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Presidente da CBF propõe que racismo gere perda de um ponto no Brasileirão

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, no seminário de combate ao racismo - Lucas Figueiredo/CBF
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, no seminário de combate ao racismo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Em seminário da CBF sobre racismo, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, defendeu que o caso de manifestação racista de um torcedor gere perda de pelo menos um ponto no Brasileiro. Sua proposta será feita ao Conselho Técnico das divisões nacionais. Os clubes, então, decidirão se incluirão a medida no regulamento da competição. Já existe previsão de pena esportiva por racismo na legislação esportiva, mas é aplicado em casos de atos coletivos da torcida.

Há ainda um grupo formado por membros do Congresso, CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para discutir alterações na legislação, isto é, no código de justiça desportiva.

"Sou democrático e quero que essa pena seja discutida no tribunal. Não é dar uma canetada e ser um ditador. Mas acho importante mobilizar contra o racismo, porque não há mais espaço para racista no século XXI", disse Rodrigues.

"Acho que é interessante mobilizar contra o racismo. Não há espaço para racismo na competição. Vou fazer uma proposta nesse sentido na reunião do conselho técnico das competições ano que vem. Vou pedir que o clube que tiver um torcedor envolvido em ato de racismo, perca pelo menos um ponto na competição:, completou Rodrigues.

O CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) já prevê punição desportiva para clubes por casos de racismo. Mas, pelo entendimento do tribunal, isso só ocorre em casos graves. No caso, só manifestações coletivas de racismo da torcida levam à sanção esportiva, como ocorreu com o Grêmio na Copa do Brasil.

A proposta da CBF poderia ser incluída no regulamento do Brasileiro pela declaração de Rodrigues. Isso depende do aval dos clubes.

"Em campeonatos tão disputados, isso pode definir o título ou uma vaga a um torneio continental ou até um rebaixamento. Acredito que só assim as coisas vão mudar", completou o dirigente.

O evento de hoje (24) conta com a participação do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que lembrou o aumento do valor das multas aplicadas mediante a casos de discriminação nos torneios sul-americanos.