Zé Rafael revela como o boxe mudou seu estilo no Palmeiras: 'Sou liso'
"Os caras são grandes, mas eu sou liso, né? Entendeu?", disse Zé Rafael, ao UOL Esporte, entre risos. O volante comentava como se sairia em fictícias lutas de boxe num torneio contra colegas de elenco no Palmeiras.
Tais como Jailson e Rafael Navarro, que esperavam, na academia do condomínio onde os três moram, pelo fim do treino de boxe de Zé. O volante, que se recupera de lesão, e o centroavante tinham treino marcado com o professor Jacó na sequência.
"Pode vir Gustavo Gómez, peso pesado, Jaílson, Navarro", afirmou. "Pode rabiscar lá no troféu: Zé Rafael campeão".
Zé foi o precursor da febre do boxe na Academia de Futebol. Em fevereiro, ele vai completar dois anos de ringue. E acredita que o fato de o tempo como aluno da modalidade praticamente coincidir com sua ótima fase como volante no Palmeiras não é um acaso.
"É, foi mais ou menos no mesmo período, né? Quando eu comecei o boxe, aconteceu a transição da minha mudança dentro do campo. E é claro que o boxe me ajudou em diversas formas, tanto dentro, quanto fora de campo. Eu acho que cresci muito", diz ele.
O jogador entende que o boxe o auxiliou a ter um instinto mais pegador. Trata-se, afinal, de um esporte de combate. E dar combate é algo que Zé Rafael, que sempre atuara em posições no ataque, passou a ter de fazer com frequência como volante. Em 2021, ninguém fez tantos desarmes quanto ele no Palmeiras. Em 2022, ele só perde para Marcos Rocha no quesito.
O maior benefício da prática do esporte talvez não seja palpável para os torcedores e analistas. Mas pode ser percebido no jogo sempre calmo e seguro do camisa 8. "Eu consegui [passar a] separar as coisas. Eu carregava muita coisa da minha vida pessoal para dentro do meu trabalho. E o boxe me ajudou [com isso]", afirma.
Zé fala sobre influência do boxe no seu jogo e quem é o melhor lutador no Palmeiras
'Tomei conta'
Zé Rafael não se faz de rogado quanto ao seu bom futebol. Sem qualquer presunção, ele sabe que faz um bom trabalho.
"Eu acho que a minha evolução e a minha adaptação, na verdade, foram muito rápidas. Quando, inclusive, eu virei volante, quando me puxaram para essa posição, eu acabei já encaixando, né? Tomei conta ali desse setor do campo e me adaptei", diz.
"Eu gostava mais de jogar na parte ofensiva do campo, é lógico. Você dribla mais, você participa mais de lance de gol, faz gol, etc. Mas, hoje, eu acho que eu me encontrei nessa posição e eu estou feliz fazendo ela", diz.
"Não esperava, nunca imaginei atuar nessa parte do campo, mas eu estou satisfeito com tudo que eu realizei depois dessa mudança", diz. "Eu precisei de um empurrãozinho para, quem sabe, achar a posição que era para ser minha".
Tranquilidade quanto à seleção
Fundamental num meio-campo que certamente já está na história do Palmeiras, ao lado de Danilo, Veiga e Scarpa, Zé é o único que não é especulado na seleção brasileira, embora seja o mais regular do quarteto. Jogar com a camisa amarela é um sonho? Incomoda não ser citado como possibilidade?
"Sou bem tranquilo em relação a isso. Eu trabalho principalmente com foco em mim. Eu acho que isso (seleção) é uma consequência de um trabalho de um momento. Claro que é o objetivo principal de todo atleta chegar no nível de seleção, mas não é a minha principal preocupação".
"Eu acho que estou ajudando a minha equipe da melhor maneira que eu posso e estou fazendo o melhor, principalmente para mim. Tenho saído satisfeito com meu desempenho, do que eu tenho conseguido fazer para ajudar minha equipe. Eu acho que isso é o mais importante", afirma o camisa 8.
Uma queda bem dura
Zé nunca sofreu um nocaute. Até porque, nunca foi para um combate aberto com outro boxeador. Com o professor Jacó, no entanto, Zé já faz lutas, os chamados sparrings, bastante pegadas, ao término dos treinamentos. "Não dá mais para dar moleza", disse Jacó à reportagem.
Mas o camisa 8, recentemente, tomou um tombo considerável com o Palmeiras. "Para nós, foi uma queda bem dura", disse ele, sobre a eliminação na semifinal da Copa Libertadores, diante do Athletico-PR, no início do mês.
"Acho que nenhum de nós esperava sair da maneira que foi. Eu acho que a gente estava preparado e sentindo que poderia chegar em mais uma final", confessa.
O Palmeiras, no entanto, teve de assimilar o golpe e fazer da queda um mero knock-down. "A gente fala, e todo mundo sabe, que não tem tempo para lamentar. A gente já tem jogos seguidos e difíceis, novamente, do Campeonato Brasileiro", diz.
"É um outro campeonato que a gente também não pode vacilar. Porque se a gente sentir muito isso, essa derrota [na Libertadores], a gente vai acabar perdendo a oportunidade de conquistar mais um título no Palmeiras.
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