VP promete antecipar decisão sobre renovar e exalta Corinthians 'agressivo'
Assumidamente "feliz" com a vitória de 3 a 0 do Corinthians sobre o Fluminense, que classificou os paulistas para a final da Copa do Brasil, o técnico Vítor Pereira revelou que vai antecipar sua decisão sobre a continuidade no clube.
"Pelo respeito que tenho aos torcedores e ao clube, tenho de antecipar e definir minha vida. Com certeza isso vai acontecer. Tenho de conversar com o presidente, com minha família...", disse o português, que tem vínculo até o fim do ano, em entrevista após a partida realizada na Neo Química Arena.
"Em todos os clubes que passei, mesmo quando fico, preparo um relatório sobre aquilo que acho que tem de ser melhorado, aquilo que correu bem, sobre o futuro... faço isso independentemente de ficar ou não", prosseguiu.
Ao falar sobre o jogo de seu elenco, VP exaltou a maneira "agressiva" com que a equipe se portou em campo. Ele classificou o tempo para trabalhar como justificativa para a boa atuação em Itaquera.
"Eu acredito que [a melhora] veio com o tempo e a possibilidade de estabilizar uma equipe... eu mudo os jogadores quando acho que preciso, justamente porque eles estão desgastados. Quando temos tempo, é outra coisa. Quando os machucados voltam, o nível de jogo se eleva. [...] hoje, começo a sentir que a equipe joga como eu quero. Depois de tantos meses, sinto que a equipe morde, é agressiva, está mais ligada... quando vim ao Brasil, vim com essa ideia. Eu disse antes que, se tivesse um pouco de tempo e com a volta das lesões, vocês veriam que o futebol melhora. A qualidade do futebol, tanto defensivo quanto ofensivo, aumenta", prosseguiu o técnico.
Questionado sobre um possível favoritismo do Flamengo na final da Copa do Brasil, marcada para outubro, VP revelou que, "pelo orçamento [do Flamengo], pode ter certeza absoluta que sim". Ele, no entanto, garantiu que vai "competir" diante dos cariocas.
Veja outras respostas de VP:
Fluminense
Hoje disputamos de fato contra uma equipe muito bem trabalhada, que gosta do bom futebol. Quero elogiar o trabalho do treinador e dos jogadores. De fato, têm a minha admiração. A forma que eles jogam é bonita de se ver. Jogar contra eles exige níveis de concentração altíssimos e muita motivação.
Torcida
Essa motivação nos foi dada pela torcida, que é fantástica e merece todos os elogios. Não vou elogiar muito porque depois sou criticado por elogiar também, mas obrigado aos nossos torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
Atuação do Corinthians
Foi um jogo difícil. É a hora de elogiar meus jogadores. Foram sensacionais. Entenderam muito bem que derrotaram um adversário muito difícil, que tínhamos de estar sempre muito compactos e agressivos para explorar bem as oportunidades que tivermos. Eles entenderam muito bem o adversário e fizeram um jogo muito consistente. Merecemos essa classificação. Eles têm uma forma de jogar que, se você não entender, terá muitos problemas. Nós controlamos, pressionamos... foi um jogo diferente do que fizemos lá na casa deles. Lá, não conseguimos pressionar e preparar o jogo. Desta vez, preparamos o jogo para tirar a bola deles e fomos mais incisivos no ataque. Foi o que aconteceu. Estou feliz pela torcida, pelo clube, pelos jogadores, pelo presidente e por todos que nos apoiam. As finais não são para jogar, são para ganhar, portanto, temos de nos preparar e acreditar no nosso jogo. Acreditar que é possível.
Último jogo contra o Flamengo
Eu vou fazer uma pergunta: nós, contra o Flamengo, jogamos mal? Eles fizeram um gol no momento em que estávamos por cima no jogo, em que ameaçávamos o gol. Eles acabaram por fazer um gol com base naquilo que eles têm de melhor: quando o jogo se parte e a bola entra nos homens da frente. Eles têm qualidade e, com o mínimo erro, fazem o gol porque tem muita qualidade. Para mim, fizemos um jogo bom lá, até a expulsão, claro... aqui, foi um 1° tempo equilibradíssimo e que um erro, mais uma vez, foi penalizado com gol. No 2° tempo, entramos bem e, quando tomamos o 2° gol, aí sim, quebramos animicamente e em compactação. Aí, eles encontraram espaços. Vamos, com certeza, discutir isso para a final. Isso é garantido. Não acredito que vai ser muito desnivelado. Vai ser uma final dura para nós e dura para eles.
Formação ideal
Eu não sou um treinador que fico vidrado em mudar a equipe, mas se eu não estabilizei a equipe, é porque não tenho condições para isso, porque os jogadores fundamentais não conseguem dar a resposta por diversas razões. Já expliquei isso muitas vezes. Este período de tempo permitiu estabilizar um pouco a equipe. Em cinco dias, é possível. Em três dias com viagem, impossível... foram surgindo lesões importantes: Maycon, Paulinho... se tivesse a facilidade de contar com eles o ano todo, seria mais fácil.
Falta finalizar?
O que nós estamos conseguindo neste momento é criar muitas situações de finalização. Naturalmente, errar é humano, às vezes não decidimos da melhor forma, mas contra o São Paulo poderíamos ter saído com a vitória, criamos várias ocasiões. Hoje, finalizamos muito ao gol. Trabalhamos muito finalização todas as semanas, pelo menos dois dias por semana trabalhamos especificamente a finalização e a chegada na área. É o momento da equipe: se o jogador estiver confiante, a bola entra de qualquer forma. Quando há ansiedade, as coisas não acontecem. Acredito que vamos competir daqui até o final e conseguir aquilo que nossa torcida há muito tempo espera. Aquilo que mais me motiva é dar alegria à nossa torcida.
Yuri Alberto
O Yuri é um animal. Temos três ou quatro que são animais, que conseguem correr quilômetros e quilômetros. Às vezes, não sei como é possível. Ele, na parte final do jogo, pressionava. Ele tem 21 anos, está em uma fase em que vai evoluir e ganhar maturidade em determinados aspectos. É um animal. Ele desgasta os zagueiros adversários e começou a ter movimentos que pretendemos. Isso não é fácil. Ele é coletivo: às vezes até falta aquela coisa do atacante que só quer fazer gol. Ele não, ele assiste.
Pensamento para a final
Preciso descansar, pensar já no América-MG que é outro quebra-cabeça. Pensei que fosse mais fácil aqui no Brasil, sinceramente. O Campeonato Brasileiro é difícil. As equipes são muito diferentes, colocam problemas completamente diferentes. Sobre jogar em casa: eu nunca tive muito essa coisa de jogar em casa ou fora, mas aqui no Brasil faz a diferença porque é uma energia que não consigo explicar. Parece que contagia... como nós também sentimos quando saímos. Não é a mesma coisa. A força da natureza que vem de fora para dentro parece que nos transforma.
Agressividade em campo
É um jogo que sempre gostei, agressivo do ponto de vista defensivo e ofensivo. É um jogo que não dá ao adversário aquilo que ele quer. Eu não gosto de colocar o adversário confortável no seu jogo. Só nos últimos jogos conseguimos isso. Aquela derrota para o Palmeiras foi uma injustiça tremenda. Era um jogo que poderia nos dar o impulso no Brasileirão, e acabamos por sofrer um gol quando pressionávamos e deixamos eles desconfortáveis. É uma série de jogos em que a equipe, em transformação, está mais agressiva. Está crescendo tanto na defesa quanto no ataque.
Fábio Santos e Piton
Naturalmente, o Fábio não é aquele jogador que pode jogar de três em três dias. É garantido. Ele, fresco, dá o que nos deu hoje no jogo. O espírito... não sei quantas bolas ele ganhou, ele ia no chão, no alto, apoiava... não podemos esquecer que esta mescla entre experientes e mais novos: todos fazem parte do Corinthians. O Piton, para mim, tem um futuro brilhante. Se eu estivesse na Europa, levaria o Piton se pudesse pagar. Ele tem uma qualidade que muita gente ainda não percebeu. Ele evoluiu muito do ponto de vista defensivo. Vai ser jogador de equipe top na Europa. Falo isso para valorizarmos o que temos. O Fábio nos dá experiência, qualidade... ele está tendo uma importância enorme para nós nesta temporada. Ele consegue unir todo mundo, ele é necessário no elenco.
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