'Tivemos mais medo do que coragem', diz Abel sobre empate do Palmeiras
Abel Ferreira deixou o Maracanã satisfeito com o ponto conquistado pelo Palmeiras no empate por 1 a 1 contra o Fluminense, mas falou mais de uma vez que seu time "teve mais medo do que coragem" para tentar vencer a partida.
"Este jogo resume-se ao bom resultado, na minha opinião. No primeiro tempo tivemos mais chances. Na segunda parte nosso adversário foi melhor. E teve aqui um fator psicológico da nossa equipe: tivemos mais medo do que coragem", admitiu o treinador, que repetiu a expressão algumas respostas depois.
"Não sei se foi por ser [contra] o segundo classificado, e nossos jogadores saberem que [com o empate] manteríamos a distância. Acho eu que foi mais um fator mental: nosso adversário tinha que arriscar tudo para ganhar, daí a coragem e este atrevimento. E nós ficamos com medo de ganhar o jogo. Da nossa parte, mais medo do que coragem", confirmou Abel Ferreira.
No Maracanã, o Palmeiras saiu na frente do Fluminense com um golaço de bicicleta de Rony, tentou administrar a vantagem, mas sofreu empate meia hora depois. Depois do intervalo, o time de Abel foi sendo cada vez mais pressionado e passou sufoco nos minutos finais, incluindo duas bolas na trave. O empate, porém, mantém os oito pontos de vantagem na liderança do Brasileirão (50 a 42 do próprio Flu).
Irritação com jornalista
A segunda pergunta da coletiva caiu mal com Abel Ferreira, que subiu o tom. Perguntado sobre suposta "retranca" adotada no Maracanã e que o Palmeiras talvez não tivesse muitas formas de jogar, o técnico respondeu diretamente.
"Temos várias formas de jogar, somos uma equipe que faz muitos gols. Se conseguir ver os dados estatísticos da nossa equipe, qual é a equipe que tem mais gols?", questionou, na direção de quem havia feito a pergunta. "Quem? O Palmeiras. Isso, o Palmeiras. Qual é a equipe que sofre menos?", perguntou de novo.
Ao ouvir que era o Palmeiras, rebateu. "Ah, então. É por isso que temos que atacar quando temos que atacar e defender quando temos que defender. Tu ouviste o que respondi a seu colega. Disse que, para você ouvir, que nosso adversário foi melhor na segunda parte, e nós tivemos um bom resultado", encerrou Abel.
Veja outras respostas de Abel Ferreira:
Três jogos seguidos contra um vice-líder
"Cada jogo é um jogo. Temos de procurar, em cada jogo, dar o nosso melhor. Hoje o adversário foi mais agressivo, é uma equipe que tem boa posse, encosta seis ou sete jogadores no corredor da bola e dá espaço no corredor contrário. Não fomos suficientemente calmos para tomar a melhor decisão. De resto, temos de continuar com esse calendário que temos, e nossos jogadores têm de entender que quando jogam contra nós, jogam tudo. Se o Fluminense jogar sempre assim, está aí para a luta [pelo título]. Foi um adversário que nos criou muitas dificuldades."
Semifinais da Libertadores e investimento
"Quando chegamos a esta fase [da Libertadores], neste nível de competição, é porque as equipes têm qualidade. Qualidade não só com bola, também estratégia, abordando o jogo. Para chegar até aqui, sabemos o quanto é difícil. Temos uma intenção, queremos estar na final, mas temos de desafiar pelo nosso adversário, que é competente. [O Athletico] é uma equipe que tem crescido muito, em finais e ganhando a Sul-Americana. A história recente é muito forte e merece todo o nosso respeito. Desde a nossa chegada, o clube tem uma filosofia: queremos contratar jogadores novos, desenvolvê-los, mas também queremos ganhar. Já ganhamos, mas não chega. Já ganhamos esse ano, já perdemos neste ano. Estamos lutando por dois e é isso que vamos fazer. Dentro dos recursos que temos, vamos dar o máximo, é para isso que treinamos todos os dias. Nós treinamos duro para aproveitar essas oportunidades e desafios. Estamos em duas competições e vamos fazer o máximo para vencer.
Palmeiras é o favorito contra o Athletico? Real Madrid da Libertadores?
"Não gosto de falar sobre favoritismo. Sou pragmático, direto ao assunto. Se é 70 a 30, 20 ou 40, o negócio se resolve nas quatro linhas. As duas equipes têm condições de ganhar, é isso que vejo. Temos que estar alertas, porque é uma eliminatória que nos exigir o máximo, como o Fluminense fez hoje aqui. Em um jogo, tudo pode acontecer. É um desafio para os dois times. Vamos apostar tudo na nossa possibilidade de passar com empenho. Real Madrid, Barcelona, PSG, é outro mundo. Vi os investimentos feitos, quanto gastou o Flamengo, Real Madrid, PSG, Corinthians, Palmeiras, mas isso não é sinônimo de que vai ganhar: o Paris Saint-Germain está investindo há anos para ganhar a Libertadores deles e até agora não ganhou. Investir não é sinônimo, mas ajuda."
Estilo do Fluminense de Diniz
"Estou aqui para falar da minha equipe e do jogo. Isso é um assunto para o Diniz falar. Vejo uma equipe muito competitiva, sobretudo em casa, que tem uma forma muito peculiar de jogar com bola. E nós não fomos capazes de usar os espaços no lado contrário. Não sei se foi por ser o segundo classificado, e nossos jogadores saberem que [o empate] manteria a distância. Acho eu que foi mais um fator mental: nosso adversário tinha que arriscar tudo para ganhar, daí a coragem e este atrevimento. E nós ficamos com medo de ganhar o jogo. Da nossa parte, mais medo do que coragem."
Opinião sobre o Fluminense
"Nisso sou um pouquinho frio. Quando faço avaliação aos clubes e jogadores, olho para as estatísticas: os títulos que ganha, os gols que faz, os dados concretos. Não é achar. [O Fluminense] tem uma forma de jogar diferente, isto nota-se, tem muitos gols marcados. Como todos, tem virtudes, mas gosto de olhar para os dados estatísticos. Avalio pelos números. É uma forma de jogar muito característica de seu treinador, é muito dele. Mas o jogo de futebol pertence aos jogadores, nós treinadores temos que dar organização à equipe, e nisso estou contente com o que nossa equipe tem feito. Não vamos ganhar sempre ou jogar sempre bem, mas na linha da consistência, me desculpem, nossa equipe é muito consistente se compararmos a nossos adversários. É consistência ao longo da temporada."
Golaço de bicicleta de Rony
"Isso não é do treinador, zero treinador. Qualidade dele, inspiração dele. Hoje precisávamos que os jogadores estivessem, em temos técnicos, em seu nível técnico. Olhando os quatro fatores de rendimento —técnico, tático, físico e mental—, tivemos abaixo do normal em dois: a parte mental e a parte técnica. O Rony nessa bola foi muito bem. Depois ainda teve um passe do Nino que ia direitinho para o gol do adversário e poderíamos fazer o 2 a 0.
Abel na versão "paz e amor"
"Tenho andado a me controlar, estou tranquilo. Já não levo cartão amarelo há muito tempo. Estar calmo e tranquilo é um dos meus objetivos. As emoções aqui se vive de outra maneira, a mentalidade é outra. Houve ali uma situação, mas coisas do futebol e passou. Os jogadores são inteligentes, sabem que queríamos muito ganhar o jogo, mas no segundo tempo percebemos que estava difícil ganhar o jogo e defendeu-se bem."
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