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STJD absolve Rafael Ramos em acusação de injúria racial contra Edenilson

Rafael Ramos, do Corinthians, e Edenilson, do Internacional, discutem em partida do Brasileirão - Silvio Avila/Getty Images
Rafael Ramos, do Corinthians, e Edenilson, do Internacional, discutem em partida do Brasileirão Imagem: Silvio Avila/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/09/2022 14h45

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) absolveu Rafael Ramos, lateral-direito do Corinthians, da denúncia de injúria racial contra Edenilson, meio-campista do Inter, no duelo entre as equipes — que terminou empatado em 2 a 2 —, no dia 14 de maio, no Beira-Rio, válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O Inter pode recorrer da decisão.

Em decisão unânime, os auditores entenderam que as cinco perícias analisadas no processo foram inconclusivas e optaram por absolver Rafael Ramos. À época, Edenilson afirmou ter sido chamado de "macaco" pelo jogador do Timão durante uma disputa de bola no segundo tempo. O português negou as acusações, mas chegou a ser detido dentro do estádio, depois liberado.

Em declaração dada à Corinthians TV após a absolvição, Rafael Ramos se disse aliviado após a decisão favorável no STJD.

"Não foi fácil até o dia de hoje aquilo que eu tenho passado. Nunca tinha vivenciado algo tão difícil na minha vida. Tentei sempre deixar de lado, dar meu melhor dentro de campo, ser a pessoa que sempre fui. Me sinto muito aliviado por ter tirado esse peso de cima de mim nesse momento. Não foram semanas nada fáceis. Esse tempo que foi o mais difícil, infelizmente, mas correu tudo bem e fui absolvido. Queria agradecer a todos os torcedores, senti muito o apoio de todos desde o início, também à minha família. Agradeço não terem duvidado da minha palavra, apesar de eu ter chegado há pouco tempo", afirmou o lateral.

Rafael Ramos corria o risco de pegar de cinco a dez partidas de suspensão, além de receber uma multa de até R$ 100 mil, pois foi denunciado pela Procuradoria do STJD com base no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). O texto em questão prevê tal punição à prática de "ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

Em junho, o Instituto Geral de Perícias entregou à Polícia Civil do Rio Grande do Sul o laudo encomendado em razão da acusação de Edenilson. O documento dizia ser impossível atender à solicitação. De acordo com os peritos, não foi possível identificar as palavras que ditas pelo jogador do Corinthians.

Ainda assim, há pouco mais de um mês o auditor do STJD Paulo Sérgio Feuz encaminhou a denúncia contra Rafael Ramos dizendo haver "indícios fortes" de "ofensas de cunho racial" por parte do jogador corintiano, o que acabou não sendo confirmado no julgamento do caso na manhã de hoje.

Após a absolvição de Rafael Ramos, o Corinthians se pronunciou em nota oficial:

"O Corinthians reforça o seu compromisso na luta contra o racismo. Desde o início, o clube deu todo o suporte necessário a Ramos e, agora, deseja uma sequência plena nas carreiras desportivas de ambos os atletas", diz um trecho do comunicado.

Em contato com a reportagem, a defesa de Rafael Ramos, representada pelo advogado Daniel Bialski, ressalta que sempre acreditou "fielmente" na sua inocência. "A prova produzida e exibida pela defesa no julgamento hoje realizado somente confirma isso. Com a absolvição, decidida por unanimidade, fez-se Justiça", avalia o advogado.

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