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São Paulo precisa de mais calma e frieza na hora de finalizar, cobra Ceni

Do UOL, em São Pailo

28/08/2022 20h59

A derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, na tarde de hoje (28), deixou Rogério Ceni desapontado. O treinador valorizou o número de chances criadas pelo São Paulo no Morumbi, mas cobrou os atacantes por mais calma na hora de finalizar.

"O que posso dizer? Estamos chegando na frente do gol, tendo oportunidades, mas a bola não está entrando. Aí é hora de ter calma, não perder o trabalho que estamos fazendo, e numa próxima oportunidade ter capacidade e frieza para fazer os gols. Se não estivéssemos criando nada, era preocupante, mas foram muitas oportunidades de gol. Temos que melhorar isso", admitiu o técnico.

O São Paulo enfrentou uma defesa fechada no Morumbi e teve meia hora de marasmo, mas depois de sofrer o gol melhorou e controlou o jogo. Pressionou o Fortaleza durante o segundo tempo inteiro e criou várias chances, mas parou sempre em Fernando Miguel, que fez quatro grandes defesas para assegurar o resultado.

"Confio nos meus atacantes, eles sabem disso. O trabalho de finalização é feito quase todo dia. É questão de momento, paciência. O torcedor confia no Calleri, no Luciano, e fica chateado porque vê seu time perder, mas tenho certeza que eles confiam em quem faz a definição. Que [os atacantes] tenham calma e lucidez para voltar a fazer os gols que fizeram tantas vezes", completou Ceni em sua coletiva.

O treinador passou boa parte da entrevista batendo na mesma tecla: o São Paulo vem criando bem, só tem deixado a desejar na hora de transformar as chances em gols.

"Prefiro ganhar os jogos, mas também prefiro ver meu time jogar bem. Contra o Santos o goleiro deles foi um dos melhores em campo, contra o Flamengo teve boas oportunidades, hoje mais uma vez fez o goleiro adversário a grande figura do jogo", listou Ceni. "Se continuarmos finalizando, criando volume, chegando ao gol adversário, tendo sempre chances, espero que uma hora a gente tenha um pouco mais de calma, frieza e faça as finalizações que nos dê vitórias. O importante é ganhar."

O Tricolor tem 29 pontos no Brasileirão, perdeu quatro vezes nas últimas cinco rodadas e é obrigado a seguir atento à disputa contra o rebaixamento. Nos próximos dias, porém, volta suas atenções à Copa Sul-Americana, pois na quinta-feira (1º) visita o Atlético-GO no jogo de ida das semifinais.

Veja outras respostas de Ceni na coletiva:

A derrota, na visão do técnico são-paulino:

"O Fortaleza teve poucas oportunidades de gol, mas conseguiu fazer seu gol em uma das poucas oportunidades que teve. Defendeu-se bem, mesmo assim tivemos um volume muito grande, principalmente no segundo tempo, com chances claríssimas de gol: bola na trave, grandes defesas, rebote com sobra debaixo da trave… Tivemos um controle de jogo bom, giramos bem a bola com velocidade, talvez até pela garoa o gramado ficou mais rápido. Eles tiveram uma escapada ou outra em contra-ataque. Eles tiveram a felicidade de fazer o gol no primeiro tempo, e nós jogamos como tinha sido nos últimos jogos: mais oportunidades, criando, tentando fazer os gols, mas infelizmente não conseguimos marcar de novo mesmo com tantas boas chances."

"Espero que a gente continue criando da maneira que estamos criando, pare de sofrer gols, porque são poucas as oportunidades que os adversários têm contra a gente, mas estamos cedendo gols. Jogando da maneira como estamos jogando, com este número de finalizações, existe uma possibilidade grande de ganhar os próximos jogos."

Ceni valoriza o volume de jogo

"Já ganhamos alguns jogos sem jogar tão bem, e nos últimos jogos temos muito volume de jogo, com oportunidades, mas sem converter em gols. Nos bons momentos, 12 jogos sem perder, é mais fácil de se ajudar, mas nos momentos mais difíceis como este temos que ter a cabeça no lugar, continuar trabalhando. Se a gente continuar finalizando 15, 20 vezes por jogo e dando poucas oportunidades ao adversário, desta maneira temos mais chances de conseguir vitórias no futuro. Mas é chato dentro da sua casa, 30 mil pessoas, mais uma vez não sair vitorioso."

Parte da torcida vaiou no apito final

"Durante todo jogo o torcedor incentivou, gritou. O que mudou foi que perdemos os jogos. É natural, porque o futebol é emotivo. Ficamos chateados no vestiário, porque a gente bate, bate no adversário e não consegue vencer. É natural que o torcedor também fique chateado, mas ele está sempre junto da gente, incentivando, hoje com 30 mil pessoas incentivando em uma tarde fria. A gente é que lamenta não entregar uma vitória para o torcedor."

Rodízio no time nos próximos jogos?

"Tenho que cumprir com o que posso. Hoje tivemos quatro dias de intervalo [desde o jogo passado], com mais quatro para o próximo jogo. Colocamos boa parte da equipe, principalmente os zagueiros, que a gente sempre economiza porque tem poucos. Fizemos um time forte, prova disso é o volume de jogo que o time teve. Temos que recuperar todos, trabalhar bem para montar uma base boa para quinta-feira [contra o Atlético-GO pela Sul-Americana]. Depois, em 66 horas a gente enfrenta o Cuiabá. Vamos refazer, ter um novo time, ver o que é possível. Não tenho muito como me adiantar a isso [sobre o rodízio]. Hoje por exemplo ninguém contava que o Nikão sairia lesionado com 2 minutos, não é algo que você imagina ao escalar o time."

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