Altos e baixos: São Paulo quer equilíbrio entre Luciano e Calleri
Depois de uma semana de decepções, com direito a duas derrotas, o São Paulo entra em campo na noite deste domingo (4), às 19h, na Arena Pantanal, com a obrigação de vencer o Cuiabá. Os motivos para a urgência passam pelo fato de a equipe precisar se distanciar da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. E também retomar a confiança para a sequência de decisões que se aproxima - depois do Cuiabá, enfrenta Atlético-GO (Sul-Americana), Corinthians (Brasileiro) e Flamengo (Copa do Brasil).
Com uma defesa que foi vazada em todos os últimos cinco jogos que o time disputou - foram 10 gols no período, média de dois por jogo -, e precisando vencer, a aposta é no setor que tem melhor desempenho. O ataque precisa afinar as conclusões e transformar as oportunidades em gol.
Nos últimos quatro jogos, o São Paulo finalizou 63 vezes, acertou 20 no gol adversário, e marcou apenas dois gols: Rodrigo Nestor, contra o Flamengo, e Luciano, contra o Atlético-GO.
Responsáveis por 37 dos 93 gols marcados pelo São Paulo nesta temporada, Calleri (20 gols) e Luciano (17) são os goleadores tricolores na temporada. Só que é preciso que a equipe crie mais oportunidade para seus goleadores. Calleri marcou 11 dos seus 20 gols no Brasileiro, enquanto Luciano anotou sete gols na competição.
Depois de um início de ano com problemas físicos, quando chegou a perder alguns jogos por lesão, Luciano voltou a ser utilizado pouco a pouco por Rogério Ceni. E deslanchou a partir do final de junho.
Nos últimos 18 jogos, Luciano marcou 12 gols. Calleri, porém, teve uma queda de rendimento. Visado pelas defesas adversárias, o camisa 9 marcou 3 gols nos últimos 22 jogos. Nas 29 partidas anteriores, marcou 17 vezes. Mesmo que não esteja em ótima fase, Calleri é importante por prender os zagueiros e justamente abrir espaços para os companheiros, como no jogo contra o América-MG, pela Copa do Brasil, quando fez o pivô para Luciano invadir a área e marcar o segundo gol são-paulino na noite.
Solução argentina?
Rogério precisa encontrar alguém que municie seus atacantes para deixá-los em condição de marcar. Uma das opções é Rodrigo Nestor, que participou de 16 gols do time no ano. Nestor foi o responsável por cruzar a bola para Luciano marcar contra o Atlético-GO.
Com a opção de Ceni por jogar muito pelos lados - o São Paulo já marcou 12 gols de cabeça no Brasileiro -, muitas vezes fica faltando quem possa construir jogadas pela faixa central do campo. Galoppo poderia então ser a peça que falta. Mas o argentino ainda não conseguiu provar que merece mais chances no time.
"A melhor posição para ele é próxima do centroavante, porque ele faz gols. É um finalizador com características diversas. Pode atacar o espaço vazio na área, pode se aproveitar dos cruzamentos laterais. Não é um meia de distribuição. Ele busca dar a assistência ou parte para o gol, finalizando próximo à área, com qualidade", avaliou Pablo Sarinelli analista de dados da Football Data Agency, especializada em análise de rendimento de jogadores, ao UOL Esporte.
Se Galoppo não se colocou como opção, outro argentino busca seu espaço. Contratado no mês passado, Nahuel Bustos jogou pouco mais de 10 minutos com a camisa do São Paulo, na derrota para o Santos, na penúltima rodada do Brasileirão. E não há previsão para que ele tenha mais tempo de jogo.
"Como é que eu vou pôr o Nahuel Bustos em um dia que está com um jogador a menos? Um jogador que estava há dois meses parado. Eu observo no dia a dia, vejo quem treina no dia a dia por isso eu faço as escolhas", afirmou Ceni, após o jogo com o Atlético-GO.
Artilheiro do mata-mata, Luciano se destaca no meio
A falta de um meia que possa criar chances de gol, a função tem sido exercida por Luciano. Em muitos jogos, o camisa 11 tem saído da área, buscando receber a bola nas costas dos volantes adversários. Assim, se tiver espaço, parte para o gol. Se a marcação apertar, pode distribuir passes para os companheiros.
Dos 17 gols que Luciano marcou até aqui na temporada, oito foram em jogos de mata-mata. O atacante balançou as redes duas vezes nos últimos três jogos na Copa do Brasil. Marcou diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelas oitavas de final, quando o Tricolor se classificou nos pênaltis. Luciano também foi decisivo para a classificação do São Paulo à semifinal da Copa do Brasil. O camisa 11 marcou todos os três gols da eliminatória contra o América-MG, que garantiu a vaga na semifinal do torneio.
"Nós temos um jogo em Cuiabá e depois temos esse jogo da volta contra o Atlético-GO. Nós estamos apertados [com a pontuação] no Campeonato Brasileiro. Então, nós vamos escolher o que for melhor", resumiu Ceni.
Cuiabá seguro no gol; São Paulo sofre
Embora esteja lutando diretamente contra o rebaixamento, o Cuiabá tem no seu gol a segurança que o São Paulo tem procurado para a sua própria meta. Especulado no Tricolor em pelo menos duas vezes nos últimos anos, Walter teve sua transferência vetada para o clube do Morumbi pelo Corinthians.
Enquanto isso, o São Paulo sofre para achar um goleiro que possa chegar e tranquilizar o time. Neste Brasileirão, em 24 jogos, o Tricolor sofreu 29 gols. A conta foi turbinada pelo período em que Thiago Couto teve de atuar, e em um momento que a defesa da equipe teve de ser muito mexida por conta dos desfalques. Em três jogos, Couto sofreu sete gols.
O Cuiabá levou 23 gols em 24 jogos até aqui no Brasileiro. Walter disputou 22 jogos, e foi vazado 21 vezes.
FICHA TÉCNICA
CUIABÁ X SÃO PAULO
Competição: Campeonato Brasileiro - 25ª rodada
Data e hora: 4 de setembro de 2022 (domingo), às 19h (horário de Brasília)
Local: Arena Pantanal, em Cuiabá
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Auxiliares: Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ) e Leila Naiara Moreira da Cruz (DF/FIFA)
VAR: Silbert Faria Sisquim (RJ)
CUIABÁ: Walter; Marllon, Joaquim e Alan Empereur (Paulão); João Lucas (Daniel Guedes), Camilo, Pepê e Igor Cariús; Alesson, Valdivia e Deyverson. Técnico: António Oliveira.
SÃO PAULO: Jandrei; Ferraresi, Diego Costa e Léo; Igor Vinícius, Gabriel Neves (Pablo Maia), Rodrigo Nestor, Patrick (Galoppo) e Welington (Reinaldo); Luciano e Calleri. Técnico: Rogério Ceni.
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