VP fala em 'resposta de caráter' e nega problemas com elenco do Corinthians
Vítor Pereira aproveitou a entrevista coletiva após a classificação do Corinthians para a semifinal da Copa do Brasil para rebater as notícias recentes sobre o clima no clube. O treinador disse que a vitória por 4 a 1 sobre o Atlético-GO foi uma "resposta clara de caráter e união".
"Às vezes, sinto que há pessoas que nos querem dividir, que inventam problemas", disse o português após a partida.
Questionado se havia problemas com o elenco do Corinthians, VP negou e disse sentir um clima de união. Ele, contudo, disse acreditar ser normal haver atletas tristes por não jogarem.
"A resposta tem que ser dada dentro do campo. Dentro do clube, eu já disse isso mais de uma vez, o que eu sinto é um ambiente de união, família, que vai do presidente à senhora da cozinha, da limpeza. O que se sente nesse clube é essa união. Eu não consigo perceber", iniciou.
O UOL Esporte mostrou recentemente a existência de um desconforto interno no elenco do Corinthians com o modelo de trabalho de Vítor Pereira. O estilo de treino, as declarações em entrevistas coletivas e a decisão de não avisar aos jogadores quais iriam jogar incomodaram os atletas.
"É natural quando uma liderança é forte que não agrade A, B ou C, mas o objetivo que nos une é o Corinthians, os objetivos que o Corinthians está interessado. Sinceramente, nunca vi nesse grupo... claro que uma cara mais triste é natural em qualquer clube. Um jogador que não joga fica triste. Se não fica triste, é porque está acomodado. Prefiro que fiquem tristes", prosseguiu.
Conversa com Gaviões e declaração sobre dinheiro
Na última segunda-feira (15), o treinador português se reuniu com líderes da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians. Dentre os assuntos discutidos, a fala de Vítor Pereira sobre sua conta bancária foi tema.
"A conversa que tivemos eu já tive em outros países. Quando uma torcida como a nossa se entrega com paixão e nos ajuda do primeiro ao último minuto, temos que ter abertura para conversar quando assim for solicitado", iniciou.
"A questão da nossa conversa foi um pouco com base nas declarações que tive da última vez. Sou uma pessoa emocional, honesta e direta naquilo que sinto e naquilo que digo. Fui um pouco impulsivo na última coletiva. Fui reativo, reagi um pouco sem paciência e frustrado com o resultado. Reagi do ponto de vista pessoal. Fui mal interpretado. As pessoas confundiram arrogância com orgulho", explicou VP.
O português reforçou que "sabe o que dificuldade" na vida e pediu, novamente, desculpas a "quem se sentiu ofendido".
"Sou muito orgulhoso daquilo que construí do nada. Construí uma vida independente do nada. Eu sei o que é dificuldade. Quis dizer ao jornalista que não vim para o Corinthians por dinheiro. Se viesse por dinheiro, ia para outro lado qualquer. E não faltam convites. Vim para o Corinthians por paixão. Parece, para mim, que as pessoas interpretaram o que eu disse de outra forma. Quis dizer é que estarei de corpo e alma com compromisso com o Corinthians. E com respeito àquelas pessoas que vivem na dificuldade, porque também tive dificuldade. Construí minha vida e tive sorte, mas trabalhei muito. Eu detesto arrogância. Se ofendi alguma pessoa de bem, ficam aqui as minhas desculpas. Não tive nenhuma intenção."
Veja outras declarações de Vítor Pereira
Priorizar Copa do Brasil?
"Nunca priorizamos só uma competição. Tentamos, até aqui, estarmos vivos em todas. Tentamos nos manter o mais longe possível na Libertadores, na Copa do Brasil e estar o melhor possível no Brasileirão. Na próxima semana, vamos ter Copa do Brasil outra vez, não vamos ter tempo de trabalho. E ainda falta muito Brasileirão pela frente. Se tivéssemos ganho do Palmeiras, estaríamos apenas três pontos atrás deles, e não teria sido nada extraordinário pelo jogo que fizemos: eles marcaram e nós não. É pensar jogo a jogo, tentar acumular pontos no Brasileirão e apostar nesta Copa para conseguir um título. Temos um adversário complicado, mas temos que nos preparar. Na Libertadores, disputamos com o Flamengo um jogo em casa que, no 1° jogo, foi 'olhos nos olhos' até o 2° gol deles, que foi uma pancada forte. Depois fomos na casa deles, com estádio cheio, e jogamos de igual para igual. Quando sofremos o gol, acho que o Corinthians estava por cima do jogo. Quero dizer que não entregamos a eliminatória. Disputamos tanto aqui como lá. Vamos continuar pensando jogo a jogo"
Yuri e Guedes podem jogar juntos?
"Jogamos em grande parte da temporada numa estrutura com linha de cinco, em uma forma de jogar que não é a forma que gosto. Gosto de uma equipe que pressiona, que propõe o jogo e que não dê espaço ao adversário. A única forma que vejo de defender com eles todos juntos na equipe é mesmo essa, porque se empurrarem a gente para trás, não conseguimos. A proposta que tenho é que precisamos pressionar e evitar que o adversário nos empurre. Precisamos perceber os pontos-chaves em termos de dinâmica do jogo. Temos procurado esse trabalho estratégico no sentido de nos obrigar a vir, muitas vezes, para trás. É a única forma que temos de colocar todos em jogo sem cometer grandes erros no sentido defensivo"
Psicológico para dar volta por cima
"A experiência de muitos deles ajuda [parte psicológica], assim como da nossa comissão. O clube também ajuda. Neste clube, apesar de sentirmos uma grande cobrança, que é natural, o ambiente de tranquilidade que se vive dentro do CT é chave para juntar todos no mesmo objetivo e dar resposta depois dos jogos que tivemos. Por isso eu estranho quando divulgam que há problemas internos. Um clube com essa estabilidade e tranquilidade, que consegue juntar e alinhar as pessoas, tem mérito"
E a renovação?
"Vou confessar uma coisa: o presidente não falou [sobre renovação] hoje a jornalistas. Disse isso exatamente a mesma coisa depois do jogo contra o Palmeiras: 'se quiser renovar, renovamos hoje'. Só é possível transformar as coisas em um ambiente de equilíbrio. O presidente disse isso depois de uma derrota, isso é que é mérito. Eu disse, quando cheguei, que esperaria até o final da temporada e que lá conversaríamos como amigos. Eu sinto amizade com eles. Sinto que estou em um ambiente familiar e que me tratam bem. No fim do ano, sentaremos, avaliaremos o que fizemos e vamos entender os pontos de vista do clube, meu e da minha família. Aí tomaremos as decisões acertadas"
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