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Palmeiras: 'Depois de um golpe duro, uma vitória era importante', diz Abel

Gabriel dos Santos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/09/2022 00h03

"Depois de um golpe muito duro há quatro dias, uma vitória era importante". Foi assim que o técnico Abel Ferreira resumiu a atuação do Palmeiras no triunfo por 2 a 1 sobre o Juventude, na noite de ontem (10), no Allianz Parque, no primeiro jogo após a eliminação na semifinal da Libertadores.

Em entrevista coletiva, Abel valorizou o resultado, que mantém o Verdão confortável na liderança do Brasileirão, e a postura de sua equipe, além de ter exaltado a festa feita pela torcida, que levou quase 40 mil pessoas ao estádio alviverde nesta noite de sábado. O português diz não dar ouvidos aos "barulhos" — ele não quis dar exemplos ao que se referia — depois da queda no torneio continental.

"Entramos muito bem no jogo, produzimos. Disse no intervalo para manterem a calma. Futebol é assim mesmo, não é uma ciência exata. Muitas vezes a melhor equipe não ganha. Por isso é mágico. Manter a consistência no nosso jogo porque, em condições normais, a gente ganharia esse jogo. Tivemos oportunidade de fazer o segundo, o terceiro, o quarto, e nosso adversário vai lá e faz o gol. Minha função é exatamente essa: alertá-los para o que estamos a produzir. Não é por acaso que somos a equipe que mais cria", afirmou Abel.

"O que mais me impressiona, mesmo perdendo como foi na Copa do Brasil e na Libertadores, é ter os nossos torcedores sempre do nosso lado, que é o maior crédito. A eles que temos que dar ouvidos, o resto é barulho. Respeitamos muito nossos torcedores, reconheceram muito nosso esforço, que a equipe deu o que podia. Criamos oportunidades e é continuar nesse caminho. Valorizar jogadores, clube, torcedores. Que possam se identificar com a nossa equipe, que é o mais importante. Família palmeirense continuar junta mesmo com todo barulho em volta", continuou o técnico do Palmeiras.

Live do Palmeiras

O Palmeiras volta a campo no domingo (18), às 18h30, quando recebe o Santos em clássico no Allianz Parque.

Mais respostas de Abel Ferreira:

Versatilidade de Rony

"Disse desde o primeiro dia que cheguei que não sou treinador de posições e sistema tático fixos. Nossa vida, costumo dizer que a parte mais flexível que domina. Quando tentamos por coisas a força, cria resistência e quem está do outro lado não se adapta. Tivemos capacidade para isso, sermos resilientes. Nossos jogadores entenderam isso e tem essas características. Rony pode jogar por fora, na frente. Nos dá o que queremos: gol, intensidade, pressão. É um jogador que nós gostamos. Temos o elenco curto por duas razões muito claras: acreditamos na formação e temos jogadores que fazem mais de uma posição".

Aula de Abel sobre lance do primeiro gol

"Quando você quiser me dar dica de jornalistas eu aceito, vou te dar uma dica como treinador de futebol. Há duas formas que o jogador tem para pedir a bola: uma com a boca e outra com o movimento. Quando dois jogadores estão conectados entre si através da visão conseguem ler o movimento corporal do jogador e foi o que aconteceu. O Rony solicitou o passe pelo movimento, e o Rocha obedeceu esse movimento e meteu uma bola exímia. É uma das características do Rony, do futebol atual, basta olhar as melhores equipes do mundo. O ataque a profundidade, seja em combinação direta ou em tabelas, é o que melhores equipes fazem. Umas gostam de atrair e tocar, tocar, tocar, mas, no fim, para fazer gol tem que haver sempre um movimento e um passe de ruptura. Posso tocar a bola 40 vezes, mas no fim é sempre assim e foi isso que aconteceu. Mérito de quem passou e muito mérito de quem se desmarcou".

Fase de Zé Rafael

"O Zé é o robocop da nossa equipe. Fantástico o que ele faz pela equipe. Sei que já sofreu muito aqui, mas os torcedores entendem a importância que tem para o nosso elenco. Pela energia que tem, intensidade que coloca, divide cada bola como se fosse a última, jogador do futuro é isso. Cada lance para ele, a vitória está ali. Isso é um exemplo para nós".

Chance para Endrick?

"O mesmo que ocorreu com todos desde que cheguei aqui. Danilo, Patrick, Renan, Menino, Vanderlan... As coisas são feitas de forma gradual. O clube, antes de eu chegar, tem projetos para os jogadores. Às vezes nós queimamos etapas. Por exemplo, o Renan foi nosso titular durante muito tempo, decidimos emprestá-lo ao Red Bull Bragantino e teve dificuldades. Infelizmente no futebol, o antibiótico não é igual para todos. O Garcia também já jogou, mas nesse momento tem o Rocha e o Mayke. Vai ter que esperar pela oportunidade. Assim que funciona. Temos planos e projetos para os jogadores para não cometer erros como cometemos no passado. Há um plano do clube e ele será seguido. Isso que nós vamos fazer com o Endrick. Se tudo seguir o plano, esperamos que seja campeão na equipe principal".

Lesão do Veiga abre espaço para a base

"Nos tira mais uma opção. Vamos ter que dar a oportunidade a outros, a algum moleque da base. São 12 jogadores que treinam conosco desde o início. Temos um elenco curto por isso mesmo, de forma gradual, mas passa por aí. Scarpa continua conosco até o fim do ano, foi muito correto e honesto com o clube. Manifestou um sonho e desejo, que é legítimo".

Adaptação de Tabata

"O Tabata é um jogador que faz várias posições. Em termos de características é muito parecido com o Scarpa. Foi uma oportunidade que o clube encontrou. Aos poucos vai se entrosando. É um bom menino, é ir conquistando o espaço dentro do grupo. Cada guerreiro que cai outro tem que se levantar".

Trabalho no Palmeiras

"O clube é comandado de dentro para fora, não de fora para dentro. Não são os jornalistas ou a opinião de fora que mandam no nosso clube. Tem um líder, que tem um plano, e quem está abaixo dele tem que seguir, faça sol, frio ou chuva. Estou aqui há dois anos, os mesmos que criticam são os mesmos que já elogiaram muito. Somos a equipe mais jovem e mais curta do país. O futuro é isso".

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