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'Não é coincidência, é qualidade', diz Felipão após levar gols de bicicleta

Luiz Felipe Scolari, o Felipão, durante Athletico x América-MG pelo Campeonato Brasileiro - Gabriel Machado/AGIF
Luiz Felipe Scolari, o Felipão, durante Athletico x América-MG pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Gabriel Machado/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

21/08/2022 20h26

O Athletico-PR recebeu hoje (21), na Arena da Baixada, o América-MG, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro e empatou em 1 a 1 depois de ter aberto o placar. Com o resultado, o Furacão desperdiçou a oportunidade para entrar no G4, ficando na quinta posição.

Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Luiz Felipe Scolari admitiu que o Athletico vive um momento de instabilidade e negou que seja uma coincidência sofrer dois gols de bicicleta em menos de uma semana:

"Não, não, não. É coincidência e qualidade de quem fez o gol quarta-feira e de quem fez o gol hoje. Estava bem posicionado, soube fazer aquele movimento e nós permitimos desde o início da jogada, que era nossa de ataque, permitimos uma bola nas costas, permitimos uma saída de um zagueiro da área... Então, a qualidade do atleta foi o que fez a diferença, uma bola jogada no segundo poste e que nós brigamos pela bola, mas ela sobrou, ele fez o gol assim como no outro jogo. O Pedro fez o gol numa bola que não foi disputada por ninguém, apenas a bola jogada e ele teve qualidade. Não é coincidência, é qualidade de quem estava na área", disse Felipão.

Na última quarta-feira (17), pela Copa do Brasil, o Flamengo eliminou o Athletico-PR, na Arena da Baixada, com um gol de bicicleta do atacante Pedro e, agora, pelo Brasileirão, Henrique Almeida, do América-MG, impediu que o Furacão ficasse com os três pontos, fazendo um golaço de bicicleta sendo, inclusive, nas mesmas traves que Pedro havia feito poucos dias antes.

Além de falar bastante sobre o momento de instabilidade do time, Felipão comentou sobre a força psicológica do Athletico, sua opção de deixar Victor Roque e Hugo Moura no banco de reservas e ainda revelou que o Athletico pode ter uma "mudança de rota" nos planos para os próximos jogos.

Respostas de Felipão na coletiva pós-jogo:

O que fazer na instabilidade?

"Nós temos que examinar que tivemos uma desclassificação e outros resultados que nos classificaram em decisões. Estamos com uma equipe jovem e sabemos disso. Temos um momento de instabilidade e vamos dar a tranquilidade que os jogadores precisam. Não acho que um empate em casa ou fora de casa seja um resultado ruim, se tu jogares razoavelmente bem. Nós não fizemos isso no segundo tempo, principalmente, mas o resultado pra mim foi justo pelo o que o América fez. Nós não tivemos a superioridade de confrontar o América, digamos assim, para ter a possibilidade da vitória. Resta-nos dar um pouco de tranquilidade aos jogadores mais jovens e fazer com que os jogadores acreditem no seu potencial e trabalhem, só o trabalho faz com que a gente progrida e que a gente consiga melhorar em alguns fundamentos."

Pablo ou Victor Roque de titular?

"O Pablo joga porque, na minha opinião, é melhor que o Victor Roque no momento."

Momento de instabilidade

"Essa é uma formação que nós jogamos a maioria dos jogos, já são 20 e poucos jogos. Não esqueçam que, com esse time, o Athletico estava em último lugar na Libertadores, 17 pelo Campeonato Brasileiro e a gente foi se montando. Tem alguns momentos de instabilidade em uma equipe e esse é um momento de instabilidade nosso, perdemos um jogo em casa para o Flamengo e empatamos um outro jogo em casa que tínhamos a possibilidade de pensar em somar os três pontos com a vitória, mas não conseguimos. Nós temos hoje um número de pontos que nos deixa razoavelmente em uma situação equilibrada, mas estamos tendo alguns transtornos em termos de equipe e que são momentâneos, isso aí é normal em uma equipe como a do Athletico, que só foi reformulada depois que a gente chegou aqui. Organizada, devagar e tem jogadores mais jovens, que não passaram por essa pressão que estamos passando. Tem um detalhe, são todos os jogos, com exceção do brasileiro, são decisões, nós jogamos todas as decisões. Libertad, Strongest, Copa do Brasil, Libertadores, então tem que ter calma. Eu vou ter calma com eles e vou tentar melhorar junto com eles."

Alex Santana como titular na posição de Hugo Moura

"Nós temos dois jogadores com características semelhantes, o Alex e o Fernandinho. São meias de origem, mas a gente sabia que teria a possibilidade de sair com a bola jogando muito mais vezes do que quando a gente jogou em 20 jogos com um volante fixo ou mais marcador, esses dois jogadores não são tão marcadores porque são meias, e aí a gente tentava liberar um pouco mais facilmente a bola para os nossos jogadores de ataque, mas nós temos do outro lado uma equipe que soube marcar bem. Erramos alguns passes porque apressávamos quando não tínhamos que apressar e um ou outro detalhe que a gente cometeu de erro e o América se posicionou corretamente, ou quase corretamente na maioria das vezes e conseguiu seu gol de empate."

Momento psicológico do time

"A gente não pode, não quer e não vai fazer essa explicação que é por isso que a gente... Nós temos os nossos defeitos e temos que saber onde é que estamos errando, qual o motivo de estarmos errando e de que forma temos que corrigir. Todos nós, a equipe toda. Claro que passa por defeitos técnicos e por aspectos psicológicos, passa por isso, claro, tem pessoas mais fortes e menos fortes, aí a gente tá procurando dar um equilíbrio pra essa equipe que não é de um dia para o outro, desde que a gente chegou a gente vem jogando praticamente quase que uma vez por semana um jogo decisivo, fica difícil, então eu não quero fazer com que eles tenham esse pensamento, nós já vamos, daqui uma semana, ter mais um jogo decisivo, eu preciso tirar isso da cabeça do meu pessoal e, às vezes, eu noto que mesmo a torcida, se impacienta por causa disso ou daquilo, mas precisa se lembrar que, três meses atrás, estava em último na Libertadores e em 17 no Campeonato Brasileiro. Não tinha passado em nenhuma fase da Copa do Brasil, então são detalhes que a gente vai pesquisando e vai tentando melhorar ou vai conversando com eles para que modifique-se alguma situação no aspecto mental e que seja melhorado isso em todos nós, não só apenas no nosso plantel, mas na nossa torcida e nas pessoas que estão junto conosco, é assim que um time vai se formar, não é de um dia para o outro e com facilidades extremas como algumas pessoas acham."

Aproveitamento da semana livre

"Eu pretendo, junto com a equipe, trabalhar muitos aspectos visando o jogo do Ceará, que nós temos no sábado e que a gente está fazendo uma logística para ver se consegue voltar no sábado. Acho que não, problemas de temperatura aqui e tudo mais e a gente vai observar quem é que vai para o Ceará e como nós vamos fazer. Trabalharmos a semana toda em virtude do jogo do Ceará, mas também em virtude do jogo contra o Palmeiras, na terça-feira. Precisamos estudar a melhor fórmula de ir jogar no Ceará e depois jogar aqui em igualdade de condições contra o Palmeiras. É isso que estamos tentando direcionar nessa semana de trabalho com a equipe toda. Vamos pensar no jogo com o Ceará, que é o primeiro, mas também na decisão da Libertadores, vamos ver como vamos fazer."

Como reverter a instabilidade

"Trabalhar. Isso que nós precisamos fazer (para terminar com a instabilidade). O psicológico eles vão sair daqui e vão ouvir a família, vão ouvir o torcedor, vão isso e aquilo, isso aí é normal, depois, na semana, a gente vai tentar mostrar a eles que, desta forma, se o psicológico influenciar, nós vamos ter dificuldades, se não influenciar, nós vamos continuar a fazer o que estávamos fazendo, que é conseguir objetivos. Nossos objetivos estão bem traçados na Libertadores e no Brasileiro. Algumas coisas estão faltando, nós vamos tentar detectar, não somos mágicos, mas vamos tentar detectar na equipe toda para ver se colocamos de novo nos trilhos a equipe em igualdade de condições ou em superioridade mental quando jogarmos aqui com os adversários."

Planejamento para os próximos jogos

"Como eu já disse, nós temos também um jogo importante contra o Ceará, vamos analisar e ver os cartões, o que pode ser prejudicial, não me lembro quem levou cartão hoje. Ninguém levou, todo mundo está pronto, é ver como vamos fazer, se vamos levar uma equipe diferente, quem está mais cansado dos jogos e de uma série de detalhes, mental e coisa e tal, a gente vai ver isso aí. A gente tinha planejado uma coisa se ganhássemos hoje, não ganhamos, a gente ainda tem que pensar se vamos continuar com aquele objetivo ou se vamos fazer uma pequena mudança de rota."

Vai com a delegação e o time titular para o Ceará?

"Essa pergunta tem duas respostas. Se eu não for, eu não tô dando valor pra quem vai, se eu ficar preparando o time, é porque eu fiquei preparando o time, se correr o bicho pega, se não correr o bicho pega também. A gente vai estudar e ver o que vai fazer. Se a gente for, deixar aqui uns cinco ou seis jogadores que tiveram trabalho com A ou com B, se não for, aqueles que não forem também sentem um pouco da dúvida 'será que vale a pena?', então é uma série de detalhes que a gente precisa analisar. Se ganhássemos a gente tinha uma situação definida, não ganhamos, a gente precisa pensar nessa situação com muito cuidado para não ter um problema no futuro."

Sobre a vitória no Allianz Parque pelo Campeonato Brasileiro

"Serve de estímulo. Serve para que a gente mostre, que a gente mostre que a gente tenha como uma situação que a gente pode e que a gente deve fazer mais ou menos o que fez lá, com alguns cuidados a mais. Serve para aumentar o entusiasmo, para que a gente crie alguma coisa que a gente acredite mais ainda do que está acreditando nos jogos. Pra isso que serve aquele resultado, não é um resultado que serve para nós agora, isso nós vamos ver só nos dois jogos."

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