Corinthians 'ficou perdido no jogo' mas teve espírito para empatar, diz VP

O empate por 2 a 2 contra o Fluminense, hoje (24), foi muito bem recebido por Vítor Pereira em sua entrevista coletiva. O técnico admitiu que o Corinthians "ficou perdido" em parte do segundo tempo, mas teve o mérito de brigar até o final para não sair derrotado do Maracanã, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil.

"É por isso que o futebol é tão bonito, porque é imprevisível. Demonstramos claramente que temos caráter, os jogadores acreditam sempre. Só conseguimos o empate porque acreditamos que era possível fazer o gol. Essencialmente, fomos uma equipe com espírito corintiano, de superação, união, foi isso o que vi hoje", valorizou VP, que não gostou da desatenção que rendeu os dois gols adversários.

"Neste tipo de jogo é preciso entrar focado desde o primeiro segundo. Foi isso o que pedimos, porque um jogo assim cobra os erros. Nos dois gols [do Fluminense] não tivemos a competência que deveríamos ter tido, mas quero registrar a capacidade de vir aqui com tanta gente contra, contra uma equipe com padrão de jogo difícil de controlar e por duas vezes conseguir reagir às desvantagem, procurar o empate", afirmou o treinador. "Tivemos um período, depois do segundo gol deles, que ficamos perdidos no jogo."

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O Fluminense criou vantagem sobre o Corinthians por duas vezes e com dois gols relâmpagos: saiu na frente com Ganso após pênalti marcado aos 25 segundos de jogo, mas Renato Augusto empatou antes do intervalo; depois, Arias marcou aos 43 segundos do segundo tempo, e o Flu esteve perto de ampliar até que Róger Guedes encontrou um gol salvador no finalzinho.

"Poderíamos ter tido mais bola, porque o Fluminense ofensivamente é muito forte e cria problemas, mas defensivamente também dá espaços ao adversário. Temos que perceber que, com a bola, não podemos só explorar o contra-ataque. Temos que ficar com a bola também", cobrou Vítor Pereira, dando sinal de que a estratégia para o jogo de volta deve ser diferente.

Os times têm reencontro marcado pela Copa do Brasil no próximo dia 15, na Neo Química Arena, para decidir quem vai para a final. Não há critério de gol qualificado, e quem passar disputa o título contra Flamengo ou São Paulo. Antes disso, porém, o Corinthians volta a campo já na segunda-feira (29) para receber o Red Bull Bragantino pelo Brasileirão.

Veja outras respostas de VP:

O que não gostou no Corinthians?

"O Fluminense tem características muito especiais: às vezes gosta de atrair a pressão para depois acelerar e jogar entre as linhas. Agora, não podemos jogar tão atrás. Não podemos permitir a uma equipe destas que se instale em nosso campo. Tivemos um período, depois do segundo gol deles, que ficamos perdidos no jogo. Era natural, depois daquele gol no início do segundo tempo. Tínhamos jogado no primeiro, depois foi preciso um espírito muito grande para chegar ao empate. Agora vamos ver, vamos corrigir o que tiver que ser corrigido e melhorar. Temos que melhorar."

Agora tem tempo para treinar

"Sou um treinador que gosto do trabalho [de treinos]. Aqui estamos jogando há muito tempo quase que sem trabalho nenhum, só mudando um ou outro detalhe estratégico em função do adversário e vamos para o jogo. Acredito que só o trabalho pode corrigir as coisas, tornar aquilo mais dinâmico, agressivo, e isso tem que ser trabalhado. Com um pouquinho mais de espaço de dias, dá para fazer dois ou três treinos a mais e elevar o nível da equipe."

Atuações individuais

"O Renato? Só queria que as pilhas dele durassem sempre, mas se ele fosse mais novo talvez nem estivesse aqui, estaria no futebol alemão. Ele tem qualidade de decisão, o que muitas vezes é o que faz diferença. Jogadores como ele e Ganso conseguem ver e tomar a decisão correta em uma fração de segundo. Gostei, gostei, enquanto teve pilhas, gostei. O Yuri também trabalhou muito, não é fácil. O Róger também esteve bem, o Adson também, depois as pilhas começam a falhar e precisamos trocar."