Antes de sair do Brasil, Renan faz acordo para sustentar filhas de vítima
Antes de ser anunciado pelo Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, o zagueiro Renan fez um acordo com a Justiça para arcar com o sustento das filhas de Eliezer Pena, atropelado e morto por ele em 22 de julho deste ano. Na semana passada, o antigo jogador de Palmeiras e Red Bull Bragantino foi autorizado a deixar o Brasil para seguir com sua carreira no futebol.
Além de danos morais e materiais, o acordo do jogador com a família da vítima contemplou um valor extra, designado como pensionamento. Este tipo de indenização é calculado a partir de despesas de dependentes de uma vítima. Ou seja, Renan vai arcar com um valor que engloba danos morais, materiais e uma espécie de pensão para a criação das duas filhas do motociclista, que era casado.
Procuradas, as partes envolvidas não revelaram o valor total, nem o número de parcelas do acordo, a fim de preservar a família da vítima.
"Neste momento, foi muito bom. Você conseguir uma indenização ampla, completa, em 30 dias do ocorrido, é bom. Foi um valor substancial. É uma reparação boa para a família da vítima, para ter um conforto, uma qualidade de vida melhor. Era o objetivo", afirmou o promotor do caso, Rogério Filócomo.
Sabe-se que a viúva Isabela Seballo Pena já recebeu R$ 242,4 mil, referentes à fiança paga pelo jogador. O valor foi integrado ao trato que liberou Renan para seguir a carreira fora do país.
Apesar do acordo entre as partes, a investigação policial sobre o acidente continua e Renan pode ser denunciado após a finalização do inquérito. Em 22 de julho, uma sexta-feira, o carro dirigido pelo zagueiro invadiu a pista contrária e atropelou Eliezer, que estava em uma moto a caminho do trabalho. O encarregado, que era torcedor do Palmeiras, morreu na hora.
Além disso, Renan terá de se apresentar à Justiça a cada quatro meses, ou quando for intimado, 'devendo manter o seu endereço atualizado nos autos'.
Relembre o caso
O acidente envolvendo o zagueiro Renan aconteceu na manhã do dia 22 de julho, uma sexta-feira, por volta das 6h40 (de Brasília), na altura do quilômetro 47 da rodovia Alkindar Monteiro Junqyeira, em Bragança Paulista.
O defensor dirigia um Honda Civic quando invadiu a contramão e atingiu frontalmente uma motocicleta Honda CG 160. O acidente resultou na morte do motociclista, enquanto o jogador saiu ileso e se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Renan foi emprestado ao Red Bull Bragantino após surgir no Palmeiras. Ele estava no clube alviverde desde o sub-13 e subiu ao profissional em 2020.
O zagueiro foi preterido pelo técnico Abel Ferreira na lista de inscritos do Palmeiras no Mundial de Clubes de 2021, quando a equipe foi derrotada pelo Chelsea na final.
Renan admitiu bebedeira, disse motorista
Como mostrado pelo UOL, a Polícia Civil de Bragança Paulista ouviu dois motoristas que passavam pela rodovia Alkindar Monteiro Junqueira no momento do acidente.
Segundo o relatório desses depoimentos, o zagueiro foi visto chorando após atropelar e matar Eliezer Pena, admitindo que estava bêbado, vomitando, ingerindo dois litros de água trazidos por uma pessoa não identificada e urinando às margens da rodovia, que liga as cidades de Bragança e Itatiba.
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