Branca, sem estrelas: a evolução da camisa da seleção em Copas

A camisa amarela é sinônimo de seleção brasileira. Só que nem sempre foi assim. Na primeira partida oficial do time, em 1914, o branco era a cor do uniforme. Padrão esse que foi mantido até 1950, quando a tradição do amarelo começou a ser formada.

Em 2022, no Qatar, o Brasil vai com a tradicional amarelinha. O manto principal tem o tom predominante, com gola verde e detalhe em azul, formando uma bandeira. Já a número 2, pela primeira vez, tem detalhes que remetem à fauna do país, com pintas de onças nas mangas. O modelo teve a comercialização esgotada em uma hora no site oficial da Nike.

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Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o uniforme 2022 é "vibrante e arrojado" e homenageia a coragem e a cultura de um povo que nunca desiste. Foi inspirado na "garra e beleza da onça, a camisa une todos os brasileiros".

Ao longo dos anos, alguns modelos já vestiram os atletas da seleção canarinho. De acordo com o jornalista Sérgio Miguel Buarque, em artigo publicado no portal da Revista Continente, a primeira grande mudança ocorreu no século 20. O tecido plano da camisa com botões deu lugar à malha 100% algodão com gola e cordinha. Segundo ele, em 27 de julho de 1914, quando a primeira seleção foi formada, as vestes não eram "verde e amarelo". Eram branca e azul. Isso porque a camisa era branca e o calção azul. Hoje, apenas o azul permanece nas camisetas.

Embora não tão ousados quanto a estampa animal print de 2022, os vários uniformes já usados conquistaram os torcedores - no seu devido grau de proporção. Confira as principais camisetas e suas evoluções:

2018/2014

Em 2018, o modelo era o tradicional amarelo, sem muitas diferenças no fardamento de 2014.

2010

Em 2010, o modelo azul foi usado para homenagear o plantel de 1958 - primeiros campeões do Mundo. O modelo tinha os números na cor amarela. A camisa canarinho seguia como a principal.

2006

Na Copa de 2006, os atletas entraram em campo com uma camiseta tradicional amarela, apenas com um escudo maior no peito e uma gola verde, com detalhe amarelo. Pela primeira vez, cinco estrelas estavam no peito.

2002

O posto de modelo diferenciado ficou para o uniforme de 2002. Eles surgiram com muitos detalhes e foi considerado moderno para a época. O fardamento amarelo, por exemplo, ganhou faixas verdes espalhadas pelas mangas e pelo corpo da camiseta.

O modelo azul, secundário, por sua vez, apresentava gola estilo "polo" e faixas brancas. As alterações levaram sorte aos brasileiros, que entraram para a história. Foi a primeira seleção a conquistar o pentacampeonato da competição.

1998

Em 1998, a camiseta principal veio com gola redonda, o escudo em tamanho reduzido e faixas nos ombros. No peito, quatro estrelas representavam o tetra conquistado quatro anos antes.

1994

No modelo anterior, do tetracampeonato de 1994, apareceu com marcas d´água do escudo brasileiro. Os números eram em verde. O modelo azul continha a sigla "CBF" em marca d'água. Também foi o ano do fim do tecido confeccionado em algodão. A principal marca do uniforme era de que a partir dali não se usaria mais algodão na confecção. Passariam, então, a ser 100% em poliéster.

1990

A camisa de 1990 era a tradicional amarela, com escudo e número. O diferencial para a anterior era apenas a gola.

1986

Em 1986, conforme o portal Goal, ela apresentava três mudanças simbólicas: a saída do ramo de café no escudo, a logomarca do fornecedor - no caso a Topper - na parte da frente e a volta da gola polo.

1982

Na Copa do Mundo de 1982, o escudo apareceu com a sigla da CBF e também da Taça Jules Rimet. Uma curiosidade, ainda segundo o Goal, foi o ramo de café presente no uniforme feito em algodão, com misturas de poliéster. Ele representava o patrocínio recebido do Instituto Brasileiro do Café, o IBC.

1978

Na camiseta da Copa do Mundo de 1978, três longas listras ocupavam as mangas longas do uniforme principal. Em verde, chamavam atenção de longe. Os canarinhos não levaram o título na ocasião, mas acabaram como os campeões da moral.

1974

Entre os marcos das vestimentas usadas pelos craques do futebol brasileiro, as principais têm uma copa marco. Ela foi a de 1974, que tinha no peito o escudo com três estrelas, para simbolizar os feitos conquistados.

1970

Desde 1970, quando o Tri foi conquistado, o fardamento principal era o mesmo, amarelo com detalhes em verde, sendo a azul como reserva. Ali ficara eternizado o calção azul, com listras brancas e a camiseta amarela.

1954/1958/1962/1966

Em 1966, assim como em 1954 e 1958, os modelos foram semelhantes. Em 1962 ela surgiu parecida com a utilizada em 58. A diferença ficava apenas nas mangas alongadas e a gola diferenciada. A principal inovação foi, em 58, o ressurgimento da camisa azul, utilizada pela primeira vez em 1938. A mudança foi necessária porque na partida final, contra a Suécia, os adversários também vestiam amarelo. De improviso, o fardamento foi alterado e, então, veio para o país a primeira taça de Campeão Mundial.

Seleção já vestiu branco

Vale lembrar que o branco foi abolido em 1954, quatro anos depois de perder em casa. Foi aí que o amarelo foi adotado pela primeira vez. Distante do atual, em 1930, não havia nada de canarinho na seleção brasileira. Com gola polo, com amarração de cordinhas, mangas longas, punhos azúis, a camiseta era branca em um modelo irreconhecível.

Em 1938, veio o uniforme totalmente azul e, na camisa titular, manga mais curta e a gola "V", com escudo CBD. Em 1950, jogando em casa, os jogadores vestiram um uniforme semelhante ao usado nas primeiras participações no mundial. A gola era polo, em cor azul, assim como os punhos e as listras do calção.