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Por que Sampaoli deixou Santos, Atlético-MG e Marselha? Técnico explica

Treinador argentino está sem clube há mais de um mês e afirmou não estabelecer um planejamento sobre próximos desafios - Sylvain Lefevre/Getty Images
Treinador argentino está sem clube há mais de um mês e afirmou não estabelecer um planejamento sobre próximos desafios Imagem: Sylvain Lefevre/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

23/08/2022 04h00

O técnico Jorge Sampaoli, que trabalhou recentemente no Santos, no Atlético-MG e no Olympique de Marselha, explicou os motivos que o fizeram deixar, por decisão própria, os três clubes.

Em participação no "Bem, Amigos", programa do SporTV, o argentino, que está sem time, iniciou suas justificativas ao falar sobre a equipe paulista — ele deixou o Santos no final de 2019 após quase um ano de trabalho.

O treinador reforçou as "diferenças" que tinha com o presidente da época, José Carlos Peres. "Minha exigência é que precisamos dar passos certos no processo. No Santos, era muito difícil continuar porque havia diferenças com o presidente. Lá, não havia nenhuma possibilidade de melhorar. Não faria sentido trabalhar mais um ano sem possibilidade de melhora", falou ele, que tinha vínculo até o fim de 2020 com o Santos.

Em relação ao Atlético-MG, além da proposta que recebeu do Marselha, Sampaoli citou a falta de "identidade" com os torcedores, causada por estádios vazios diante da pandemia do coronavírus. Ele comandou o time mineiro entre março de 2020 e fevereiro de 2021.

"Tive uma conversa com o Rodrigo Caetano [diretor do clube na época]. Falamos de Nacho, Hulk... a ideia era competir com Flamengo e Palmeiras. Para isso, precisávamos dar um salto muito mais ambicioso. Eles vieram, mas naquele momento, chegou o convite do Marselha e a possibilidade de voltar para a Europa. Com o Atlético-MG, tive pouca identidade com a torcida justamente pela pandemia. Foi um ano muito atípico. Cheguei com o estadual já iniciado", explicou o argentino ao programa do SporTV.

Por fim, ele explicou o motivo de ter pedido demissão no futebol francês no início do mês passado, alegando, novamente, atritos com a diretoria local.

"Cheguei ao Marselha quando a torcida havia colocado fogo no CT. Peguei uma equipe muito golpeada. Classificamos para a Champions jogando de uma determinada maneira e, para o próximo passo, necessitávamos mais. O presidente disse que não poderia ir ao mercado muito rápido porque iriam esperar o fim da janela. Essa característica não me servia. Precisava de jogadores o mais rápido possível para montar a equipe. Na liga francesa, há muitas restrições de orçamento. Não vi as condições necessárias."

Futuro indefinido

Ainda na conversa, Sampaoli, que está morando no Rio de Janeiro, afirmou já ter recebido propostas de alguns clubes.

Ele, no entanto, disse que não faz planos para o futuro — reiterando, inclusive, que a sua filosofia vale também para seleções.

"Minha experiência me diz que nada que passou pelo caminho serviu. Eu, como treinador, não posso dizer ou planejar para onde vou. Normalmente, as coisas acontecem. Planejar me frustraria. O que me inspira é estar em um lugar onde possa ter um projeto", finalizou ele ao SporTV.