estádio bancadas pelo Estado. Com isso, o Independência vinha sendo administrado pela concessionária Luarenas, que optou a devolver a administração ao Governo de Minas antes do término do contrato e foi repassada ao Coelho.
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