Flu e Corinthians duelam e põem à prova mescla entre jovens e medalhões
Fluminense e Corinthians serão adversários na luta por vaga na final da Copa do Brasil, e pode-se dizer que a campanha até aqui tem um tempero da mistura entre pratas da casa e veteranos. Fernando Diniz e Vítor Pereira têm à disposição jovens criados na base e que têm sido importantes no time principal, em uma mescla com jogadores mais experientes.
Amanhã (24), no Maracanã, às 19h30, as equipes de Laranjeiras e Parque São Jorge se enfrentam no jogo de ida, e a volta será dia 15 de setembro, na Neo Química Arena.
Guardadas as diferenças no trabalho dos dois clubes e das respectivas comissões técnicas, o Tricolor e o Alvinegro tiveram similaridades na fórmula para montar o grupo. Com a promoção recente de alguns "crias", as diretorias foram ao mercado e acertaram com reforços "mais cascudos", buscando um equilíbrio.
No lado do Flu, a famosa "Fábrica de Xerém" tem Matheus Martins como sucessor no ataque titular, após a venda de Luiz Henrique ao Betis, da Espanha. O volante André, eleito o melhor da posição na edição do Brasileiro do ano passado, se tornou um dos pilares da equipe, e o também volante Martinelli é outro que vem sendo acionado com frequência.
No elenco ainda há outros vindos da base, como o goleiro Marcos Felipe, o zagueiro Luan, o lateral-direito Calegari e o atacante John Kennedy, que se destacou no ano passado, tenta recuperar espaço após lesão e já foi elogiado pelo treinador.
Tais opções se juntam a jogadores com mais rodagem, como, por exemplo, o goleiro Fábio, o volante Felipe Melo e os atacantes Willian Bigode e Cano, que foram contratados na janela do começo do ano, e o meia Ganso, que já estava no clube. Havia ainda o atacante Fred, que se aposentou no início de julho.
"É olhar internamente e fazer o melhor que a gente pode. A gente não tem controle do que está fora. Tem que procurar fazer o melhor que a gente puder aqui nos nossos treinamentos, nas nossas conversas. O que a gente percebe é que é um grupo bastante solidário que quer muito levar o Fluminense para frente. Eu chego para otimizar todas essas coisas. Isso faz parte do meu trabalho da vida inteira de poder fortalecer esse ambiente interno para que os jogadores se sintam bem, sintam confiança, passem a jogar melhor e ter resultado dentro de campo", disse Diniz, na coletiva de apresentação, no começo de maio.
No Corinthians, na lista das "Crias do Terrão" com mais oportunidades sob o comando de Vítor Pereira há o zagueiro Raul Gustavo, o lateral-esquerdo Lucas Piton, os meio-campistas Du Queiroz e Roni e o atacante Adson. A safra das novas revelações acabou apelidada de "miúdos" do treinador.
O zagueiro Robert Renan e os atacantes Wesley e Felipe Augusto também apareceram em algumas partidas, enquanto Maycon (de uma geração mais antiga) se recupera de lesão. Mantuan, que era um dos membros da espinha dorsal do time, foi envolvido na negociação com o Zenit, da Rússia, que fez Yuri Alberto chegar ao Timão.
Por outro lado, há no grupo integrantes considerados "medalhões" e, alguns, com história dentro do clube, como o goleiro Cássio, os zagueiros Gil e Balbuena, os laterais Fagner e Fábio Santos e os meias Giuliano e Renato Augusto. O atacante Willian deixou o clube recentemente e está perto do Fulham, da Inglaterra, e Paulinho sofreu grave lesão e perderá a temporada.
"O objetivo é trazer os miúdos para ouro nível apara equilibrarmos as coisas. Se nós tivemos juventude e jogadores mais experientes mesclados, conseguimos manter a qualidade. Temos jogadores experientes que são fundamentais para transmitir a a tranquilidade e a confiança aos miúdos, mas também temos miúdos de muita qualidade, que estão em condições de nos entregar o que a equipe necessita. Se eu não tivesse dado tempo de jogo, minutagem, eles não estariam nesse nível. Isso é muito claro", disse VP em uma entrevista coletiva ao fim de junho.
Olhar atento
No início do mês, Fernando Diniz deu uma palestra à equipe sub-20 na véspera da final do Carioca da categoria. O evento, que aconteceu no CT Carlos Castilho, contou com a presença dos jovens jogadores, da comissão técnica do sub-20 e de Paulo Angioni e Antônio Garcia, diretores do futebol profissional e de Xerém, respectivamente.
Vítor Pereira, quando tem oportunidade, também busca acompanhar de perto a base. Ele, por exemplo, esteve, com os auxiliares, em um dos camarotes do Parque São Jorge para acompanhar a estreia do Corinthians no Brasileiro sub-20, contra o Athletico-PR.
Foram e voltaram
No elenco de Fluminense e Corinthians também há casos de jogadores criados na base e que se tornaram reforços anos depois. Nas Laranjeiras, o atacante Alan foi anunciado na última janela de transferências.
Ele desembarcou em Xerém em 2007, para o sub-20, e foi promovido aos profissionais na temporada seguinte, ficando até 2010. Ele retornou ao clube após passagens pela Áustria e China.
No Corinthians, quem também fez parte de outra geração foi Fagner. O jogador iniciou na Fazendinha e chegou aos profissionais em 2006. Ele defendeu o PSV, da Holanda, Vasco e Wolfsburg, da Alemanha, antes de retornar, em 2014.
Além do ídolo, outro revelado pela base que retornou ao Corinthians foi o volante Maycon, vendido e agora emprestado ao Timão pelo Shakhtar Donetsk-UCR. Ele é provável desfalque no primeiro jogo da semifinal.
Copinha
O Fluminense e o Corinthians figuram na parte de cima da lista dos maiores vencedores da Copa São Paulo de Futebol Júnior, principal torneio de base do país. Os paulistas estão no topo, com 10 conquistas, sendo a última em 2017. Já os cariocas têm cinco e ocupam a segunda colocação ao lado do Internacional. No lado do Flu, porém, o jejum é um pouco maior: o último título foi em 1989.
Em 2012, os dois times protagonizaram a final, e o Timão levou a melhor por 2 a 1. O Flu tinha Fabinho, hoje no Liverpool, da Inglaterra, e o Corinthians tinha Marquinhos, hoje no PSG, da França.
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