Lisca defende jogadores, mas evita assumir culpa por derrota do Santos
Lisca defendeu o seu elenco, mas evitou assumir a culpa pela derrota do Santos por 2 a 1 para o Goiás, ontem (5), na Vila Belmiro, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. O técnico citou azar, boas atuações de Tadeu e Pedro Raul e até o histórico recente do Peixe nas justificativas pelo tropeço.
Lisca admitiu que "a pressão é grande no Santos" e desconversou sobre seus próprios erros, mas também mostrou preocupação em não apontar o dedo para os jogadores. No primeiro gol do Goiás, Maicon não marcou Pedro Raul. No segundo, Vinicius Zanocelo erra passe na origem, depois Luan perde a bola, Eduardo Bauermann não consegue marcar e Pedro Raul encobre o precipitado João Paulo.
Mais abatido que o normal e com respostas menos longas, Lisca buscou outras formas de explicar o resultado ruim. Com a derrota, o Santos foi ultrapassado pelo Goiás e também pelo América-MG e agora é apenas o 10º, com 34 pontos.
Evolução?
Lisca disse que o Santos está evoluindo, mas que a derrota fará com que o desempenho não seja avaliado da melhor forma. Com o estádio lotado, o técnico ouviu alguns xingamentos de "burro" e recebeu vaias.
"A gente evoluiu bem. Quando não vem o resultado, fica fácil falar, mas a produção da equipe foi boa. Tivemos jogadas pelos lados, individualidade do Soteldo, combinação do Braga com o Madson... O resultado vai ser o definidor final da avaliação. O resultado mostrou involução porque perdemos pela primeira vez em casa desde que estou dirigindo", avaliou.
"Ficamos a noite inteira tentando e não fomos eficazes. Fomos eficientes porque criamos, mas não fomos eficazes na hora de botar a bola para dentro. As críticas são normais, quando a gente perde dentro de casa... Representamos o Santos. A responsabilidade é de todos nós. Minha como treinador, dos jogadores, de todos... Agora é recuperar os pontos que deixamos aqui", completou.
Méritos ao adversário
Lisca minimizou os erros do Santos e procurou valorizar os acertos do Goiás. O técnico citou a ótima atuação de Pedro Raul, autor dos dois gols, mas também as defesas de Tadeu e a assistência de Dadá Belmonte no primeiro gol dos visitantes.
Mesmo com o cuidado para evitar problemas com o elenco, Lisca avaliou que o maior problema foi da falta de qualidade nas finalizações do Santos, enquanto o Goiás aproveitou as poucas chances que teve.
"Hoje foi mostrado o que é o futebol: um time que teve muito mais volume, mas a vitória saiu com quem foi mais eficiente. Mérito do Pedro Raul, e quero cumprimentar ele, que passou o Cano [na artilharia]. Hoje ele foi fatal. Nas duas chances que teve, aproveitou. Nós tivemos várias e não aproveitamos. É buscar esse acerto e ser mais assertivo quando a gente criar chances, principalmente no início da partida", afirmou.
Paizão
Lisca defendeu todos os jogadores que cometeram erros na partida: João Paulo, Maicon, Eduardo Bauermann, Vinicius Zanocelo e Luan. Em todos os casos, procurou ver mérito no Goiás e não demérito no Santos.
Sobre João Paulo, afirmou que o goleiro "já garantiu muitas vitórias" e que saiu do gol pois o Santos estava com a linha alta. Com Maicon, preferiu destacar o bom cruzamento de Dadá Belmonte antes de Pedro Raul cabecear sozinho. O treinador também explicou que Bauermann tentou antecipar Pedro em uma "circunstância do jogo" e viu boas atuações de Vinicius Zanocelo e Luan.
O capitão João Paulo, porém, fez diferente e assumiu a culpa pelo segundo gol do Goiás.
"Sabíamos que seria um jogo difícil, cometemos erros, mas assumo a responsabilidade, assumo a culpa. Pode colocar a derrota na minha conta. Infelizmente, não conseguimos o resultado positivo, tivemos bola na trave, assumo a responsabilidade e a tiro do professor Lisca porque ele armou o time, nós treinamos durante a semana, mas infelizmente não conseguimos fazer. Tomamos o gol, agora é trabalhar durante a semana e buscar a vitória fora de casa", falou o goleiro, ao Premiere.
Pressão
Cobrado por parte da torcida, Lisca disse que o histórico recente de luta contra rebaixamentos prejudica a avaliação sobre seu trabalho. O técnico entende que os santistas "descontam" nele após os maus resultados recentes.
"Essa insatisfação não vem de hoje, vem de dois ou três anos. Todo o histórico de disputar contra a zona de rebaixamento, de não estar brigando na zona de cima... ela acaba reverberando no treinador, que é o representante principal. A responsabilidade é de todos nós. Faz parte quando um clube grande vem de algumas temporadas não condizentes com o que a torcida quer. Sei que a pressão é grande e, se os resultados não vierem, as coisas acontecem", concluiu.
E agora?
O Santos terá mais uma semana livre de treinamentos antes de enfrentar o Ceará no sábado (10), no Castelão, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. O tempo maior para trabalhar aumenta a pressão sobre Lisca.
Mais do que bons resultados, a diretoria e torcida do Peixe esperam por bom desempenho. O Santos tem tido muitos problemas como visitante e, depois do Ceará, enfrentará o líder Palmeiras,
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