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Corinthians ajusta discurso e valoriza resultados de 2022 com ou sem título

Vítor Pereira e Duílio Monteiro Alves valorizam a temporada do Corinthians - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Vítor Pereira e Duílio Monteiro Alves valorizam a temporada do Corinthians Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Do UOL, em São Paulo

08/09/2022 04h00

O Corinthians está satisfeito com a temporada que faz até aqui. A disputa da semifinal da Copa do Brasil e a presença constante no G4 do Brasileirão fazem diretoria e comissão técnica valorizarem o trabalho, independentemente da conquista ou não de um título nos próximos meses.

É claro que uma taça seria muito bem-vinda para coroar a temporada e as chances na Copa do Brasil são boas, mas internamente há consenso de que, com ou sem título, os resultados estão satisfatórios.

O Corinthians é o único time do Brasileirão que não saiu do G4 em nenhuma rodada. Nos mata-matas, o time tem avançado mais do que o projetado pelo orçamento do começo do ano, o que é visto internamente como positivo. Por mais que as previsões deste tipo sejam sempre conservadoras, o entendimento do clube é que as circunstâncias que o elenco tem superado valorizam o que foi alcançado até aqui.

Este diagnóstico está refletido em falas públicas recentes. Há uma semana, por exemplo, o presidente Duílio Monteiro Alves se mostrou satisfeito com o desempenho do Corinthians no Brasileirão, pois segundo ele "ninguém imaginava" que o Corinthians, na metade do returno, estivesse perto da liderança e sólido no G4.

Vítor Pereira também tem valorizado cada vez mais a campanha alvinegra. Já há alguns meses ele diz que não veio ao Brasil "construir castelos na areia", ou seja, não quer vender ilusões ao torcedor. Nos últimos dias repetiu frases do tipo, mesmo que alguns tropeços recentes no Brasileirão tenham frustrado parte da torcida. Esta frustração, na visão do técnico, é resultado de uma ilusão de que o Corinthians teria condições de competir em igualdade com clubes muito mais estruturados — ele não citou nominalmente, mas a referência óbvia seria Flamengo e Palmeiras.

Há projetos neste país que têm claramente outras condições de ganhar. Nestes projetos os clubes são estruturados, têm dinheiro, elenco e responsabilidade de disputar títulos. Mas não atribuam responsabilidades a quem não tem condições concretas de disputar títulos, porque cria-se um clima [de cobrança] em cima destas fantasias."
Vítor Pereira, em evento da CBF, na última segunda-feira (5)

A temporada do Corinthians tem sido marcada por lesões de jogadores importantes e saídas de titulares para o futebol europeu. Gustavo Mantuan, Jô, João Victor e Willian eram peças fundamentais no momento em que deixaram o clube, o que obrigou VP a procurar soluções com jogos seguidos, um atrás do outro. Foram vários os pneus trocados com o carro em movimento.

No departamento médico, outro problema sério. O time chegou desmontado às oitavas da Libertadores e Copa do Brasil, deu um jeito de avançar em ambas as competições, mas não teve caminhos para resolver todos os problemas a tempo das quartas e acabou eliminado do torneio continental. Até hoje as lesões persistem, e nesta semana mesmo os desfalques para o clássico contra o São Paulo podem chegar a 14.

O Corinthians tem mais 14 ou 16 jogos até o final da temporada — os dois a mais ou a menos dependem da classificação ou não à final da Copa do Brasil. O próximo compromisso nesta reta final é o clássico Majestoso no Morumbi, domingo (11). Depois disso, na quinta-feira (15), o Alvinegro recebe o Fluminense na Neo Química Arena para a semifinal decisiva.

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