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Lisca diz que jogo não favoreceu estilo do Santos: 'cara de Série B'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/08/2022 21h45

O Santos não teve uma boa atuação, mas conseguiu o empate sem gols contra o Cuiabá hoje (28), pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após o duelo na Arena Pantanal, o técnico Lisca justificou o desempenho do esperado com a maneira que o confronto se desenhou.

"Hoje estava realmente difícil para ganhar, a gente levou um ponto. Não era o que a gente queria, mas esse tipo de jogo ainda tem na Série A. Esse, de muita competição e pouco jogado, muito competido. Um jogo mais com cara de Série B, para dizer bem a verdade. Muitas bolas alongadas. Não dá para reclamar muito. Valorizar o ponto. Sabia que queríamos os três. Mas, pelas circunstâncias, somamos um ponto", declarou.

Para o comandante, os 37ºC que os termômetros anotavam em Cuiabá no pontapé inicial do embate também afetaram o rendimento do Peixe.

"Jogo difícil. Um clima bem difícil, calor. Eles estão mais adaptados. O que não deu certo foi o tipo de jogo proposto pelo Cuiabá. Um jogo de muita ligação direta, muitas bolas diagonais. A bola não é muito trabalhada. Muita disputa de primeira e segunda bola. Não é o nosso forte. O Santos gosta do jogo mais jogado, marcação pela frente, fechar linha de passe. Não tinha muito passe. Era muita bola longa, boa sustentação dos três zagueiros e dos alas do Cuiabá. Eles estão acostumados com bolas longas, casquinha, jogadas mais objetivas", destacou.

Lisca também falou sobre as alterações que realizou e comentou as mudanças que aconteceram ao longo dos 90 minutos.

"Sentimos um pouco no primeiro tempo, apesar de ter controlado bem a partida. Não ter permitido a eles a construção. Era mais bolas paradas e cruzamentos, principalmente dos alas. No segundo tempo, com 10, 15 minutos, mudamos a estrutura. Passamos a jogar com duas linhas de quatro. Botamos o Barbosa e o Braga para acompanhar mais os alas. Deixamos a nossa linha de quatro com três atacantes, e dois atacantes. O Soteldo e o Seco dividindo os três zagueiros. Tiramos um jogador que estava no líbero, que era o Angulo, que estava para fechar a circulação. Como não tinha, ele perdeu a função sem a bola. Isso estava facilitando um pouco para o Cuiabá", comentou.

"No segundo tempo começamos bem. Tivemos uma grande chance com o Lucas, talvez a mais clara, em um lance construído. Mas eles continuaram perigosos nas bolas esticadas. Depois, mexeu bem também com Rodriguinho. Teve mais articulação, mas perdeu o Deyverson lá na área que estava incomodando demais e na primeira bola, que o Cuiabá joga muito em bola longa, ele estava ganhando quase todas as casquinhas. Ele é muito bom nessa bola. Mas a entrada do Felipe Marques, Gava e Rodriguinho deram um respiro técnico a eles. Eles começaram a voltar a nos agredir, a jogar nas beiradas. Depois o Camilo entrou pela ala direita. O João sentiu o ritmo do jogo. O Camilo, apesar de não ser da função, entrou bem, começou a cruzar também", complementou.

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Saída de Soteldo
Normal, né. Na estreia contra o São Paulo, se eu não colocasse o Soteldo, acho que eu não faria o jogo. Os caras iriam me tirar do jogo. Mais ou menos como aconteceu com o Pelé na vez que o juiz expulsou ele, mas quem saiu foi o juiz. O Soteldo tem um pouco disso, mas realmente ele estava cansado. Estava sentindo o clima. Já estava prendendo a bola. Tomamos dois contra-ataques com a perda de bola dele. E eu tenho um menino muito rápido, muito dinâmico, que é o Ângelo. Precisava também dessa nova energia, como o Cuiabá deu nova energia. Para tirar outro jogador seria jogador mais de sustentação. Barbosa tinha recém-entrado, o Braga. O Soteldo não faz a função que o Braga faz, descendo com ala. Nem do Camacho, nem do Zanocelo. Então, a opção foi nos últimos 10, 12 minutos ter sangue novo ali. Ele entendeu perfeitamente também. Confessou que estava difícil para ele. O torcedor tem todo direito de ter seu ídolo, de querer, mas eu tenho que fazer o que é melhor para o time, que eu acho no momento. Ainda bem que não tomamos aquele gol. Senão seria pior ainda. Logo que ele saiu, em um lance que não tinha nada a ver com a saída dele. Mas o Jean apitou bem o jogo. A bola realmente bateu na mão do Felipe e ele levou vantagem.

Ponto conquistado
Foi um jogo bem difícil. Nossa estrutura, nossa ideia técnico-tática ficou um pouco prejudicada. A gente não conseguiu impor nosso padrão de jogo. Jogo ficou muito mais de disputa, de competitividade. Por isso, eu cumprimento o time também que teve que se adaptar. E, quando foi a bola lá, o João fez uma bela defesa na virada do Deyverson. Hoje ele jogou bem. Esse tipo de jogo é para ele, de briga, de preparar a primeira bola. Vou parabenizar o time. Claro que a gente queria os três. Mas quando não dá os três, leva um. Continuamos no G-8, nos aproximamos mais do G-4, do G-6. Mantivemos uma distância boa para zona de rebaixamento.

Próximo jogo
Agora é caminhar e fazer um grande jogo contra o Goiás. É um time que também joga com linha de 3 zagueiros, dois alas. Tem o Pedro lá na frente como referência. É um time que vem fazendo um segundo turno muito bom com o Jair, que é um treinador muito estratégico na parte defensiva. Peço paciência para a torcida do Santos lá na Vila porque vamos ter que trabalhar bem, tentar abrir o time deles para impor nosso estilo de jogo e nosso padrão técnico-tático.

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