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Finais reforçam estratégia de Dorival em dividir Flamengo em times A e B

Técnico Dorival Júnior classificou Flamengo para as finais da Copa do Brasil e da Libertadores - DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Técnico Dorival Júnior classificou Flamengo para as finais da Copa do Brasil e da Libertadores Imagem: DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/09/2022 04h00

Mesmo com 19 jogos de invencibilidade pelo Flamengo, Dorival Júnior chegou a ouvir críticas. E foi recentemente, quando empatou com Goiás e Ceará no Campeonato Brasileiro. O motivo? Ter poupado titulares nestas partidas para priorizar as Copas. Porém, o treinador foi firme em sua estratégia de não colocar em risco as possibilidades de chegar às finais, e com as vagas nas decisões garantidas, provou que sua estratégia foi acertada.

A teoria do treinador foi a de que era melhor ter os chamados times A e B inteiros fisicamente do que um elenco debilitado e com desfalques por lesões. Até mesmo o jogo de volta contra o Vélez Sarsfield (ARG), pelas semifinais da Libertadores, e após golear na ida por 4 a 0, foi levado a sério e com força máxima. O técnico relembrou fantasmas do passado e preferiu a cautela para colocar o Rubro-Negro em sua terceira final da competição continental nos últimos quatro anos.

Além da possibilidade de levantar ao menos dois títulos expressivos, Dorival garantiu aos cofres do clube uma premiação mínima de R$ 56 milhões, somando-se as quantias pagas aos vice-campeões de cada torneio. Em caso de título em ambos, o valor chega a R$ 142 milhões. Fora isso, se o Flamengo for campeão das duas competições, ainda estará classificado para a Supercopa do Brasil e para a Recopa Sul-Americana.

Mesmo assim, o treinador não deu as costas para o Campeonato Brasileiro, apesar de estar a nove pontos do líder Palmeiras. Em sua avaliação, a grande dificuldade que, inclusive, o influenciou na escolha por times A e B se deu pelo início ruim do time na competição, quando ainda estava sob o comando do português Paulo Sousa.

"Gostaria que todos entendessem: o Brasileiro, diferente das outras competições que estamos, não dependia única e exclusivamente do Flamengo. Tínhamos adversário que tinham uma diferença considerável de pontos e nós vínhamos fazendo pontos importantes com uma equipe que, para muitos, não seria a equipe titular do Flamengo, mas foi a equipe responsável pela reclassificação dentro da competição. Não podemos esquecer disso", salientou o técnico.

Após o clássico com o Fluminense neste domingo (18), o Flamengo terá inéditos dez dias livres para treinamento até o jogo contra o Fortaleza, no dia 28. Por isso, Dorival cogita a possibilidade de escalar os titulares no clássico com o Tricolor carioca, mas tudo passará por uma avaliação:

"Acho que estamos pensando em toda situação possível. Apenas quero deixar alerta: a equipe fica refém dos seus resultados. Poderíamos ter competição que finalizasse no primeiro semestre do ano, para que tivéssemos finalização dela próxima ao Brasileiro. Não geraria tanto problema assim. O Flamengo é a única equipe que está brigando pelas três competições, reconhecendo que a diferença para o primeiro lugar [no Brasileiro] é considerável e alta. Tivemos que ter a consciência e os pés no chão para que não nos escapassem situações como a de hoje [contra o São Paulo] ou a do Vélez. O resultado só se define em campo".

Fla jogará todos os jogos possíveis de 2022

O torcedor do Flamengo não está tendo tempo nem de sentir falta do time jogar em 2022. Com a classificação garantida para a final da Copa do Brasil — após a vitória de 1 a 0 sobre o São Paulo ontem (14) — o Rubro-Negro simplesmente jogará todas as partidas possíveis previstas no calendário da temporada, o que reforça a precaução de Dorival Júnior.

No início do ano, a equipe disputou a Supercopa do Brasil como vice do Brasileiro do ano anterior e perdeu o título para o Atlético-MG. No Campeonato Carioca, também chegou à final e foi superado pelo Fluminense. Na Libertadores já está garantido na decisão assim como na Copa do Brasil. E no Brasileirão disputará as 38 rodadas. Com isso, o time terá atuado em 77 jogos ao fim de 2022.

Na chamada "nova era de ouro" que se iniciou em 2019, o Flamengo só terá jogado menos que em 2021, com incríveis 87 partidas, mas isso por conta do calendário atípico do ano passado, que acumulou duas temporadas em uma por conta da pandemia do coronavírus. Em 2020 foram 58 jogos e em 2019, 76.