Renato Augusto volta como garçom e vira exemplo do recomeço do Corinthians
Quem estava na Neo Química Arena na última quarta-feira (17) viu um Renato Augusto "nível 2015" em campo. A atuação de gala fez a torcida do Corinthians matar a saudade que estava do camisa 8. Ele já vinha dando ritmo ao time desde o retorno de lesão, no começo do mês, e as três assistências na goleada sobre o Atlético-GO coroam seu recomeço —que é também um uma nova era para o time.
A goleada com Renato em grande noite não é coincidência. Nos 13 jogos recentes em que ele foi desfalque, o Corinthians sentiu sua falta e fez menos de um gol por jogo, em média. Ele voltou no empate contra o Avaí e deu uma assistência; depois fez bom jogo no clássico, mesmo com derrota para o Palmeiras; e há dois dias deu três passes para gols na classificação às semifinais da Copa do Brasil.
O meio-campista tem seis assistências em 2022, mesmo tendo perdido vários jogos por lesão. É o segundo maior garçom do Corinthians no ano (Giuliano tem sete). É também o segundo que mais participou de jogadas de gol na temporada (gols, assistências e passes-chave), com 11 participações —Róger Guedes tem 18.
A importância de Renato Augusto, em campo e fora dele, fica clara tanto nos dias de crise quanto nos dias de glória. No clássico, o plano da comissão técnica do Corinthians era tê-lo em campo por 60 ou 70 minutos, mas o jogo exigiu que jogasse os 90. Depois da derrota, só ele e Cássio apareceram para falar com a imprensa. Na quarta Renato não deu entrevista, mas foi citado por três companheiros em respostas que não necessariamente tinham a ver com ele. Eram reverências.
"O Renato jogando bem acaba conseguindo fazer com que todos em volta dele consigam estar bem também", elogiou Fagner no meio de uma análise sobre a atuação do Corinthians na goleada.
Pouco depois, Yuri Alberto foi perguntado sobre Róger Guedes e ampliou a resposta:
"Vamos encaixar este entrosamento, com ele e com Renato também".
Por fim, Fausto Vera agradeceu a recepção que vem tendo do elenco, que "tem algumas referências, como Cássio, Fagner e principalmente Renato".
O meia não havia sido citado em nenhuma das perguntas, mas tem ascendência natural por ser a liderança técnica —principalmente após a saída de Willian.
Um ano da volta ao Corinthians
Nesta semana Renato Augusto completou um ano desta segunda passagem pelo Corinthians. Ele voltou ao clube em agosto de 2021 e fez até gol na reestreia, mas demorou um pouco para "tirar a China do corpo", como o técnico Tite brincou meses depois. A expectativa sobre ele cresceu com a chegada de Vítor Pereira, como cresceu em torno de toda a equipe, porque a promessa do treinador era potencializar justamente o jogo com a posse de bola —no que Renato seria fundamental. Na prática, porém, as coisas demoraram para encaixar.
O camisa 8 fez um gol aqui e outro ali durante o primeiro semestre, teve alguns lampejos do Renato Augusto de 2015 e voltou a ser cogitado na seleção brasileira, mas faltava alguma coisa. No Corinthians, seu posicionamento em campo virou motivo de debate, porque o recuo para fazer a saída de bola o afastava da área; em alguns jogos, chegou a fazer a função de meia direita. Ele se adaptou e contribuiu com o time, mas não vivia seu melhor momento. Em meio a outras estrelas e a ascensão dos jovens, perdeu parte do protagonismo. E aí veio a lesão.
Contusão "das mais difíceis" custou 45 dias
Uma lesão no músculo solear da panturrilha tirou Renato Augusto de campo justamente no período mais decisivo da temporada do Corinthians. O tratamento teve idas e vindas porque, na primeira vez que evoluiu para a transição a campo, o meia voltou a sentir dores e precisou recuar duas casas e voltar ao departamento médico. Nas palavras de VP, "toda vez que coloca o pé no chão, dá a sensação de que vai rasgar".
O cuidado na recuperação só foi detalhado pelo Corinthians após semanas de desfalque. Renato não jogou as oitavas da Copa do Brasil e da Libertadores e, quando voltou, o estrago já estava feito contra o Flamengo nas quartas do torneio continental. Contra o Atlético-GO, pelo contrário, ele foi fundamental para reverter a desvantagem. Agora volta a ser o pilar de um meio-campo que vinha sofrendo para criar lances de gol.
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