Em 18, Tite fez testes na última convocação mas não se convenceu. E agora?

Tite se prepara para a segunda edição de Copa do Mundo no comando da seleção brasileira. Eliminado pela Bélgica nas quartas de final na Rússia, ele terá novos desafios no Qatar a partir de 24 de novembro. Até lá, a missão é escolher o grupo de 26 jogadores que vai vestir a Amarelinha na competição.

Nesta sexta-feira (9), o treinador faz a última convocação antes da lista final da Copa pensando nos amistosos contra Gana e Tunísia, ainda neste mês. No que depender do histórico de 2018, a lista pode misturar certezas e testes.

Há quatro anos, o Brasil tinha pela frente Rússia e Alemanha como últimas adversárias antes da convocação definitiva. Tite chamou 25 jogadores, entre eles três estreantes na seleção: o goleiro Neto, então no Valencia-ESP, e os atacantes Anderson Talisca e Willian José, que na época defendiam Besiktas-TUR e Real Sociedad-ESP, respectivamente.

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Nenhuma das três novidades convenceu o técnico a estar na Copa do Mundo.

O mesmo não se pode dizer do zagueiro Geromel. Na época, o jogador do Grêmio disputava com Rodrigo Caio, então no São Paulo, a quarta vaga para a posição ao lado de Marquinhos, Thiago Silva e Miranda. Ambos foram convocados para os amistosos na Europa e Geromel ganhou mais pontos, tanto é que esteve na Rússia.

Dos 25 convocados da última lista antes da decisão final, 20 se mantiveram no grupo para a Copa em 2018. Ou seja, 87% do total. Além dos três estreantes e de Rodrigo Caio por opção técnica, o lateral direito Daniel Alves se machucou antes da convocação e foi cortado.

Três que não estavam entre os relacionados contra Rússia e Alemanha apareceram como novidades na convocação final: o goleiro Cássio, do Corinthians, o lateral direito Danilo, então no Manchester City-ING, e o atacante Neymar, do PSG, que estava machucado. Eles se juntaram às outras certezas que já estavam no grupo, como Marcelo, Casemiro, Willian, Paulinho, Gabriel Jesus e outros.

O quadro de 2018 mostra que Tite tem convicções sólidas, mas não implacáveis. Ele diz para pessoas próximas que mudou com o tempo, ficou mais aberto para novidades. O argumento é que o time de 2018 deu uma resposta tão positiva num tempo de pressão, já que ele assumiu o time em sexto lugar nas Eliminatórias, que houve pouca oportunidade ou razão para testes. Portanto, o time não teve as variações de jogo necessárias para os desafios da Copa.

Para 2022, Tite acredita que o trabalho está mais encaixado pela possibilidade de um ciclo completo. Em relação a jogadores, foram 85 convocações, sendo 48 estreantes — atletas que nunca tinham vestido a camisa da seleção antes. Nas duas últimas listas houve nomes inéditos: Gabriel Martinelli (Arsenal), em março, e Danilo (Palmeiras), em junho.

Tite convoca nesta sexta-feira, às 11h (de Brasília), a seleção para enfrentar Gana no dia 23 e Tunísia no dia 27. O primeiro duelo acontece no Stade Oceane, na comuna francesa de La Havre. Dias depois, o desafio é na casa do PSG, o Parque dos Príncipes. A briga pelas 26 vagas, entre testes e certezas, está aberta.