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Lisca enaltece Pedro Raul e explica derrota do Santos: 'Não fomos eficazes'

Técnico do Santos lamentou falta de "assertividade" após vitória de 2 a 1 do Goiás na Vila Belmiro - GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Técnico do Santos lamentou falta de "assertividade" após vitória de 2 a 1 do Goiás na Vila Belmiro Imagem: GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

05/09/2022 23h53

O técnico Lisca, do Santos, considerou a falta de "eficácia" como principal fator para a derrota da equipe paulista diante do Goiás, em jogo do Campeonato Brasileiro ocorrido hoje na Vila Belmiro.

Em entrevista concedida após o placar de 2 a 1 dos goianos, o treinador ainda aproveitou para enaltecer o adversário Pedro Raul, atacante que balançou as redes duas vezes e tornou-se artilheiro isolado do torneio.

"O Goiás deu três chutes e fez dois gols. Eles foram muito eficazes. Mérito do Pedro [Raul]. Buscamos, lutamos com todas as forças, colocamos o time na frente... mas hoje não era um dia para nós", iniciou Lisca.

"Ficamos a noite inteira tentando e não fomos eficazes. Fomos eficientes porque criamos, mas não fomos eficazes na hora de botar a bola para dentro", iniciou Lisca.

O comandante do Santos fez elogios à postura de seus jogadores após o gol sofrido ainda aos dois minutos de partida.

"A partida começou praticamente com 1 a 0. Tomamos um gol com dois minutos [em um lance de] qualidade do passe do Dadá e da entrada do Pedro [Raul]. Temos essa jogada marcada, faltou ficarmos um pouquinho mais atentos. Depois, tomamos conta do jogo, agredimos, tivemos várias chances de gols... o Tadeu estava numa noite boa também. Conseguimos o empate num lance fortuito, que a bola bateu, rebateu e entrou. Aí erramos mais uma vez", lamentou ele, eximindo qualquer jogador de responsabilidade individual na vitória do Goiás.

Veja as outras declarações de Lisca na entrevista coletiva:

Dois jogos fora de casa
É uma oportunidade que temos de mudar essa história fora de casa. É se mobilizar demais para essas partidas, primeiro o Ceará, depois o Palmeiras. O Campeonato está afunilando, faltam 12 ou 13 rodadas. O G6 pode abrir para G8, isso [chegar à Libertadores] é bem viável. Temos que nos recuperar o mais rápido possível e fazer um grande jogo contra o Ceará. É uma oportunidade que temos de mostrar que podemos ter resultados positivos. Três pontos valem ouro. Assim como o Goiás nos venceu, podemos enfrentar qualquer adversário e almejar a vitória fora de casa. Precisamos ser muito assertivos e mais eficazes para aproveitar melhor as situações de gol.

Falta de gols
Mérito do adversário e circunstâncias do jogo também. O gol do Goiás fez eles cercarem bem a área. Foram mais de 40 cruzamentos nossos. Eles fecharam bem. Chutamos também de fora, tivemos bola na trave e muitos escanteios. Em alguns, a gente conseguiu cabecear e o Tadeu foi bem efetivo. É valorizar mais as chances e ser mais assertivo quando a gente cria oportunidade. Hoje foi mostrado o que é o futebol: um time teve muito mais volume, mas a vitória saiu com quem foi mais eficiente. Mérito do Pedro Raul, e quero cumprimentar ele, que passou o Cano. Hoje ele foi fatal. Nas duas chances que teve, aproveitou. Nós tivemos várias e não aproveitamos. É buscar esse acerto e ser mais assertivo quando a gente criar chances, principalmente no início da partida

Críticas da torcida
Essa insatisfação não vem de hoje, vem de dois ou três anos. É por todo o histórico de disputar contra a zona de rebaixamento, de não estar brigando na zona de cima... ela acaba reverberando no treinador, que é o representante principal. A responsabilidade é de todos nós. Faz parte quando um clube grande vem de algumas temporadas não condizentes com o que a torcida quer. Sei que a pressão é grande. Se os resultados não vierem, as coisas acontecem.

Atuação de Zanocelo e 2° gol do Goiás
O Zanocelo fez um bom jogo, criou possibilidades... o Carabajal também estava bem, mas saiu porque já tinha amarelo. Não tem como ficar no meio de campo sem nenhum marcador, até porque os contra-ataques do Goiás eram bem perigosos. No 2° gol deles, achamos que a bola ia entrar por dentro, adiantamos a linha e erramos na hora de definição. Isso serve de incentivo para mim e para os jogadores. Não faltou luta, faltou capacidade para definir e fazer os gols. Quando empatamos a partida, criou a expectativa de virar o jogo e logo em seguida veio o outro gol deles. Foi uma ducha de água fria na nossa reação. Isso mais uma vez deixou o Goiás em uma situação favorável, eles fecharam bem a casinha e tentaram contra-ataques, que não conseguiram mais encaixar até pelo posicionamento do Zanocelo e do Felipe Jonatan.

Luan em ação com a camisa do Santos na partida contra o Goiás - RAUL BARETTA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - RAUL BARETTA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: RAUL BARETTA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Luan falhou no gol?

Eu gostei bastante da partida dele, da iniciativa, de buscar as construções... deu um belo passe para o Madson no gol. Não vejo como culpa dele, nem do Madson, nem do João Paulo... a responsabilidade é geral. Quando ganhamos, ganhamos juntos e quando perdemos é a mesma coisa. Após a perda de bola do Luan, teve muito mais coisa. Teve bola longa, teve uma dificuldade na nossa linha, teve o João achando que a bola ia correr e estava adiantado... e o Pedro Raul foi assertivo. Não vejo responsabilidade do Luan neste gol. Foi circunstância da partida. Algumas vezes ele vai errar. Dentro disto, gostei da atitude e da mobilidade dele. Foi um jogo difícil, estávamos perdendo e choveu. Ele foi bem assertivo, não se escondeu da partida.

Início de trabalho
A gente evoluiu bem. Quando não vem o resultado, fica fácil falar, mas a produção da equipe foi boa. Tivemos jogadas pelos lados, individualidade do Soteldo, combinação do Braga com o Madson... o resultado vai ser o definidor final da avaliação. O resultado mostrou involução porque perdemos pela primeira vez em casa desde que estou dirigindo.

João Paulo falhou no 2° gol do Goiás?
Discordo. Ele já garantiu muitas vitórias para a gente. Se não é a qualidade do Pedro Raul, dificilmente ele iria tomar aquele gol. Ele estava no meio do caminho porque estávamos com a linha alta. A bola foi, o Maicon achou que ia por dentro e tentou antecipar e eles acharam a bola em profundidade. O Bauermann tentou antecipar. Talvez se tivesse passado da linha da bola, seria uma situação mais confortável para interceptar. Foi uma sucessão de circunstâncias que fazem parte do jogo: ele é feito de erros também. Quando o adversário sabe aproveitar, a conta fica pesada. Mas a responsabilidade é de todos nós, minha também. O futebol é um jogo coletivo. Não tem nada disso que ele foi o responsável. Ele estava bravo e chateado porque, na concepção dele, poderia estar melhor posicionado. Mas é trabalhar em cima dos erros.

Opção por Lucas Barbosa em vez de Bruno Oliveira
O Barbosa é um cara que tem uma presença de área boa. Teve um lance bem duvidoso ali com ele... eu achei que teve uma carga por trás, mas o VAR optou por não dar [o pênalti]. Ele entrou bem, combinando com o Soteldo... ele tem uma presença de área maior do que o Bruno Oliveira. Nossa articulação estava boa, faltou um pouco mais de definição.

Zanocelo mais no ataque
Orientação minha e característica do adversário. O Cuiabá jogava com uma linha de cinco e ficava difícil de entrar nas linhas. Hoje, foi bem mais acessível, tanto que ele chegou muito bem. Não estava numa noite feliz e também teve azar, teve a bola na trave, o Tadeu inspirado... trabalhamos muito a bola aérea durante a semana. Mesmo se o Goiás não fizesse gol tão cedo, eles jogariam baixo. O gol cedo propicia mais dedicação na estratégia de controlar a área, do jogo aéreo, de fechar os espaços de média distância... lamento muito o 1° gol porque era uma bola cantada, o Pedro geralmente roda entre os zagueiros, Faltou comunicação, mas é mérito dele também. Você trabalha e mapeia, mas muitas vezes acontece pela qualidade do adversário. Trabalhamos escanteios, bolas de cruzamento, presença de área... infelizmente não foi a noite. Não conseguimos transformar nossas criações em vantagem, e eles não: foram três vezes, em duas o Pedro fez e na outra o Dadá chutou perto em um rebote. O Goiás ganhou por isso. O volume foi do Santos, mas o futebol é um jogo maluco. Tivemos mais posse, muito mais finalizações, escanteios... mas o que fica são os gols. É cumprimentar eles pela eficácia e pela estratégia que o Jair montou.

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