Ceni explica Luciano no banco e lamenta pedido da torcida ainda no 1º tempo
Empurrado por mais de 51 mil torcedores e precisando pressionar o Flamengo para garantir vantagem jogando em casa, pelo primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, o técnico do São Paulo, Rogério Ceni, resolveu tirar o atacante Luciano e escalar Patrick para poder ter mais controle do jogo e fechar os espaços pelos lados do campo. O resultado, no entanto, não foi o esperado no Morumbi: derrota por 3 a 1.
"Se eu jogo com o Patrick e com o Luciano e com o Calleri, contra esse time do Flamengo, você não pega na bola. Você tem que entender o jogo como funciona. Qual é o lado que eles mais jogam. Claro que o Filipe Luís é um ótimo jogador, um ótimo construtor. Mas qual é o lado que [o Flamengo] chega com mais força? É o lado direito do Flamengo onde se faz bastante jogadas. O Patrick entrou para fazer uma função tática muito importante e jogou muito bem. Saiu porque já era minuto 65. Ele já estava um pouco cansado, já não conseguia mais acompanhar o Rodinei. Nós passamos o Galoppo para aquele lado, para ter força física e aí deixamos Calleri com o Luciano na frente", analisou o comandante tricolor, após o placar negativo, na noite de ontem (24).
Torcida pede Luciano ainda no primeiro tempo
Por ter saído atrás no placar muito cedo — o primeiro gol carioca, de João Gomes, foi aos 12 minutos da etapa inicial — e com o time esbarrando na defesa rubro-negra nas tentativas de chutar ao gol, ainda no primeiro tempo, a torcida pediu a entrada de Luciano. Ceni não entendeu a reação do público presente ao Morumbi.
"Até me estranha muito o torcedor, com o Patrick jogando da maneira que vinha jogando, o time se comportando da maneira como vinha se comportando, já no primeiro tempo começar a gritar 'é, Luciano'. O torcedor que vem, cinquenta e poucas mil pessoas, apoia sempre a gente, e a gente só tem agradecimentos a fazer. Acaba o jogo, aplaude o time pela dedicação, reconhecimento e a gente também pelo reconhecimento da presença dele sempre aqui. Eu acho que o time como um todo fez uma boa partida. A diferença está na efetividade que o Flamengo tem e que a gente não teve no decorrer do jogo. Mas olhe bem o jogo, nas coisas mais importantes do jogo e você verá que o São Paulo na noite de hoje foi superior ao Flamengo, mesmo o Flamengo com todo o time que tem."
Diferença entre os times foi a pontaria
Embora tenha chutado bastante na direção do gol defendido por Santos, o São Paulo levou perigo poucas vezes à meta rubro-negra. Foram 26 arremates tricolores em direção ao gol do Flamengo — nove no primeiro tempo e 17 no segundo —, mas apenas cinco bolas acertaram o alvo. Já o time carioca finalizou apenas sete vezes à meta de Jandrei (quatro foram ao gol)
"Eu acho que faltou melhor qualidade de finalização, nós treinamos algumas jogadas de bola parada, nós não conseguimos, tanto que o gol resulta de uma batida de escanteio num lugar que não era determinado, o goleiro pega. Cometemos erros que uma equipe ainda não tão entrosada comete. Como é que é a bola do Patrick não entra? A bola dá no travessão, para em cima da linha, sai, sobra pro Wellington, sobra pro Nestor. Infelizmente, nós não concluímos tão bem como o Flamengo. Tivemos o triplo de oportunidades, mas não tivemos a mesma precisão nas conclusões que o Flamengo teve", lamentou o treinador são-paulino.
Veja a live pós-jogo do São Paulo:
E o futuro?
Ocupando apenas a 12ª posição do Brasileirão, com 29 pontos, dez a menos que o Corinthians, que fecha o G4, o São Paulo precisa se recuperar no torneio para afastar o perigo da zona de rebaixamento, visto que soma seis pontos a mais que o Avaí (17º colocado).
"Lógico que a gente nunca pode se conformar com a derrota, né? A gente nunca pode achar, nem tem como achar que está bom. Mas a maneira, o comportamental no jogo, ela foi a correta. Nós estamos sujeitos a erros. Acontecem, os coletivos e os individuais. Mas como jogo eu acho que tem que se tirar como exemplo até. A maneira como nós atuamos, não o placar, esqueça o placar, não vamos analisar só o placar do jogo, vamos analisar a construção dele como um todo, né? Nós não podemos baixar a cabeça, nós temos que focar que precisamos chegar à final da Copa Sul-Americana. E nós temos que o mais rápido possível também vencer, fazer pontos no Campeonato Brasileiro para não ter esse incômodo", comentou.
"O Flamengo a gente pensa quando for adequado, daqui duas semanas [três semanas, em 14 de setembro], quando nós formos enfrentá-los, a gente pensa num Flamengo e analisa como está a situação dentro dessas duas semanas. Mas o mais importante é que a gente tenha a presença aqui do torcedor nos próximos jogos, que ele nos ajude como ajudou hoje, nos incentive, a presença dele é fundamental e eu tenho certeza que ali nós vamos gastar o último cartucho que nós temos nessas duas partidas para tentar esse título. Vamos tentar antes de enfrentar o Flamengo gastar esse cartucho na Copa Sul-Americana", finalizou o treinador, mencionando os duelos com o Atlético-GO nos dias 1º e 8 de setembro.
O São Paulo agora volta suas atenções para o Brasileiro. Domingo, às 16h (de Brasília), o Tricolor recebe no Morumbi o embalado Fortaleza, que vem de quatro vitórias consecutivas no torneio.
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