Larghi dá passo atrás para voltar à cena e tem Abel como inspiração
Nos últimos anos, diversos treinadores surgiram para o cenário nacional como uma espécie de apostas dos clubes. Casos, por exemplo, de Fábio Carille, Maurício Barbieri, Zé Ricardo, Alberto Valentim e Tiago Nunes, que tiveram oportunidades primeiro como interinos para depois serem efetivados.
Em 2018, um outro nome saiu do anonimato e ganhou projeção da mesma forma. À época com 37 anos, o desconhecido Thiago Larghi assumiu o Atlético-MG após a demissão de Oswaldo de Oliveira. Porém, ao contrário dos demais, Larghi não emendou muitos trabalhos desde seu surgimento, tendo apenas o Goiás em seu currículo após sair do Galo.
Em entrevista ao UOL Esporte, ele revelou que tem se preparado para voltar a trabalhar. Em meio ao "susto" de ter sido efetivado pelo Atlético, o profissional entendeu que um tempo maior de preparação após o início inesperado seria importante para a sequência da carreira e, desde então, tem apostado nos estudos. Prova disso é que no ano passado ele esteve no Manchester City, onde encontrou Pep Guardiola, em um período de preparação.
"Eu tinha essa expectativa de ter mais oportunidades como técnico. Mas eu também sabia que aquele momento no Atlético tinha acontecido de uma forma que não era esperada, porque o convite que o clube me fez, inicialmente, era para ser auxiliar. Então, pensei que um tempo de preparação faria bem para minha carreira. É isso que tenho feito. Ano passado tive uma passagem bastante importante na Europa, em que pude visitar o Pep Guardiola no Manchester City, o que já tinha feito em 2014 no Bayern de Munique", contou.
Larghi deixou o Atlético após 49 partidas e somou 23 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. No primeiro turno do Brasileirão de 2018, ele chegou ter um aproveitamento melhor que o de Jorge Sampaoli, em 2020, quando o Galo brigou pelo título da competição, com 57,9% contra 56% do argentino.
Inspiração em Abel Ferreira
Apesar da admiração aberta por Guardiola, o treinador confessa ser fã do palmeirense Abel Ferreira. Ele acompanhou in loco alguns dos jogos das quartas de final da Libertadores, entre eles Atlético e Palmeiras, no Mineirão, pelo confronto de ida. O treinador ainda compareceu nas partidas entre Corinthians e Flamengo, fez elogios a Dorival Júnior e revelou admiração pelo português Abel Ferreira, que faz parte deste grupo da jovem safra de profissionais. O tour pelos estádios também faz parte de estudos, uma vez que Larghi pretende voltar a trabalhar ainda este ano.
"Tenho feito contatos e me preparado muito a nível de estudo, de tática, estratégia. Temos visto no futebol brasileiro treinadores jovens que conseguem aplicar trabalhos. Um deles é o Abel, que é muito bem preparado. Ele tem uma equipe muito competitiva, um Palmeiras muito bem treinado e um clube que oferece uma estrutura e processos de qualidade Outro exemplo é o Maurício Barbieri no Bragantino. Com alguma oportunidade, acredito que eu também possa mostrar o que venho me preparando para fazer", afirmou.
Dois anos longe da área técnica
O último trabalho de Larghi foi à frente do Goiás - única equipe depois do Atlético, está prestes a completar dois anos. O técnico foi demitido após apenas seis jogos pela equipe, com retrospecto de duas vitórias, dois empates e duas derrotas.
"Ficou uma frustração, mas de modo natural. Infelizmente, tinha um ambiente político que atrapalhou. O grupo do Goiás estava muito defasado por conta da covid-19. Era um momento de retorno aos trabalhos, em que os clubes tinham voltado havia pouco tempo. Aquele grupo tinha um déficit físico muito grande que a gente ainda precisava corrigir. A equipe vinha de três jogos sem perder e a demissão naquela ocasião foi uma surpresa".
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