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Santos muda estratégia para substituir Lisca e traça perfil para 2023

Andres Rueda, presidente do Santos - Foto: Ivan Storti/Santos FC
Andres Rueda, presidente do Santos Imagem: Foto: Ivan Storti/Santos FC
Lucas Musetti Perazolli, Gabriela Brino e Marcelo Hazan

Do UOL, em Santos (SP)

13/09/2022 04h00

Até o último domingo, o Santos tinha Andres Rueda acumulando as funções de presidente e executivo de futebol e Lisca como técnico prestigiado no cargo. Hoje (13), a situação é bem diferente e faz o Peixe recalcular a rota.

Lisca pediu demissão ontem, após derrotas consecutivas para Goiás e Ceará. Depois de elogiar o treinador e prometer a permanência em 2023, Rueda foi surpreendido e agora procura um substituto. Lisca durou menos de dois meses e teve 37% de aproveitamento.

Sem um técnico, Andres Rueda deve desistir da ideia de deixar o departamento de futebol ausente de chefe. O presidente procura um executivo ou ao menos um gerente. Para a função de gerente, Vanderlei Luxemburgo foi convidado.

Rueda entendia que, com a janela de transferências fechada, daria para tocar o Santos até dezembro ao lado de Lisca. Agora, ele crê que precisa de um diretor para ajudá-lo não apenas na definição da comissão técnica, mas também na adaptação dos novos profissionais e processos do dia a dia do clube.

O plano A é Sebastián Beccacece, técnico argentino ex-Defensa y Justicia. Mesmo ainda sem novidades no departamento de futebol, Andres Rueda se antecipa e deve ligar para o profissional de 41 anos. Ele entende que o treinador tem a capacidade de melhorar o atual desempenho do time e, principalmente, comandar uma equipe forte em 2023.

Quarto técnico no ano

O Santos começou a temporada com Fabio Carille, demitiu-o para trazer Fabián Bustos e ainda teve Lisca por menos de dois meses. Sem contar o ex-auxiliar e interino Marcelo Fernandes, o Peixe vai para o quarto treinador.

O ex-executivo de futebol Edu Dracena contou com o departamento de análise do mercado para traçar perfis, fazer entrevistas e trazer Bustos, que veio do Barcelona de Guayaquil (EQU) e já voltou para lá. Com a eliminação na Sul-Americana, Dracena e Bustos saíram e veio o diretor Newton Drummond. Drummond durou um mês, mas foi tempo suficiente para apoiar a vinda de Lisca.

Agora, o presidente Andres Rueda precisa, novamente, trazer um técnico e também reforços para o departamento de futebol. A gestão dele já teve Cuca, Ariel Holan, Fernando Diniz, Fabio Carille, Fabián Bustos e Lisca como treinadores e Felipe Ximenes, Jorge Andrade, André Mazzuco, Edu Dracena e Newton Drummond como diretores.

Insegurança

O Santos terá dificuldade para encontrar profissionais por causa da instabilidade de técnicos e dirigentes. Essa situação já ocorreu anteriormente e foi agravada com as saídas de Lisca e Drummond.

Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, pediu tempo ao presidente Rueda e avaliará os fatos recentes do Peixe para se decidir. Em julho, o clube ouviu "não" de Ricardo Moreira, Paulo Bracks e Leão.

Agravantes são o salário normalmente abaixo do mercado e a política de não estipular multas rescisórias para quebras de contrato.

Dia a dia difícil

O UOL Esporte apurou que a rotina do Santos teve problemas recentes com a falta de um departamento de futebol forte. Sem diretor e gerente, o Peixe teve Andres Rueda e Lisca sobrecarregados.

Rueda mudou seu escritório para o CT Rei Pelé e esteve mais presente, mas não viaja com a delegação. Sem diretor e gerente, o o Peixe é representado por um membro do Comitê de Gestão. Já Lisca, além de questões técnicas e táticas, precisou lidar também com temas como logística, cumprimento de protocolos médicos e indisciplina.

Sem evolução com essas dificuldades no trabalho, Lisca optou por sair e entende que, se o Santos não se reformular, seu substituto encontrará os mesmos problemas.