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Cuca compara Atlético-MG atual ao time de 2021 e vê rivais mais preparados

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

07/09/2022 20h28

Desde 2005, ano em que foi rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG não tinha uma sequência de cinco jogos sem vitórias como mandante na principal competição nacional. Após o empate em 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, o quinto da série que teve empate com São Paulo e derrotas para Corinthians, Athletico-PR e Goiás, o técnico chegou a comparar a atuação de sua equipe atual ao time que no ano passado foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil.

"No primeiro tempo nós jogamos o que jogávamos ano passado, mesma intensidade, muita movimentação, foi muito bem jogado. Tomamos um gol num erro nosso, numa falha de cobertura, uma pena por aquilo que jogamos. No segundo tempo mudou o jogo, o Bragantino abaixou as linhas e jogamos o tempo todo no ataque, mas sem a fortuna de fazer os gols. Como nas vezes anteriores foram mais de 20 finalizações, teve bola na trave", comentou o treinador atleticano, que vê os adversários mais preparados para enfrentar o Galo após as conquistas do ano passado.

"Mas não tem senhores da posição. Já rodei a lateral direita, já troquei a dupla de zaga, já rodei a lateral esquerda, os meias já saíram todos. No ataque também, hoje foi um ataque novo, que foi muito bem no primeiro tempo. No ser humano tem o sentimento de conquista, todos somos assim. Naturalmente, depois de 50 anos sem vencer, além disso, os adversários passam a te respeitar mais, te estudar mais e isso dificulta muito", explicou o treinador, descartando qualquer tipo de acomodação no elenco por causa dos títulos recentes.

Em outro ponto da entrevista, no entanto, Cuca chegou a se contradizer, ao citar que apenas de o time jogar bem, falta o algo mais, como tinha no passado. "Difícil achar uma solução em palavras, muito difícil. Vontade todo mundo tem, todo mundo tempo. A concentração não está faltando para ninguém. Tá faltando aquele algo a mais que a gente tinha ano passado. Se tivesse feito 2 a 0 ou 3 a 1, estaria todo mundo falando da maravilha que foi o primeiro tempo. Ainda faltam 12 jogos, então é lutar para chegar no ponto máximo que for possível, mas infelizmente não é dentro daquilo que a gente esperava", comentou Cuca, que também lamentou a ausência de Hulk.

"O Hulk fez muita falta, o Alan Kardec também, pela presença dentro da área, mas infelizmente eles estavam fora", completou.

Confira outros trechos da coletiva de Cuca

Evolução do time

"A defesa do Bragantino foi muito sólida, e com o passar do tempo, a torcida vai ficando mais ansiosa, os jogadores, e as coisas, naturalmente, não sabem como saíam no primeiro tempo. Às vezes, as trocas que a gente faz ajuda a equipe, mas, às vezes, não surtem efeito, como não surtiram hoje. Elas não deram aquele up que o time precisava, até pelo momento do jogo, que era bem mais tenso. Tomamos conta do jogo, tivemos mais do que o dobro de posse de bola, o quádruplo de finalizações, um jogo que não foi mal jogado em grande parte. Infelizmente, hoje não foi o suficiente mais uma vez para vencer em casa. Mas eu vi muita evolução no jogo jogado, mas não no resultado".

Todos culpados

"Não é o jogador que é o culpado, são os jogadores, é o treinador. Somos nós, todos juntos, os culpados. Nós que perdemos. Mas assim, não está jogando mal. Se você for ver a performance, não tá ruim. Faz um raio-x do jogo, foram 70 minutos muito bem jogados. Talvez faltou uma característica um pouco diferente no fim do jogo, que estava muito fechado. O Hulk fez muita falta, o Alan Kardec, pela presença dentro da área, mas infelizmente eles estavam fora".

Estilo de jogo

"Tem dias que você vai ter um jogo plástico, de velocidade. Outro dia vai ser de contra-ataque. Na maioria das vezes, dentro de casa, é jogo de predominância no campo de ataque do adversário. No final do jogo o espaço era curto, 20, 30 metros. Vai ser com finalização fora da área ou cruzamento, como foi hoje, na bola que o Nacho acertou a trave, na cabeçada do Sasha defendida pelo goleiro".

Emocional abalado

"Domingo, lá em Goiânia, tivemos 12 finalizações e fizemos dois gols, além de um impedido. Hoje foram mais de 20 finalizações e fizemos apenas um gol. Não se trata de falta de trabalho, isso é do emocional. Eu joguei e lembro que nos momentos ruins era complicado fazer até coisas simples. Tem jogador que está mal não por falta de vontade. Não importa a idade, se tem 17, 18 ou 35 anos, o emocional conta lá dentro. No primeiro tempo teve uma falta muito clara no Ademir, em que o Alerrandro quase fez o gol. Isso entra um balde de água fria no calor que você estava no jogo e te coloca um monte ponto de interrogação. Tudo bem que o VAR ia corrigir, mas não corrige o emocional. Esses pequenos detalhes que se tornam grandes fazem diferença. Alguém pode dizer que isso não existe, mas quem já jogou sabe que existe sim".

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Hoje, se a gente ganha, já encosta no quarto colocado e direciona uma ultrapassagem. Aí teríamos dez dias para trabalhar isso. Mas como a vitória não veio, amanhã é recomeçar. Vamos trabalhar bem, mais uma vez como foi essa última semana, uma pena que a vitória não veio".

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