Duelo sintético: As diferenças das gramas do Palmeiras e do Athletico-PR
Athletico-PR e Palmeiras começam a decidir hoje (30) uma vaga na final da Copa Libertadores. O palco do jogo das 21h30 será a Arena da Baixada, um estádio que, assim como o Allianz Parque, do clube alviverde, possui grama sintética em detrimento do piso orgânico.
Não é incomum que jogadores de outros clubes se queixem quando têm de atuar em um dos dois estádios. Muitas vezes, para poder justificar uma má atuação, usando argumentos como "a bola quica mais alto", ou "a grama é mais rápida", que não são suficientes, tampouco verdadeiros.
Anualmente, a Fifa inspeciona todos os estádios do mundo que usam grama artificial, de modo a assegurar que não exista discrepância importante, fora de parâmetro, na resposta entre o piso orgânico e o artificial, no que diz respeito ao comportamento da bola — seja quicando ou rolando.
Uma vez, também, que não há padronização nos estádios brasileiro quanto ao tipo de grama usada, bem como à altura da poda e o tipo de rega, velocidade e quique variam também de um piso natural para outro.
Mas e entre os dois campos sintéticos de Palmeiras e Athletico-PR? Existe uniformidade? Em 2022, a Fifa inspecionou e certificou ambos. Mas isso não quer dizer que eles sejam iguais.
Altura da grama
O gramado da Arena da Baixada, cujo nome industrial é Lesmo HD, é ligeiramente mais alto que o do Allianz Parque. O do estádio paranaense tem 60 mm de altura. O paulista, 50 mm.
Embora mais baixo, os tufos de grama do estádio do Palmeiras, cujo sistema é denominado Stadium System, retornam para a posição vertical mais rapidamente depois de ser, por exemplo, coberto para shows.
Colocação dos rolos de grama e drenagem
O Allianz Parque tem os rolos dispostos no sentido da largura do campo de jogo, de uma lateral à outra. A fixação dos "tapetes" é feita com um tipo de cola.
Já a Arena da Baixada tem rolos costurados e dispostos no sentido longitudinal, de uma linha de fundo à outra.
Já a drenagem ocorre de modo inverso. O escoamento no Allianz é feito no comprimento do campo. O da Arena, para as linhas laterais.
Sistema de preenchimento
Nesse ponto, talvez, esteja a diferença mais significativa.
O gramado da Arena da Baixada conta com um composto orgânico, feito a partir de casca de coco, chamado Geofill. Esse preparado é colocado entre os tufos de grama para dar ao piso um amortecimento semelhante ao que os gramados naturais têm com a terra. Também há areia misturada ao composto.
No Allianz, o preenchimento é realizado somente com uma espécie de borracha chamada de TPE. De acordo com a fabricante, a Soccer Grass, embora de borracha, esse tipo de composto, com especificidades térmicas, não superaquece como as borrachas comuns de campos sintéticos, mantendo-se, em média, até 30 graus Celsius menos quente que os campos artificiais comuns.
Sistema de amortecimento e estabilização
Os dois gramados têm areia sob os rolos de grama como forma de estabilização. Mas o Allianz Parque tem ainda uma manta dedicada apenas a diminuir a força dos impactos, abaixo da grama, propriamente.
A empresa Italgreen, responsável pelo gramado da Arena, afirma que tal recurso não é necessário no campo paranaense devido às características do material de preenchimento, entre outros fatores.
Irrigação
Os dois campos são irrigados para amenizar o calor dos materiais sintéticos e deixar a superfície mais rápida. O do Athletico, por causa do composto de fibra de coco que faz seu preenchimento, demanda menos irrigação, por absorver e manter a umidade por mais tempo.
Já o Allianz Parque, em especial depois da chegada de Abel Ferreira, é irrigado antes de todos os jogos e nos intervalos, por bastante tempo. A medida foi solicitada pelo português depois de ouvir de seus jogadores, assim que chegou ao clube, que a bola prendia um pouco na grama, e que isso atrapalhava o jogo da equipe.
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